Pelo menos 17 venezuelanos morreram nos últimos dias ao tentar cruzar a região conhecida como Páramo de Berlín, santuário natural na cordilheira dos Andes, na Colômbia. O local, a 3 mil metros de altitude, registra temperaturas que podem chegar a 15 graus negativos.
Diretora do albergue Espíritu Santo, em Tunja (ponto final da travessia do Páramo), Anny Uribe diz que muitos venezuelanos têm empreendido a viagem a pé e que os relatos contabilizam, ao menos, 17 mortos por hipotermia. Entre as vítimas, nove são crianças.
Após cruzar a fronteira em Cúcuta (Colômbia), os venezuelanos vão para Bucaramanga e enfrentam cerca de 190 quilômetros a pé, caminhando 50 horas em cinco dias. No início, enfrentam calor extremo, para depois encarar o frio da cordilheira andina. "Chegou, aqui, um grupo de 14 pessoas, e elas nos contaram que eram 17. Três morreram na travessia. Essas pessoas chegam com feridas nos pés, desidratadas, desnutridas, com hipotermia", relata.
Cerca de 1 milhão de venezuelanos ingressaram na Colômbia desde o início da crise na Venezuela. Cerca de 800 mil já residem no país.