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União Europeia

- Publicada em 27 de Maio de 2019 às 03:00

Conservadores disputam a sucessão de May

Ministro do Meio Ambiente, Michael Gove declarou seu interesse ontem

Ministro do Meio Ambiente, Michael Gove declarou seu interesse ontem


PAUL ELLIS/AFP/JC
O ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, Michael Gove, entrou na disputa para suceder a primeira-ministra Theresa May, que deixará o cargo no dia 7 de junho. "Eu posso confirmar que vou colocar meu nome na disputa para ser primeiro-ministro deste país", afirmou ontem.
O ministro do Meio Ambiente do Reino Unido, Michael Gove, entrou na disputa para suceder a primeira-ministra Theresa May, que deixará o cargo no dia 7 de junho. "Eu posso confirmar que vou colocar meu nome na disputa para ser primeiro-ministro deste país", afirmou ontem.
A campanha pela liderança do Partido Conservador começará oficialmente após May deixar o cargo, mas oito pessoas já afirmaram que irão concorrer. O vencedor será escolhido por parlamentares conservadores e cerca de 120 mil membros do partido, e se tornará primeiro-ministro.
Boris Johnson, o garoto-propaganda da campanha oficial do Brexit - a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) -, em 2016, e favorito das casas de apostas para substituir a premiê, quer um rompimento mais radical do que o proposto por ela. "Vamos deixar a UE em 31 de outubro, com acordo ou sem acordo", avisou.
Após meses de luta com o Parlamento para tentar conduzir o Brexit, May admitiu seu fracasso na sexta-feira, ao declarar que deixará o cargo na semana que vem. Com isso, abriu uma luta dentro do Partido Conservador e deixou ainda mais incerto o processo de retirada do país da UE.
Agora, os conservadores terão de chegar a um consenso. A premiê começou a enfrentar dificuldades no momento em que finalizou o acordo com Bruxelas, no fim do ano passado. De lá para cá, foram três tentativas infrutíferas de aprovar seu plano. Uma quarta estava a caminho, mas foi interrompida pela insatisfação dos parlamentares com seu esboço.
Conservadores mais moderados temiam que um "brexiteer", como são chamados os defensores da saída imediata do bloco europeu, pudesse afastar o Reino Unido da UE sem um acordo. Os brexiteers queixam-se de que os membros mais moderados do partido poderiam procurar um Brexit suave demais, que mantivesse o Reino Unido excessivamente preso às regras do bloco.
Johnson teria o apoio da maioria dos parlamentares favoráveis à saída do Reino Unido, e poderia conquistar parte dos moderados, segundo analistas. Mas a disputa conta com nomes fortes, como Sajid Javid e Jeremy Hunt, além de Gove. O líder do opositor Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, quer que as eleições sejam antecipadas.
Analistas afirmam que é provável que defensores de um Brexit sem acordo tenham vantagem após a saída de May, já que o Partido Conservador se vê sob pressão diante da criação do novo Partido do Brexit, liderado pelo político radical Nigel Farage, ícone da campanha pela retirada do Reino Unido do bloco europeu. A sigla de Farage cresceu nos últimos meses e tem 35% das intenções de voto para o Parlamento Europeu, segundo pesquisas.

Extrema-direita vence eleição para o Parlamento Europeu na França

Cerca de 200 milhões de pessoas terminaram de escolher ontem seus representantes no Parlamento Europeu, que tem 751 cadeiras espalhadas entre 28 países-membro. A expectativa é que legendas nacionalistas e de extrema-direita ganhem destaque no processo, que sentem o peso da crise de imigração, do Brexit e da turbulência econômica na Europa.
É o que aconteceu na França, onde o partido ultradireitista de Marine Le Pen, líder da Associação Nacional, levou 24 cadeiras no Parlamento Europeu, segundo uma pesquisa. Trata-se de uma reviravolta para as pretensões do presidente Emmanuel Macron, cujo partido recebeu 23 assentos, conforme a previsão.
Na Alemanha, uma boca de urna mostra que os partidos governistas devem perder espaço, com grandes ganhos para o Partido Verde e um aumento menor para a extrema-direita. A pesquisa da rede de televisão ARD mostra votação de 28% para o bloco liderado pela chanceler Angela Merkel, e os seus parceiros, os social-democratas, de centro-esquerda, caindo para 15,5%. Em 2014, esses partidos obtiveram, respectivamente, 35,4% e 27,3% dos votos.
De acordo com a pesquisa, o Partido Verde ocupa o segundo lugar, com 22% - o dobro do resultado de cinco anos atrás. O Alternativa para a Alemanha teria obtido 10,5% de apoio, melhor do que o resultado de 2014, mas menor do que a votação obtida na última eleição nacional da Alemanha, em 2017. A Alemanha é o país com maior número de assentos no Parlamento Europeu: 96 do total de 751.