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Venezuela

- Publicada em 06 de Março de 2019 às 01:00

Guaidó e Maduro convocam novas manifestações

Maduro diz que fará "importantes anúncios" no Dia Internacional da Mulher

Maduro diz que fará "importantes anúncios" no Dia Internacional da Mulher


PRESIDÊNCIA DA VENEZUELA/AFP/JC
O sábado será marcado por protestos na Venezuela. O presidente Nicolás Maduro e o autodeclarado presidente interino, Juan Guaidó, convocaram mobilizações para a data. São atos com objetivos opostos: Maduro defende sua manutenção no poder, enquanto Guaidó quer assumir o governo.
O sábado será marcado por protestos na Venezuela. O presidente Nicolás Maduro e o autodeclarado presidente interino, Juan Guaidó, convocaram mobilizações para a data. São atos com objetivos opostos: Maduro defende sua manutenção no poder, enquanto Guaidó quer assumir o governo.
O presidente informou que prepara para amanhã, Dia Internacional da Mulher, "importantes anúncios" para as venezuelanas. Não adiantou quais são, mas aproveitou para convidar seus apoiadores para o protesto de sábado.
Na terça-feira, um dia após voltar à Venezuela, Guaidó iniciou uma nova fase nos esforços para retirar Maduro do poder ao se reunir com sindicatos do setor público e definir uma agenda de greves. "Faremos uma greve escalonada, proposta pelos trabalhadores para nunca mais trabalharem pela ditadura", disse. Segundo o opositor, além das paralisações, está sendo preparada uma lei para proteger os funcionários públicos que sejam demitidos. Os sindicatos não anunciaram quando e em que setores vão ocorrer as greves. "Nas prefeituras, por exemplo, vamos trabalhar apenas três vezes por semana", explicou Ana Yánez, da União Nacional de Trabalhadores da Venezuela (Unete).
Desde ontem, o Parlamento - único órgão controlado pela oposição - realiza reuniões com as grandes centrais trabalhistas, que agrupam mais de 600 sindicatos, para coordenar as ações que resultarão em greves por etapas na administração pública. "Pedimos que toda a Assembleia Nacional trabalhe conosco para tirar do poder os que roubam a vontade popular, nossos votos do poder eleitoral. Aposentados dessa instituição precisam emigrar porque morrem de fome", disse Enrique Cedeño, secretário-geral do sindicato do Conselho Nacional Eleitoral, segundo o portal Efecto Cocuyo.
Segundo Juan Andrés Mejía, deputado opositor, a estratégia é isolar o regime chavista. "Isso envolve levar uma mensagem não apenas aos militares, mas a outras partes da base de Maduro", explicou. "É necessária a mudança política para reativar o setor elétrico, que hoje está 70% paralisado. Denuncio que 296 dirigentes sindicais têm seus benefícios suspensos hoje por levantar sua voz", afirmou após a reunião Reinaldo Díaz, representante da estatal elétrica Copoelec.
O governo é considerado o maior empregador do país, com aproximadamente 2 milhões de empregados. Enquanto Guaidó se reunia com líderes sindicais, poucas centenas de trabalhadores foram ao local mostrar seu apoio ao presidente interino.
Um deles, do cartório federal, afirmou que a maioria dos 4 mil trabalhadores do setor apoia Guaidó. "Não há muitos de nós aqui", reconheceu, falando sob condição de anonimato. "Temos medo de demissões por demonstrar lealdade à oposição." Lenin Briceno, de 54 anos, funcionário de banco aposentado, estima que ao menos 80% de seus antigos colegas apoiam o opositor.
 

Governo expulsa embaixador da Alemanha por receber opositor em aeroporto

O governo da Venezuela declarou ontem o embaixador da Alemanha, Martin Kriener, "persona non grata", e deu 48 horas para que deixe o país depois que ele recebeu o líder da oposição, Juan Guaidó, no aeroporto de Maiquetía, na segunda-feira. A Alemanha é um dos mais de 50 países que reconhecem o presidente da Assembleia Nacional como líder interino do país.
Em comunicado, o governo diz que sua decisão se deve a "recorrentes atos de ingerência nos assuntos internos do país" pelo diplomata, que "em desacato compareceu ao aeroporto internacional de Maiquetía para testemunhar a chegada do deputado Juan Guaidó". "A Venezuela considera inaceitável que um representante diplomático estrangeiro exerça em seu território um papel público mais típico de um líder político em clara sintonia com a agenda conspiratória de setores extremistas da oposição venezuelana", diz ainda a nota.
Também em comunicado, o governo alemão anunciou que consultará aliados europeus para saber como responderá à expulsão do embaixador. Representantes diplomáticos de outros países europeus e latino-americanos também receberam Guaidó, que retornou à Venezuela em um voo comercial procedente do Panamá.