A violência voltou às ruas do Chile,paralisou novamente parte do sistema de transporte público de Santiago e levou à prisão de pelo menos 283 pessoas na noite desta segunda-feira (2) e na madrugada de terça.
Manifestantes saquearam lojas, destruíram estações de metrô, montaram barricadas nas ruas que impediram a circulação de ônibus e atacaram postos policiais.
Houve confronto entre os grupos e as forças de segurança. Segundo o ministro do Interior, Gonzalo Blumel, 76 policiais ficaram feridos e um manifestante foi atropelado por um carro de polícia-não há informações sobre o estado de saúde dele.
"Durante a noite, o que vimos foi crime, puro e simples", disse o ministro.
Convocados para protestar contra o presidente Sebastián Piñera no primeiro dia útil de março (depois do fim das férias de verão), milhares de manifestantes se reuniram na praça Itália, na capital, onde ocorreram enfrentamentos violentos com a polícia.
Conforme a noite avançava, os confrontos se deslocaram para várias áreas da periferia de Santiago.
Também houve registro de violência das cidades de Antofagasta, Temuco e Concepción.
O país enfrenta uma onda de protestos que foi mais violenta entre outubro e o meio de dezembro de 2019.
As manifestações começaram contra um aumento no valor das passagens de metrô em Santiago, mas a pauta foi ampliada e passou a incluir a reforma do sistema de pensões, de educação e de saúde.
Os confrontos levaram os militares às ruas pela primeira vez desde o fim da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990). E deixaram pelo menos 31 mortos, milhares de feridos e dezenas de milhares de presos, segundo informações do governo.
Como parte da resposta aos protestos, Piñera convocou, por meio de um decreto supremo,um plebiscito constitucional para 26 de abril.
Considerada histórica, a votação decidirá se a Constituição herdada da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990) será alterada.