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relações exteriores

- Publicada em 20 de Junho de 2018 às 01:00

Estados Unidos deixam o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas

O governo dos Estados Unidos anunciou ontem que o país deixará o Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas). De acordo com a embaixadora do país na entidade, Nikki Haley, a decisão foi tomada porque seus esforços para reformar o órgão sediado em Genebra, na Suíça, foram em vão.
O governo dos Estados Unidos anunciou ontem que o país deixará o Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas). De acordo com a embaixadora do país na entidade, Nikki Haley, a decisão foi tomada porque seus esforços para reformar o órgão sediado em Genebra, na Suíça, foram em vão.
"Nenhum país teve a coragem de participar de nossa luta", lamentou. A embaixadora afirmou ainda que considera o conselho "hipócrita" e voltado para seu próprio benefício, ao abrigar países como Venezuela e Líbia, cujos governos são alvo de críticas dos norte-americanos. Haley destacou ainda que gostaria de "deixar bem claro" que a medida não significa um recuo dos Estados Unidos em seus compromissos com os direitos humanos.
A decisão representa uma nova rejeição do multilateralismo por Washington, depois de o presidente Donald Trump ter retirado seu país do acordo climático de Paris e do tratado nuclear com o Irã. Os EUA boicotaram o conselho por três anos durante a gestão de George W. Bush, mas voltaram a integrá-lo sob Barack Obama, em 2009.
O anúncio ocorre em um momento em que há uma elevação das críticas ao governo Trump pela opção de separar famílias que tentam entrar em seu território pela fronteira com o México. Na segunda-feira Zeid Ra'ad al-Hussein, o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, pediu que Washington suspenda sua política "impiedosa" em relação aos imigrantes.

Áudio mostra crianças chorando e chamando os pais

Uma gravação em áudio que parece captar vozes de crianças pequenas falando em espanhol e chamando seus pais em uma instalação nos EUA é o centro das atenções no crescente tumulto causado pelas separações de famílias de imigrantes, que já levou à retirada de 2 mil crianças de seus familiares. "Papai! Papai!", diz uma criança na gravação, chorando. O áudio foi inicialmente divulgado pela organização sem fins lucrativos ProPublica.
A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kirstjen Nielsen, disse que não ouviu a gravação, mas afirmou que as crianças colocadas sob custódia do governo estão sendo tratadas humanamente. Ela reiterou que o governo tem altos padrões para os centros de detenção e que as crianças são bem cuidadas, ressaltando que o Congresso precisa preencher lacunas na lei para que as famílias possam permanecer juntas.

Senador defende legislação para manter famílias juntas

Crianças são mantidas em jaulas de metal em antigo depósito no Texas

Crianças são mantidas em jaulas de metal em antigo depósito no Texas


/US CUSTOMS AND BORDER PROTECTION/AFP/JC
O áudio veio à tona no momento em que políticos e defensores públicos se reúnem na fronteira entre Estados Unidos e México para visitar os centros de detenção de imigrantes e aumentar a pressão sobre o governo do presidente Donald Trump para encerrar a política de separação das famílias.
O deputado democrata Ben Ray Lujan, do Novo México, disse que o local era um antigo hospital convertido em alojamento para crianças, com quartos divididos por faixa etária. Havia um pequeno quarto para os mais novos, com duas cadeiras altas, onde dois bebês estavam sentados, usando roupas iguais.
Outro grupo de legisladores visitou, no domingo, um antigo depósito em McAllen, também no Texas, onde centenas de crianças são mantidas em jaulas de metal. Uma das celas no local tinha 20 menores. Mais de 1,1 mil pessoas estavam dentro da instalação, ampla e escura, dividida em alas para crianças desacompanhadas, adultos sozinhos e pais e mães com filhos.
O senador republicano Ted Cruz, do Texas, anunciou, na segunda-feira, que estava instaurando uma legislação de emergência para manter as famílias de imigrantes juntas. "Todos os norte-americanos estão horrorizados, com razão, diante das imagens que estamos vendo no noticiário, de crianças chorando sendo afastadas de suas mães e pais", afirmou.
Na segunda-feira, Trump defendeu a política de seu governo enfaticamente na segunda-feira, culpando o Partido Democrata por separar as famílias. "Os Estados Unidos não serão um campo de imigrantes, nem um campo de refugiados", declarou. "Não sob minha supervisão", completou.