Representantes do líder opositor venezuelano Juan Guaidó estão em contato com autoridades brasileiras para conseguir o apoio do governo de Jair Bolsonaro para ativar um tratado que poderia justificar uma série de novas sanções contra Caracas. Caso a iniciativa dê certo, abriria a possibilidade inclusive de um bloqueio naval contra o regime chavista.
A articulação ocorre na Organização dos Estados Americanos (OEA), e os venezuelanos querem o endosso do Brasil para conseguir convocar o órgão de consultas do Tiar (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca). O acordo, assinado em 1947, no Rio de Janeiro, estabelece que um ataque contra um país do continente americano "será considerado um ataque contra todos os Estados americanos".
Os diplomatas venezuelanos ligados a Guaidó pretendem argumentar que o regime de Nicolás Maduro se sustenta com o apoio de agentes de inteligência de Cuba que estão no país e com o apoio de narcotraficantes internacionais. Para os opositores do presidente, essas ações caracterizariam uma agressão estrangeira e justificariam o acionamento do tratado.
"Estamos buscando uma ação da comunidade internacional", disse Antonio Ledezma, ex-prefeito de Caracas e opositor do regime chavista. "É preciso ter em conta que a Venezuela está sendo atacada de fora", afirmou ele.
O tratado em questão abre a possibilidade do uso de diversas medidas de força contra um Estado agressor. Um dos artigos, por exemplo, lista ações que podem ser aplicadas nesse caso: retirada dos chefes de missão diplomática e ruptura de relações diplomáticas; interrupção parcial ou total das relações econômicas e das comunicações ferroviárias, marítimas, aéreas, postais, telegráficas e telefônicas. E, por último, o emprego de Forças Armadas.
Pesquisa indica vitória da oposição em primeiro turno na Argentina
Uma pesquisa do instituto Gustavo Córdoba & Asociados mostra que o oposicionista Alberto Fernández continua sendo o favorito a vencer a disputa presidencial da Argentina, ainda em primeiro turno. Excluindo-se votos em branco, Fernández e sua companheira de chapa, a ex-presidente Cristina Kirchner, aparecem com 53,2% das intenções de voto, enquanto o atual presidente, Mauricio Macri, tem 32,1% das intenções.
Em um distante terceiro lugar está Roberto Lavagna, com 7,4% das intenções. Caso se confirme esse panorama, Fernández vencerá no primeiro turno, em 27 de outubro. Sem se excluírem os votos em branco, Fernández tem 50,7% das intenções de voto e Macri, 30,1%. No caso de um eventual segundo turno, Fernández aparece com 55,9% das intenções de voto e Macri, com 36,3%.
A pesquisa foi feita entre 22 e 23 de agosto, com 1.200 eleitores. A margem de erro é de 2,83 pontos percentuais, para mais ou para menos.