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Relações exteriores

- Publicada em 31 de Dezembro de 2018 às 01:00

Mudança da embaixada brasileira para Jerusalém é questão de 'quando' e não 'se', diz Netanyahu

Para o premiê de Israel, aproximação com o novo governo é uma 'incrível oportunidade'

Para o premiê de Israel, aproximação com o novo governo é uma 'incrível oportunidade'


FERNADO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL/JC
O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que a embaixada brasileira será mesmo transferida para Jerusalém, afirmou ontem o chefe de governo do Estado judeu. “Bolsonaro me disse que não é uma questão de se, mas de quando”, garantiu Netanyahu em encontro com a comunidade judaica brasileira em um hotel de Copacabana, no Rio de Janeiro.
O presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, afirmou ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que a embaixada brasileira será mesmo transferida para Jerusalém, afirmou ontem o chefe de governo do Estado judeu. “Bolsonaro me disse que não é uma questão de se, mas de quando”, garantiu Netanyahu em encontro com a comunidade judaica brasileira em um hotel de Copacabana, no Rio de Janeiro.
No sábado, o presidente eleito divulgou em sua conta de Twitter um vídeo de uma entrevista que concedeu no dia dia 11 de dezembro a um pastor na qual afirma que ainda está avaliando se vai transferir a embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém, medida defendida por ele ainda durante a campanha eleitoral.
"Conversei com o embaixador de Israel sobre isso. Conversei com o Ernesto Araújo (futuro ministro das Relações Internacionais). Alguns países estão realmente ameaçando boicote à nossa economia caso a mudança da embaixada se concretize. E nós estamos conversando sobre a melhor maneira de decidir essa questão", afirmou Bolsonaro, na entrevista.
No entanto, de acordo com o premiê israelense, Bolsonaro também fez uma promessa de fraternidade a Israel. “Bolsonaro disse que somos irmãos. Não que somos aliados, nem que temos interesses comuns, mas que somos irmãos de coração”, enfatizou. Em encontro com jornalistas, Nenanyahu afirmou que a aproximação com o novo governo do Brasil é uma "incrível oportunidade" para os dois países, referindo-se a acordos nas áreas de cibersegurança e tecnologia.
Netanyahu chegou ao Rio de Janeiro na sexta-feira, a convite de Bolsonaro para a cerimônia de posse em Brasília, nesta terça-feira. Esta é a primeira vez que um chefe de Governo de Israel vem ao Brasil, embora o então presidente Shimon Peres - o chefe de Estado israelense - tenha vindo ao país em 2009, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Posteriomente, Lula foi a Israel, em 2010. No mesmo governo, o chanceler Celso Amorim também visitou o Estado do judeu. No governo de Dilma Rousseff, foi a vez do chanceler Antonio Patriota.

Comércio do Brasil com Israel é deficitário

A transferência da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém - num gesto que simboliza o reconhecimento de Jerusalém como capital israelense - é polêmica. Viola resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), segundo as quais o destino da cidade sagrada deve ser decidido em negociações entre Israel e os palestinos.
Se fizer essa mudança, Jair Bolsonaro seguirá os passos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomou a iniciativa em maio passado. Além dos EUA, só a Guatemala transferiu sua embaixada para Jerusalém. Todos os demais países que têm representação diplomática no país as mantêm em Tel Aviv.
Em novembro, após declarações de Bolsonaro sobre a possibilidade de mudança da embaixada, surgiram comentários no cenário político internacional de que países árabes, grandes importadores de carne do Brasil, poderiam retaliar o país caso a medida fosse concretizada.
O comércio entre o Brasil e os países árabes é superavitário, enquanto com Israel é deficitário. A balança comercial com os israelenses foi desfavorável ao País em US$ 767 milhões no ano passado. As exportações brasileiras para Israel somaram US$ 293 milhões, valor 27,07% inferior ao que foi contabilizado no ano anterior. Já as importações de produtos israelenses atingiram US$ 1,060 bilhão, uma alta de 29,74%.
Os principais produtos vendidos pelo Brasil ao mercado israelense são carne bovina congelada, soja e suco de laranja. Já as importações daquele país têm como principais itens cloreto de potássio, inseticidas e materiais plásticos.