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Internacional

- Publicada em 22 de Novembro de 2019 às 03:00

Esquerda paga transporte para tentar virar resultado da eleição à presidência

Uruguaios vão às urnas domingo para escolher próximo presidente

Uruguaios vão às urnas domingo para escolher próximo presidente


/DANTE FERNANDEZ/AFP/JC
A possibilidade de ser derrotada no segundo turno das eleições, no domingo, fez com que a coalizão governista Frente Ampla, de centro-esquerda, intensificasse sua campanha na reta final. Na quarta-feira, a aliança anunciou providências para garantir que mais de 4 mil uruguaios que vivem na Argentina possam ir ao país para votar.
A possibilidade de ser derrotada no segundo turno das eleições, no domingo, fez com que a coalizão governista Frente Ampla, de centro-esquerda, intensificasse sua campanha na reta final. Na quarta-feira, a aliança anunciou providências para garantir que mais de 4 mil uruguaios que vivem na Argentina possam ir ao país para votar.
A ideia é tentar reverter as pesquisas mais recentes, que mostram uma vantagem de cinco pontos do candidato do partido Nacional (Blanco), Luis Lacalle Pou, com 47% das intenções de voto, sobre o governista Daniel Martínez (Frente Ampla), que tem 42%.
Para isso, o partido vai estimular o chamado "voto-barco", bancando descontos para quem topar cruzar o Rio da Prata para votar no domingo. O trajeto entre Buenos Aires e Montevidéu demora cerca de duas horas e custa, em média, 6.500 pesos
(R$ 458,00) na categoria mais barata. Se a viagem tiver escala, a duração sobe para mais de quatro horas, e o valor cai para 3.500 pesos (R$ 246,00).
É comum que, em tempos de eleições, se intensifique o trânsito entre os dois países, por mar e por ar (os argentinos que vivem no Uruguai também costumam viajar para votar em seu país). Desta vez, porém, a Frente Ampla arma uma verdadeira ofensiva.
Para ter acesso ao desconto, é preciso apresentar a habilitação eleitoral (título de eleitor) e um documento de adesão à Frente Ampla, que pode ser obtido pela internet. A data de ida deve ser até antes de domingo, e a de volta, no máximo, até quarta-feira.
Além disso, o partido vai disponibilizar um espaço em Montevidéu, no Velódromo municipal, para aqueles que chegarem da Argentina, mas tiverem de se deslocar dentro do país até sua cidade de votação. Também haverá ônibus disponíveis para levá-los, com desconto. A legislação uruguaia permite essa operação, já que os eleitores precisam pagar por parte da viagem e o restante é pago pelo partido, não pelo governo.
Nos comitês de Montevidéu, a atividade era intensa, pois havia coleta de fundos para ajudar a comprar mais passagens. Coloridos com o azul, vermelho e branco da bandeira da Frente Ampla, os comitês tinham jovens nas ruas com boletos, convidando as pessoas a entrar.
O convite para aportar dinheiro não era ostensivo, mas insistente. Também se pôde ver muitos militantes do partido Nacional nas ruas, com sua bandeira azul celeste e branca, e camisetas que diziam "é bom mudar".
Daniel Pisciotano, secretário dos comitês da Frente Ampla uruguaia na Argentina, disse que, neste ano, estão sendo transportados muito menos eleitores, "por conta da crise argentina". "Vir ao Uruguai ficou muito caro, mesmo de barco, com a inflação como está na Argentina", disse. "Além disso, no primeiro turno, houve muita dificuldade, porque coincidiu com o primeiro turno na Argentina, então quem tem marido, esposa ou filhos argentinos lá não quis ou não pôde vir sozinho. Agora, estamos esperando que venha um pouco mais de gente."
O convite para ir a Montevidéu inclui shows gratuitos de artistas locais que tocarão como parte da campanha, entre eles, Ana Prada e o grupo de murga Agarrate Catalina.
Daniel Martínez, em declarações para a mídia local, disse que acredita na campanha da militância para recuperar os votos que faltam e disse: "Não desistirei até o último minuto".
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