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Internacional

- Publicada em 08 de Outubro de 2019 às 03:00

Donald Trump dá aval à ação turca contra curdos na Síria

Governo norte-americano mantém 2 mil soldados na região

Governo norte-americano mantém 2 mil soldados na região


/DELIL SOULEIMAN/AFP/JC
O presidente Donald Trump decidiu apoiar a operação militar anunciada pela Turquia contra as áreas curdas no Norte da Síria, traindo, assim, os maiores aliados norte-americanos na guerra civil do país árabe. A radical mudança na política dos EUA - que apoiam milícias da minoria curda na Síria desde que o conflito eclodiu, em 2011 - foi anunciada, no domingo, pela Casa Branca.
O presidente Donald Trump decidiu apoiar a operação militar anunciada pela Turquia contra as áreas curdas no Norte da Síria, traindo, assim, os maiores aliados norte-americanos na guerra civil do país árabe. A radical mudança na política dos EUA - que apoiam milícias da minoria curda na Síria desde que o conflito eclodiu, em 2011 - foi anunciada, no domingo, pela Casa Branca.
Na prática, sinaliza o fim da presença norte-americana - que mantém 2 mil soldados na região - na mais sangrenta guerra civil do planeta. Ontem, porém, Trump fez um alerta ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan. Pelo Twitter, o presidente dos EUA afirmou que, caso a Turquia faça "qualquer coisa que, na minha grande e incomparável sabedoria, considero estar fora dos limites, destruirei e destruirei totalmente a economia" do país.
Erdogan havia dito, na terça-feira passada, que criaria à força uma zona tampão separando os curdos sírios da Região Sul da Turquia, onde mora boa parte da enorme minoria curda em seu país. Havia um plano conjunto de estabelecer tal área com os norte-americanos, mas ele falhou.
Com entre 30 milhões e 40 milhões de integrantes, os curdos constituem a maior nação apátrida do mundo. Cerca de 20 milhões vivem na Turquia e são considerados separatistas pelo governo. Com efeito, houve e há grupos armados que lutam contra o controle de Ancara há décadas.
Ao longo da guerra civil síria, diversos grupos foram armados pelos EUA para combater tanto o Estado Islâmico quanto a ditadura de Bashar al-Assad. O Pentágono separou, em seu orçamento para 2020, US$ 550 milhões (R$ 2,23 bilhões) para a causa, e já gastou bilhões de dólares com o apoio - só em 2017, foram estimados US$ 2 bilhões (R$ 8,13 bilhões) para rearmar a milícia YPG (Unidade de Proteção Popular).
A Região Norte da Síria, ao Leste do rio Eufrates, é dominada pelas FDS (Forças Democráticas Sírias), uma coalizão entre curdos e árabes controlada pelos primeiros. Segundo o jornal britânico The Guardian, o porta-voz da entidade, Mustafa Bali, acusou os EUA de criar "uma zona de guerra".
A traição de Trump tem duas motivações centrais. Primeiro, lidar com a Turquia, que é um país tecnicamente aliado aos EUA por fazer parte da Otan, a aliança militar liderada por Washington. Segundo, retirar-se de campos de batalha que considera inúteis, uma promessa de campanha.
Só que, nos últimos meses, Ancara inclinou-se para o lado de outro ator central na guerra síria, a Rússia de Vladimir Putin, que interveio decisivamente em favor da ditadura local a partir de 2015. O ápice do estranhamento com Washington foi a compra de modernas baterias antiaéreas russas S-400, que levou os norte-americanos a retirar a Turquia do programa de construção e fornecimento de caças F-35, de última geração.
O presidente turco nunca confiou nos EUA pelo apoio dado aos curdos ao Sul de sua fronteira, o que ele vê como fomento à independência do Curdistão, que engloba também cerca de 2 milhões de pessoas na Síria, 8 milhões no Irã e 6 milhões no Iraque.
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