Lideranças palestinas na Faixa de Gaza e Israel acertaram ontem um cessar-fogo, negociado pelo Egito, depois da escalada de violência entre o Exército israelense e grupos armados palestinos ter deixado 25 mortos em dois dias - quatro civis israelenses e 21 palestinos. Destes, ao menos nove eram militantes de movimentos armados.
A trégua entrou em vigor na madrugada de ontem, segundo representantes do movimento islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza, e do grupo extremista palestino Jihad Islâmica. Um funcionário do governo egípcio também confirmou a informação sob anonimato. Apesar de Israel não ter confirmado o cessar-fogo, levantou as restrições à circulação de pessoas na região de fronteira, incluindo a reabertura de escolas.
Médicos palestinos afirmaram que, entre os mortos, estão duas grávidas e duas crianças. O Exército israelense negou que as mortes de uma das mulheres grávidas e de uma criança tenham sido provocadas por seus disparos, ressaltando que elas foram vítimas de um míssil palestino que errou o alvo.
Israel afirmou que seus bombardeios foram uma resposta a 690 mísseis e morteiros disparados pelo Hamas e pela Jihad Islâmica desde sábado. Israel respondeu com 350 ataques a posições do Hamas, como túneis e depósitos de armas, segundo militares israelenses.
Desde 2007, quando o Hamas assumiu o poder em Gaza, Israel e militantes palestinos já entraram três vezes em guerra. Os conflitos, que começaram na sexta-feira, ao longo da fronteira, já são a maior escalada de violência na região desde a guerra de 2014. Os embates tiveram início quando quatro palestinos, incluindo dois militantes do Hamas, foram mortos após dois soldados israelenses terem sido feridos em um ataque a tiros de um palestino, durante protestos para reivindicar o regresso dos refugiados e o fim do bloqueio a Gaza.