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DE FRENTE PARA O GUAÍBA

- Publicada em 29 de Novembro de 2018 às 21:14

Um paraíso escondido na Zona Sul de Porto Alegre

Erguido inicialmente em uma espécie de chácara, clube acabou construindo uma ilha

Erguido inicialmente em uma espécie de chácara, clube acabou construindo uma ilha


LUIZA PRADO/JC
Quem passa pela entrada do Clube dos Jangadeiros, no bairro Tristeza, na Zona Sul da Capital, não imagina que, além do terreno principal, existe uma ilha, inteiramente construída pelos sócios em meados de 1960, deixando o local com ares de paraíso escondido. Com paisagem idílica e farta opção de lazer, o clube, fundado em 7 de dezembro de 1941 pelo empresário e desportista Leopoldo Geyer, estimula a prática de esportes náuticos sem esquecer de ofertar atividades diversas para agradar a todos os públicos.
Quem passa pela entrada do Clube dos Jangadeiros, no bairro Tristeza, na Zona Sul da Capital, não imagina que, além do terreno principal, existe uma ilha, inteiramente construída pelos sócios em meados de 1960, deixando o local com ares de paraíso escondido. Com paisagem idílica e farta opção de lazer, o clube, fundado em 7 de dezembro de 1941 pelo empresário e desportista Leopoldo Geyer, estimula a prática de esportes náuticos sem esquecer de ofertar atividades diversas para agradar a todos os públicos.
Inicialmente, Geyer fundou o Iate Clube Guaíba e o Veleiros do Sul, na época, próximos ao Cais do Porto. Insatisfeito com as condições de navegação, Geyer fundou o Jangadeiros, já no bairro Tristeza, em um local mais apropriado para a prática da náutica à vela. No começo, o clube foi erguido em uma espécie de chácara, que terminava na primeira parte da ponte que, hoje, dá acesso à ilha.
Depois de tentativas frustradas de adquirir a área lateral para aumentar o clube, o grupo que o gerenciava decidiu construir a ilha. “Foi um sonho tornado realidade com as condições da época. A ilha é um local que nunca está terminado, sempre há melhorias para fazermos”, comenta o neonatologista Manuel Ruttkay Pereira, comodoro do Jangadeiros.
Um dos principais atrativos do clube é a Escola de Vela Barra Limpa, a primeira a surgir no Sul e no Sudeste do País, há mais de 40 anos. Oferece cursos para crianças, da classe optimist, indicada para entre sete e 15 anos, e para adultos, que podem buscar experiência em outras classes (laser, dingue, snipe e 420). A ideia popular é que a prática do esporte é cara, mas, hoje, a escola oferece barcos, facilitando a adesão à atividade.
“A gente observa. Se tem um garoto que quer velejar, tem um certo potencial e está interessado, ele fica de posse de um barco até a idade limite (15 anos). Evita que os pais precisem desembolsar um barco”, explica o juiz de regatas Carlos Henrique De Lorenzi, conhecido como Dedá, que foi campeão brasileiro da classe snipe em 1967. Um convênio com o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC) também permitiu a compra de 20 barcos com verba federal para que o esporte fosse estimulado.
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Com quase 77 anos, Jangadeiros se consagrou nas disputas na vela no Brasil e pelo mundo. Foto: Luiza Prado/JC
Às vésperas de completar 77 anos, o Jangadeiros se consolidou no cenário da vela. Em 1959, causou impacto ao sediar o Campeonato Mundial de Snipes, a primeira competição desse porte do Hemisfério Sul. Na época, os países que compareceriam à disputa exigiram que o clube ofertasse os barcos – 20 embarcações foram construídas para esse fim e, depois, ficaram no clube. De lá para cá, sediou diversos campeonatos, inclusive um segundo torneio mundial.
Além da vela, o Jangadeiros estimula a prática de outros esportes náuticos como caiaque, lancha, kite surf, wind surf e stand-up. Para os sócios que não praticam nenhuma modalidade esportiva, o clube oferece piscina, academia de ginástica, churrasqueiras, restaurantes, quadras de tênis e de beach tennis, e área livre para prática de corrida ou de caminhada.
“Metade dos sócios não possui qualquer tipo de embarcação. Essas pessoas estão aqui e querem ter uma série de satisfações. Para, inclusive, manter os objetivos originais, o clube tem que agradar, também, um outro tipo de sócio”, argumenta Pereira.
Há modalidades variadas de sociedade. Existe o sócio proprietário, que compra uma ação do clube, e o sócio contribuinte, que paga o preço de uma joia. Há, também, o sócio aspirante, em geral um jovem, entre 18 e 30 anos, oriundo de famílias já associadas que passa da idade de dependente e ainda não tem condições de ser sócio, e o sócio filhote, que são jovens de até 18 anos que velejam e revertem a mensalidade participando de 70% dos eventos, competindo pelo clube. O Jangadeiros não revelou os valores cobrados.

Uma sócia campeã

Fernanda (à direita) se prepara com Ana Barbachan para os Jogos Olímpicos do Japão em 2020

Fernanda (à direita) se prepara com Ana Barbachan para os Jogos Olímpicos do Japão em 2020


LUIZA PRADO/JC
Aos dez anos, Fernanda Oliveira participou, nas férias, da Escola de Vela Barra Limpa. Não demorou muito para que o interesse se tornasse uma paixão, e, ainda criança, já começou a competir, participando, inclusive, de um campeonato europeu. De paixão, a vela passou a ser a profissão de Fernanda, que ganhou medalha de bronze nos Jogos Olímpicos da China, em 2008.
"Não existia expoente na vela feminina brasileira, então foi bem importante", conta. Hoje com 37 anos, a velejadora se prepara, junto com a parceira Ana Barbachan, para os Jogos Olímpicos do Japão, em 2020. Será a sexta competição olímpica de Fernanda, e a terceira vez que participa ao lado de Ana. "A vela era meu hobby e virou minha profissão. O clube funciona praticamente como uma família. Estou todos os dias lá, a menos que esteja em viagem, e, aos fins de semana, levo meus filhos", conta.

A vela como profissão

Sócio há 60 anos, Dedá foi campeão da Classe Snipe e hoje é juiz de regatas

Sócio há 60 anos, Dedá foi campeão da Classe Snipe e hoje é juiz de regatas


LUIZA PRADO/JC
Sócio do Jangadeiros há 60 anos, o juiz de regatas Carlos Henrique de Lorenzi, o Dedá, trouxe dezenas de conquistas para o clube. Frequenta o espaço desde os 16 anos, quando começou a velejar. Foi campeão brasileiro da Classe Snipe em 1967, como proeiro de Nelson Picollo, conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 1967 e também foi campeão mundial da Classe Snipe, em 1967.
"Depois de um tempo, parei de velejar, porque tinha que trabalhar. Senti que faltavam juízes, era algo que não tinha muito no Brasil, e comecei a me especializar", explica. Dedá é juiz nacional de regatas há 25 anos. "Comecei a fazer, deu certo, então acabei ficando. Vou seguir até me aposentar", garante.

Seis gerações de sócios

Comodoro há quatro anos, Pereira começou a frequentar o clube na barriga da mãe

Comodoro há quatro anos, Pereira começou a frequentar o clube na barriga da mãe


LUIZA PRADO/JC
O neonatologista e professor universitário Manuel Ruttkay Pereira frequenta o clube desde o ventre da mãe. Comodoro há dois termos, com duração de dois anos cada, Pereira deixará o cargo no dia 8. O médico estima que a geração dos netos dele seja a sexta da família a frequentar o clube.
"Meu avô era um médico que veio de Budapeste e foi convidado por Geyer para ser sócio. Mais tarde, minha mãe trouxe meu pai. Minhas filhas velejaram comigo, e, hoje, meus netos já frequentam o clube", conta. Tanto os pais de Pereira como os filhos praticam a vela.

Pequeno velejador trouxe a família

Dutra associou a família ao clube e, agora, também está aprendendo a velejar

Dutra associou a família ao clube e, agora, também está aprendendo a velejar


LUIZA PRADO/JC
O oficial do Exército Marcelo Dutra foi transferido para Porto Alegre em 2012. Conheceu o clube há três anos por meio do filho, que se interessou pelas aulas da escola de vela Barra Limpa. "Os pais querem tirar os filhos de dentro de casa, principalmente para fazer algo ao ar livre, e o clube veio ao encontro do que queríamos", conta.
Há um ano, Dutra associou a família ao clube e, agora, também está aprendendo a velejar. A possibilidade de empréstimo de barcos para jovens que se interessem pelo esporte é, para o coronel, um estímulo à atividade, uma vez que, para adquirir uma embarcação, é necessário um alto investimento.

Atividades de verão

Curso Optimist de verão, dos sete aos 14 anos, de segunda a sexta-feira, das 14h às 18h
  • Não sócios: R$ 250,00
  • Sócios: R$ 175,00
Colônia de férias "A Jangadinha", dos cinco aos 12 anos, de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h, incluindo almoço e recreação
  • Não sócios: R$ 400,00
  • Sócios: R$ 300,00
Arrais Amador (habilitação para conduzir barcos em águas interiores - lagos e rios)
  • Não sócios: R$ 650,00
  • Sócios: R$ 520,00

Para aproveitar os restaurantes

Bistrô Pimenta Rosa (aberto ao público)
  • De terça a sexta-feira, das 11h30min às 14h
  • Sábados e domingos, das 11h30min às 15h
  • Jantar de terça a sábado, das 18h30min às 23h
Restaurante da Ilha (só para associados)
  • De terça-feira a sábado das 10h às 21h
  • Domingo, das 10h às 20h