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Internacional

- Publicada em 18 de Março de 2020 às 20:42

Coronavírus: no Norte da Itália, cemitérios têm filas de caixões

Cidade de Bérgamo, com 120 mil moradores, registrou 460 mortes

Cidade de Bérgamo, com 120 mil moradores, registrou 460 mortes


PIERO CRUCIATTI/AFP/JC
Circulou, nos últimos dias, um vídeo em que são viradas páginas e páginas de um jornal tomadas por obituários de Bérgamo, no Norte da Itália. O número de mortes na semana passada foi tão alto que os anúncios com os nomes ocuparam, na sexta-feira passada, um espaço no papel três vezes maior do que o habitual.
Circulou, nos últimos dias, um vídeo em que são viradas páginas e páginas de um jornal tomadas por obituários de Bérgamo, no Norte da Itália. O número de mortes na semana passada foi tão alto que os anúncios com os nomes ocuparam, na sexta-feira passada, um espaço no papel três vezes maior do que o habitual.
Não é só no jornal da cidade que os contaminados pelo novo coronavírus não cabem mais. Os hospitais estão lotados; as unidades de terapia intensiva, sem vaga; e os cemitérios e crematórios têm filas de caixões. Com 1,1 milhão de habitantes, a província de Bérgamo - que engloba cerca de 250 municípios - é a área mais afetada em toda a Itália. Dados divulgados na terça-feira indicam que já são quase 4 mil contaminados ali (em todo o país, mais de 30 mil foram infectados, com mais de 2,5 mil mortes).
A cidade de Bérgamo, com 120 mil moradores, registrou 460 mortes desde o início da crise no país, há quase um mês. A média tem sido de 20 mortos por dia. "Estamos vivendo as dores e o sofrimento dos mortos. Tivemos quase 400 mortes em uma única semana, e quase todas as famílias da cidade foram atingidas", disse dom Giulio Dellavite, monsenhor da diocese de Bérgamo. "A cidade está deserta, uma impressão terrível. Nunca vivemos isso antes." A diocese faz as contas das próprias perdas: "A proximidade dos padres à comunidade é visível pelos números de mortos e internados. Mais de 10 padres já morreram pelo coronavírus e outros 20 estão nos hospitais".
Nos últimos dias, a quantidade de caixões à espera de serem cremados ou enterrados levou a diocese a ceder espaço para eles no interior do Templo de Todos os Santos, uma igreja dentro do cemitério municipal. "Os caixões estavam prestes a ser empilhados por falta de lugar. Colocamos a igreja à disposição para que os mortos não estejam em um canto qualquer. Para que possam, em seus últimos momentos, repousar em uma igreja. É um pequeno gesto simbólico", afirmou Dellavite.
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