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Conflito

- Publicada em 21 de Dezembro de 2018 às 01:00

Coalizão árabe critica retirada das tropas dos EUA da Síria

Forças norte-americanas somam 2 mil homens em território sírio

Forças norte-americanas somam 2 mil homens em território sírio


/DELIL SOULEIMAN/AFP/JC
A retirada das tropas norte-americanas da Síria permitirá que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) se reconstrua, alertaram, nesta quinta-feira, as Forças Democráticas Sírias (FDS). "Terá um impacto negativo na campanha antiterrorista", declarou em comunicado a coalizão curdo-árabe que combate militarmente os extremistas. "Isso oferecerá ao terrorismo uma oportunidade de se recuperar e lançar uma nova campanha na região."
A retirada das tropas norte-americanas da Síria permitirá que o grupo jihadista Estado Islâmico (EI) se reconstrua, alertaram, nesta quinta-feira, as Forças Democráticas Sírias (FDS). "Terá um impacto negativo na campanha antiterrorista", declarou em comunicado a coalizão curdo-árabe que combate militarmente os extremistas. "Isso oferecerá ao terrorismo uma oportunidade de se recuperar e lançar uma nova campanha na região."
As FDS, junto à coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, seguem combatendo os jihadistas do EI em suas últimas áreas de resistência no Leste da Síria, perto da fronteira com o Iraque. Atualmente, cerca de 2 mil soldados norte-americanos se encontram no território sírio, sendo a maioria integrantes das forças especiais que apoiam as FDS nas operações de combate e treinamento.
Ao contrário do que foi dito pelo presidente dos EUA, Donald Trump, ao anunciar a retirada unilateral de suas tropas do país, o EI ainda não foi vencido na Síria, afirmou o Ministério das Relações Exteriores britânico. "A coalizão internacional contra o Daesh (sigla árabe para o EI) fez enormes progressos", afirmou a chancelaria em um comunicado divulgado na noite de quarta-feira. "Desde o início das operações militares, a coalizão e seus sócios na Síria e no Iraque retomaram grande parte do território do Daesh e foram registrados importantes avanços nos últimos dias na última zona do Leste ocupada", reconheceu.
O órgão, porém, destacou que "resta muito a ser feito e não podemos perder de vista a ameaça que representam, uma vez que, mesmo sem território, o Daesh continua sendo uma ameaça". O Reino Unido, que participa dos bombardeios aéreos realizados pelos países parceiros, permanece "comprometido com a coalizão internacional e sua campanha para privar o Daesh de todo território e garantir uma derrota duradoura".
Na quarta-feira, Trump anunciou a retirada das tropas dos EUA da Síria, uma promessa de campanha. Segundo o jornal britânico The Times, Londres não foi informada previamente sobre a decisão do líder norte-americano.
Apesar do anúncio, a França destacou que vai manter sua presença militar na Síria, segundo declaração da ministra de Assuntos Europeus, Nathalie Loiseau. "O Daesh não foi varrido do mapa, tampouco as suas raízes", afirmou a ministra francesa em sua conta no Twitter.
Já o presidente russo Vladimir Putin acredita que os EUA estão fazendo "a coisa certa" ao retirar suas tropas da Síria. "Donald está certo, eu concordo com ele", destacou o russo durante sua entrevista coletiva de final de ano. Moscou sempre se opôs à atuação norte-americana na Síria e afirmava que ela era ilegítima porque não tinha autorização nem do Conselho de Segurança da ONU, nem do governo local - em contraste com a presença das tropas russas no país, que receberam o apoio do presidente Bashar al-Assad.

Para Putin, Trump fez a coisa certa

O presidente russo Vladimir Putin disse nesta quinta que os EUA estão fazendo "a coisa certa" ao retirar suas tropas da Síria, uma decisão que recebeu críticas de aliados europeus de Washington. Para Trump, não há mais necessidade das forças militares no país, uma vez que o Estado Islâmico já foi derrotado. A afirmação foi apoiada por Putin. "Donald está certo, eu concordo com ele", disse o russo durante sua entrevista coletiva de final de ano.
Moscou sempre se opôs a atuação norte-americana na Síria e afirmava que ela era ilegítima porque não tinha autorização nem do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas e nem do governo local - em contraste com a presença das tropas russas no país, que receberam o apoio do ditador Bashar al-Assad.
O russo, porém, deixou claro que não acredita que os americanos vão de fato deixar o país. "Os EUA ficaram no Afeganistão por 17 anos e, todos os anos, eles anunciam uma retirada e eu não vejo sinais de que eles estão saindo", comentou Putin.