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Internacional

- Publicada em 24 de Agosto de 2018 às 20:35

Venezuela ameaça cortar fornecimento de energia a Roraima

A Venezuela ameaça interromper o fornecimento de energia ao estado de Roraima, o único que não está interligado ao sistema elétrico brasileiro, e que depende em grande parte das importações vindas do país vizinho. O motivo do corte seria uma resposta à falta de pagamento de uma dívida, de ao menos US$ 33 milhões (R$ 135 milhões, na cotação de hoje), que a Eletrobras acumula com uma estatal venezuelana pela compra de energia usada para abastecer o estado.
A Venezuela ameaça interromper o fornecimento de energia ao estado de Roraima, o único que não está interligado ao sistema elétrico brasileiro, e que depende em grande parte das importações vindas do país vizinho. O motivo do corte seria uma resposta à falta de pagamento de uma dívida, de ao menos US$ 33 milhões (R$ 135 milhões, na cotação de hoje), que a Eletrobras acumula com uma estatal venezuelana pela compra de energia usada para abastecer o estado.
 
Há 17 anos Roraima recebe energia da Venezuela por meio da linha de transmissão de energia de Guri. A subestação foi inaugurada em 2001, ainda no governo de Fernando Henrique Cardoso e do então presidente venezuelano Hugo Chavez. Com o agravamento da crise econômica no país vizinho e a falta de manutenção no linhão, o estado enfrenta instabilidade no fornecimento de energia.
 
Ao todo, são 211 quilômetros de linha de transmissão entre Santa Elena, na Venezuela, e Boa Vista, capital de Roraima. Ao menos dois terços da energia consumida no estado são gerados pela usina hidrelétrica de Guri, que fica ao Norte da Venezuela. O restante é produzido por usinas térmicas.
 
O motivo do não pagamento é operacional, e não falta de dinheiro. A Eletrobras tem relatado que bancos brasileiros, como Banco do Brasil e Caixa, estão com dificuldades para processar a transferência do dinheiro do Brasil para a Venezuela.
 
O entrave estaria relacionado ao embargo dos Estados Unidos à Venezuela. As restrições impostas pelos americanos impedem operações de bancos estrangeiros com o país. As instituições brasileiras são afetadas indiretamente, e não estariam conseguindo repassar o dinheiro para o banco indicado pela Venezuela.
 
O aviso sobre a possibilidade de faltar energia foi feito ao governo brasileiro por meio de ofício encaminhado à Eletronorte (subsidiária da Eletrobras) no dia 4 de junho. A estatal venezuelana Corpoelec deu prazo de 90 dias, que vence em setembro, para receber a dívida.
 
Desde então, o governo federal vem tentando negociar uma saída para pagar a dívida com a estatal venezuelana. O Ministério de Minas e Energia informou que os bancos centrais do Brasil e da Venezuela "estão trabalhando para resolver o problema". O Ministério da Fazenda também participa das negociações, segundo o Banco Central.
 
O Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha o tema e "realiza gestões diplomáticas junto ao governo da Venezuela".
 
Autoridades do setor elétrico afastam o risco de um apagão em Roraima, já que o estado poderia ser abastecido por usinas térmicas. Mas essa saída teria um custo elevado. A solução definitiva para os problemas de abastecimento de energia em Roraima é a interligação do estado ao sistema nacional de energia.
 
Para isso, é necessário construir uma linha de transmissão, chamada de linhão de Tucuruí, para ligar Manaus a Boa Vista. A obra foi licitada em 2011, no entanto, dos cerca de 700 quilômetros totais da ligação, 123 passam por uma reserva indígena. Por falta de licenciamento para a construção de rede no território dos índios waimiri-atroari, o projeto até hoje não saiu do papel. O governo fez nesta semana uma reunião para tentar destravar o licenciamento, mas não há prazo para o início das obras.
 
Ao mesmo tempo em que Roraima pode ficar sem energia, o estado recebe milhares de refugiados venezuelanos, que se concentram na cidade de Pacaraima. No último fim de semana, cerca de 700 imigrantes foram atacados por brasileiros. Não houve feridos.
 
As ameaças de corte no fornecimento de energia ocorrem em um momento em que o governo tenta privatizar a distribuidora de Roraima, subsidiária da Eletrobras. O leilão está marcado para o próximo dia 30.
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