A ex-presidente argentina Cristina Kirchner irá novamente a julgamento, agora na causa conhecida como "Cadernos das Propinas" (Cuadernos de las Coimas, em espanhol). O juiz Claudio Bonadio deu por encerradas as investigações, e a causa será levada ao tribunal.
No processo, em que a ex-presidente é acusada de chefiar uma associação ilícita que se dedicou à arrecadação de propinas, a investigação envolveu 172 pessoas processadas e 31 colaboradores. O nome da causa faz referência aos cadernos de Oscar Centeno, motorista de Roberto Baratta, braço direito do ex-ministro Julio De Vido, que durante anos manteve um registro detalhado da rota das malas com dinheiro que as empresas de construção pagaram aos governos kirchneristas.
Centeno também será julgado. O motorista está em liberdade por ser o primeiro acusado a colaborar com o processo e faz parte do programa de réus protegidos. De Vido e Baratta estão em prisão preventiva, acusados de associação ilícita. A divulgação pública dos cadernos, em agosto de 2018, abriu um dos maiores processos de corrupção da história argentina, atingindo diversos ex-funcionários do Ministério do Planejamento e uma centena de empresários.
Cristina, que atualmente é senadora, concorre à vice-presidência na chapa liderada por Alberto Fernández. A dupla recebeu 47% dos votos nas eleições primárias realizadas há um mês. Com esse percentual, venceria a chapa do presidente Mauricio Macri em primeiro turno, já que são necessários 45%. As eleições estão marcadas para o dia 27 de outubro.