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Estados Unidos

- Publicada em 19 de Fevereiro de 2020 às 17:48

Bloomberg chega ao segundo lugar nas pesquisas entre os democratas

Fracasso de Joe Biden alavancou candidatura de Bloomberg nos EUA

Fracasso de Joe Biden alavancou candidatura de Bloomberg nos EUA


JEFF KOWSLSKY/AFP/JC
A candidatura de Michael Bloomberg à Casa Branca ganhou novos contornos nesta semana e mexeu de vez com o tabuleiro do Partido Democrata. O ex-prefeito de Nova York se qualificou pela primeira vez para participar de um debate, depois que o comando da sigla eliminou um critério que o deixava de fora das discussões.
A candidatura de Michael Bloomberg à Casa Branca ganhou novos contornos nesta semana e mexeu de vez com o tabuleiro do Partido Democrata. O ex-prefeito de Nova York se qualificou pela primeira vez para participar de um debate, depois que o comando da sigla eliminou um critério que o deixava de fora das discussões.
Até janeiro, os candidatos precisavam ter uma quantidade mínima de doadores individuais para debater com os concorrentes e, como o bilionário financia sua campanha, não preenchia o requisito. No entanto, seu crescimento vigoroso na média das pesquisas nacionais - Bloomberg alcançou nesta terça-feira (18) o segundo lugar, atrás do progressista Bernie Sanders - fez com que o partido mudasse as regras do jogo.
Mais uma controvérsia para o roteiro pouco ortodoxo que começou a ser desenhado em 24 de novembro. Com uma estratégia arriscada e o assumido figurino de bilionário - criticado pela forte ala progressista dos democratas -, Bloomberg anunciou sob ceticismo que iria concorrer à vaga para a eleição contra Donald Trump.
Disse que não participaria das quatro primeiras prévias, em Iowa, New Hampshire, Nevada e Carolina do Sul, e que só disputaria a Super Terça, em 3 de março, quando 14 estados realizam suas primárias ao mesmo tempo.
As quatro regiões que inauguram a eleição interna só escolhem 155 dos quase 4 mil delegados que vão nomear o candidato do partido, em julho, mas tinham valor simbólico até este ano. Diante da confusão na contagem de votos em Iowa, no começo de fevereiro, Bloomberg assistiu à formação de sua tempestade perfeita.
O fracasso inicial do ex-vice-presidente Joe Biden - que amargou o quarto e o quinto lugar nas primeiras prévias - abriu espaço entre os moderados para um novo favorito que duelasse com Sanders.

Com US$ 61 bi de fortuna, ex-prefeito de Nova York diz ser o único capaz de derrotar Trump

Enquanto os centristas Pete Buttigieg e Amy Klobuchar tentavam ocupar o vácuo deixado por Biden - até então o mais forte para derrotar Trump -, Bloomberg corria por fora e, longe dos ataques dos adversários, gastava parte de sua fortuna avaliada em US$ 61 bilhões para inundar os EUA com a mensagem de que só ele é capaz de impedir a reeleição do presidente.
Desde o ano passado, Bloomberg pagou mais de US$ 310 milhões em anúncios no rádio e na TV que mostram sua época como prefeito de Nova York, de 2002 a 2013, e exaltam seu ativismo em defesa da política contra armas e contra o aquecimento global. Segundo a NBC News, ele gastou mais de US$ 1 milhão por dia em propaganda patrocinada no Facebook e contratou especialistas em memes para abarrotar as redes sociais contra Trump.
Filho de um imigrante polonês e de uma norte-americana, ambos judeus, Bloomberg nasceu em Massachusetts, formou-se em engenharia elétrica e começou a carreira no banco de investimentos Salomon Brothers. Na década de 1980, usou o cheque de rescisão de US$ 10 milhões que recebeu do banco para fundar a Bloomberg L.P. Aos 78 anos, hoje ele é dono de um dos maiores impérios de tecnologia e mídia do mundo e quer usar também essa expertise para se vender como preparado para unir o partido e gerir o país.
Bloomberg sempre foi democrata até resolver entrar para a política: ele se registrou como republicano em 2001 para disputar a prefeitura de Nova York. Foi eleito e reeleito.
Em 2007, deixou o Partido Republicano, dois anos após a reeleição. Em 2009, elegeu-se novamente, mas desta vez como independente apoiado pelos republicanos. Ele voltou ao Partido Democrata em outubro de 2018.