O presidente da Tunísia, Beji Caid Essebsi, morreu nesta quinta-feira, aos 92 anos, informou a presidência da República em sua página no Facebook, poucas horas após sua hospitalização.
Primeiro presidente democraticamente eleito do país, em 2014, três anos após a queda de Zine el Abidine Ben Ali, ele ajudou a guiar o país do Norte da África na transição para a democracia após a revolução de 2011, que deflagrou os levantes da chamada Primavera Árabe. O mais velho presidente em exercício do mundo - e o segundo mais velho chefe de Estado depois da rainha Elizabeth II, da Inglaterra -, Essebsi morreu faltando poucos meses para o fim do seu mandato presidencial.
A televisão nacional interrompeu sua programação para transmitir versos do Corão, antes de anunciar a morte, ocorrida no dia em que a Tunísia celebra a proclamação da República em 1957, data geralmente marcada por um discurso do chefe de Estado.
Veterano político, Essebsi trabalhou com Habib Burguiba, primeiro presidente da Tunísia, e Zine el Abidine Ben Ali, antes de chegar à presidência em 2014 com a paradoxal missão de consolidar a jovem democracia. Ele foi hospitalizado na quarta-feira no hospital militar de Túnis, segundo seu filho Hafedh Caid Essebsi, também líder do partido no poder Nidaa Tunes.
A Tunísia é o único país que viveu a Primavera Árabe a continuar no caminho da democratização. Após o levante de 2011, ganhou uma nova Constituição, eleições livres e um governo de coalizão entre laicos e islâmicos moderados.