A coalizão populista que governa a Itália decretou uma série de mudanças que tornam as normas de imigração mais restritivas. A iniciativa foi apresentada na segunda-feira pelo ministro do Interior, Matteo Salvini, líder da Liga, partido de extrema direita que divide o poder com o Movimento 5 Estrelas (M5S), antissistema. O texto adota medidas defendidas pelos ultraconservadores, como a anulação da nacionalidade italiana atribuída a imigrantes condenados por crimes.
A justificativa do governo é ampliar o rigor com estrangeiros que se tornam autores de delitos e crimes. Entre outras medidas, o Ministério do Interior agora restringirá a emissão de vistos humanitários, que, até aqui, eram atribuídos a 25% dos imigrantes que solicitavam refúgio. Pessoas consideradas "perigosas" ou que tenham sofrido condenações judiciais em primeira instância também terão o visto negado.
O acolhimento será alterado. Os estrangeiros serão deslocados para grandes centros, desmontando a política de distribuição dos imigrantes pelo país. Menores desacompanhados serão a exceção. O texto terá de passar pelo Parlamento, em até 60 dias. Como os dois partidos têm maioria no Legislativo, a homologação não deve enfrentar resistências.