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Internacional

- Publicada em 23 de Maio de 2019 às 03:00

População da Venezuela encolhe 11,9%

Crise econômica faz com que cerca de 90% das pessoas vivam na pobreza

Crise econômica faz com que cerca de 90% das pessoas vivam na pobreza


MATIAS DELACROIX/AFP/JC
Eles fogem da fome, de doenças e da morte. Hoje, formam uma comunidade de mais de 3,7 milhões de expatriados tentando refazer a vida fora da Venezuela, enquanto o país entra em colapso. O número divulgado pelo Acnur, Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados, mostra como a crise venezuelana tornou-se também demográfica: a população encolheu 11,9% no total - 10% nos últimos quatro anos.
Eles fogem da fome, de doenças e da morte. Hoje, formam uma comunidade de mais de 3,7 milhões de expatriados tentando refazer a vida fora da Venezuela, enquanto o país entra em colapso. O número divulgado pelo Acnur, Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Refugiados, mostra como a crise venezuelana tornou-se também demográfica: a população encolheu 11,9% no total - 10% nos últimos quatro anos.
São pais tentando salvar os filhos doentes, médicos que receberam ameaças de morte e até ex-funcionários de estatais ameaçados que decidem cruzar a fronteira. As histórias se repetem, e as saídas chegam a 5 mil por dia, segundo dados atualizados até fevereiro.
Na terça-feira, a agência da ONU declarou que, em razão do agravamento da situação política, econômica, de direitos humanos e humanitária na Venezuela, a maioria dos que fogem do país precisa de proteção internacional e de ajuda para refazer e salvar sua vida. A agência pediu que outros países evitem recorrer a deportações.
Dos 3,7 milhões de venezuelanos atualmente no exterior, apenas 700 mil emigraram antes de 2015, quando a crise começou a se intensificar. Mais de 1,4 milhão de pessoas receberam autorizações de residência e vistos, de caráter humanitário ou de trabalho, para se estabelecer legalmente em países latino-americanos, incluindo o Brasil.
Os números de asilo são uma amostra da situação caótica. Em 2015, a quantidade de pedidos era de 10,2 mil. No fim do ano passado, foram 464 mil. A maioria dos pedidos é feita em países vizinhos. De acordo com a agência, muitos venezuelanos conseguiram obter outros tipos de vistos que os permitem frequentar escolas, sistemas públicos de saúde e trabalhar. No entanto, há uma grande parcela que permanece em situação irregular.
O grande êxodo de venezuelanos que foge da crise econômica é um dos mais importantes deslocamentos de pessoas na história recente da região. O número de refugiados da Venezuela se compara, e muitas vezes ultrapassa, ao de países em conflito aberto, como Mianmar e Afeganistão.
"Essa situação ocorre em razão das ameaças que pesam sobre a vida, a segurança e a liberdade (dos venezuelanos), e pelas circunstâncias que afetam seriamente a ordem pública na Venezuela", explicou a porta-voz do Acnur em Genebra, Liz Throssel. "Cerca de 3 milhões de pessoas deixaram o país desde 2015."
A crise venezuelana faz com que cerca de 90% das pessoas vivam na pobreza. A inflação atingirá 10.000.000% neste ano, segundo o Fundo Monetário Internacional. Com o salário-mínimo em US$ 5,00 (R$ 20,00), a maioria das pessoas tem dificuldades de pagar por uma dúzia de ovos ou por um saco de arroz.
 
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