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Internacional

- Publicada em 25 de Junho de 2018 às 14:30

Em mais um sinal diplomático, Coreia do Norte cancela evento anual anti-EUA

Cancelamento seria consequência do enfraquecimento do discurso de Kim contra os Estados Unidos

Donald Trump and Kim Jong Un became on June 12 the first sitting US and North Korean leaders to meet, shake hands and negotiate to end a decades-old nuclear stand-off. / AFP PHOTO / SAUL LOEB
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Cancelamento seria consequência do enfraquecimento do discurso de Kim contra os Estados Unidos Donald Trump and Kim Jong Un became on June 12 the first sitting US and North Korean leaders to meet, shake hands and negotiate to end a decades-old nuclear stand-off. / AFP PHOTO / SAUL LOEB Caption


SAUL LOEB/AFP/JC
Agência Estado
A Coreia do Norte decidiu não realizar um dos eventos anuais mais simbólicos do país, o comício anti-imperialismo dos EUA, que marca as comemorações pelo início da Guerra da Coreia. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (25) apesar de nenhum funcionário do governo ter se manifestado oficialmente sobre a decisão. Este seria mais um sinal de melhora nas relações entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A Coreia do Norte decidiu não realizar um dos eventos anuais mais simbólicos do país, o comício anti-imperialismo dos EUA, que marca as comemorações pelo início da Guerra da Coreia. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (25) apesar de nenhum funcionário do governo ter se manifestado oficialmente sobre a decisão. Este seria mais um sinal de melhora nas relações entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Normalmente, massas de moradores gritam frases de efeito, agitam bandeiras e levantam os punhos a cada ano, marcando o começo de um mês de eventos anti-EUA, todos voltados para a Guerra da Coreia e destinados a fortalecer o nacionalismo e a união. Tudo culmina em 27 de julho, um feriado nacional chamado "Vitória na Guerra de Libertação da Pátria". No ano passado, o evento foi realizado na Praça Kim Il-sung e contou com a presença de 100 mil pessoas. O país chegou a emitir selos oficiais especiais para comemorar o evento.
A Coreia do Norte enfraqueceu sua retórica anti-Washington nos últimos meses, com o objetivo de criar uma atmosfera mais conciliadora antes da cúpula realizada no dia 12 e, também, evitar desentendimentos dos dois lados para reduzir tensões e aumentar o diálogo.
Após o encontro entre Trump e Kim, a mídia estatal norte-coreana exibiu um especial de 42 minutos sobre o encontro diplomático. O programa tem sido reprisado desde então, o que provavelmente significa que são poucos os moradores do país que não estão cientes das mudanças. Para muitos norte-coreanos, o especial televisivo também foi a primeira vez em que puderam de fato ver a figura de Trump. Ainda assim, as mudanças e o modo como são apresentadas são detalhadamente planejadas pelo governo.
Até agora, pouco foi falado sobre o interesse de Washington na desnuclearização norte-coreana, apesar da diminuição das referências à necessidade de o país possuir armas nucleares. Em 2017, Kim testou mísseis de longo alcance em ritmo recorde e as tensões com os EUA se deterioram consideravelmente.
A postura menos estridente de Pyongyang nas últimas semanas destaca a posição delicada do país, décadas depois de ter declarado que os EUA eram seu arqui-inimigo. Nos relatórios sobre a cúpula em Cingapura, a mídia estatal se referiu a Trump com deferência, usando seu nome completo e o título de presidente dos Estados Unidos, postura diferente da normalmente utilizada para funcionários do governo americano, que são apresentados apenas pelo sobrenome e sem cargo.
A mudança de tom da Coreia do Norte ainda não é permanente e vai depender de como os processos de desnuclearização e suspensão de sanções econômicas ocorram. Caso falhem, as relações com Washington podem piorar com rapidez e é provável que os esforços de propaganda e doutrinação do regime de Kim sejam recalibrados. Mas acabar com toda a propaganda antiamericana seria uma tarefa hercúlea. A Guerra da Coreia devastou o país, que sofreu nas mãos dos EUA e seus aliados, e o conflito ainda é uma parte importante na educação e doutrinação de toda a população.
Imagens negativas de americanos retratados como duendes de nariz grande são comuns em escolas primárias e jardins de infância, assim como os avisos para que a população tome cuidado com a agressão, fraude e brutalidade americanas. Tais lições estão presentes em todos os livros didáticos e centros de educação no país asiático. Os slogans antiamericanos também podem ser vistos na capital norte-coreana e em outras cidades, mas não são tão numerosos.
Enquanto suaviza o tom contra os EUA, a Coreia do Norte também intensifica os ataques aos "valores capitalistas", estabelecendo um alerta de que suas tentativas diplomáticas para criar relações com o resto do mundo não devem ser entendidas como o abandono das ideias socialistas no país. Fonte: Associated Press.
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