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Mobilidade urbana

- Publicada em 14 de Maio de 2022 às 09:30

Plano de Mobilidade Urbana de Porto Alegre será debatido nesta segunda-feira

Superlotação no transporte coletivo é uma consequência da redução do número de linhas durante a pandemia

Superlotação no transporte coletivo é uma consequência da redução do número de linhas durante a pandemia


ANDRESSA PUFAL/JC
Além do tempo de espera e do valor da passagem considerado caro pelos passageiros, R$ 4,80, o transporte público da Capital ainda enfrenta as dificuldades impostas pela pandemia. Para apresentar possíveis melhorias, o Plano de Mobilidade Urbana de Porto Alegre (PMU) será debatido nesta segunda-feira (16), a partir das 19h, em audiência pública virtual organizada pela Câmara Municipal.
Além do tempo de espera e do valor da passagem considerado caro pelos passageiros, R$ 4,80, o transporte público da Capital ainda enfrenta as dificuldades impostas pela pandemia. Para apresentar possíveis melhorias, o Plano de Mobilidade Urbana de Porto Alegre (PMU) será debatido nesta segunda-feira (16), a partir das 19h, em audiência pública virtual organizada pela Câmara Municipal.
Com objetivo de orientar que ações e investimentos estejam de acordo com as metas traçadas em relação ao sistema de mobilidade urbana, o Projeto de Lei Complementar 01/22 do Executivo, que estabelece o PMU, é um instrumento de planejamento de curto, médio e longo prazo. O plano segue as orientações da Lei 12.587 de 2012, que instituiu esta obrigatoriedade para todos os municípios com mais de 20 mil habitantes.
Funcionária da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Pucrs), Franciele Silva de Almeida, 31 anos, utiliza o transporte público como principal meio de locomoção até o trabalho. “Os ônibus estão sempre cheios, principalmente porque os horários ainda não voltaram. De manhã e neste horário (13h45min) está sempre lotado”, lamenta.
A superlotação dentro do transporte coletivo é uma consequência da redução do número de linhas. Seguindo as orientações sanitárias do decreto municipal nº 20.625, que entrou em vigor em junho de 2020, a tabela horária fornecida pela Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC) sofreu uma redução de viagens entre 10% a 60% do total. No primeiro momento, a lotação máxima de passageiros em pé ficou limitada a 10 pessoas em ônibus comuns e 15 em ônibus articulados.
De acordo com o secretário municipal de Mobilidade Urbana, Adão de Castro Júnior, a restrição das ocupações baixou a demanda de passageiros. Na tentativa de reverter esse cenário e qualificar o sistema de transporte público, com o foco no atendimento ao usuário, o programa “Mais Transporte", lançado pela prefeitura no final de abril, irá reativar 19 linhas até o final de maio.
Com o aumento das linhas, serão mais 109 ônibus, 2.163 viagens e mais de 52 mil quilômetros rodados diariamente, considerando dias úteis. Em andamento, desde a segunda-feira (9), a meta do programa, conforme o secretário, é atender 70% das linhas ofertadas em 2019. “Vamos retomar com aquelas linhas que foram unificadas em 2020/21, o que proporciona um tempo de permanência menor dentro do ônibus”, garante.
Frentista em um posto ao lado da avenida Ipiranga, Lucas Martins, 22 anos, chegou a esperar pelo ônibus das 22h até a meia-noite de um domingo para conseguir voltar para casa, localizada próxima à avenida Bento Gonçalves e ao Morro da Cruz, na Zona Leste. “Às 19h, é ainda pior, para voltar só tem o ônibus Santa Catarina”. Apesar de receber o vale transporte pela empresa em que trabalha, Martins comenta que, para uma pessoa, o valor da passagem é aceitável, mas para quem tem família, como é o caso dele, a saída são os aplicativos de viagem.
Devido à retomada das atividades presenciais, houve uma mudança no método de cálculo de déficit tarifário para o custo por quilômetro rodado (CKM). Dessa forma, a passagem permanece R$ 4,80 até o próximo ano. Entre fevereiro deste ano e janeiro de 2023, serão investidos pela prefeitura R$ 98 milhões no transporte público.

Ufrgs organiza blitz entre 16 e 20 de maio para fiscalizar as linhas 343 e 353

“O (ônibus) agronomia é horrível, demora meia hora e está sempre lotado. Não sei se é por conta da pandemia, mas antes já era assim, chega um certo ponto que não dá mais”, reclama a estudante de odontologia da Pucrs, Bianca Xavier, 25 anos. A demora e a superlotação no transporte universitário afetam, além de Bianca, uma grande parcela de alunos da universidade, de acordo com o integrante do Diretório Central de Estudantes (DCE), Denis Brum.
Prevista para junho, a volta às aulas presenciais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) gera uma preocupação para os estudantes que utilizavam a linha D43, que passava por 22 paradas de grande fluxo de passageiros, incluindo também a Pucrs. “Nós já tínhamos sofrido com a retirada do T1D, isso já tinha um impacto muito grande no número de pessoas nos ônibus. Às vezes, as pessoas não conseguem nem entrar”, diz Brum.
Segundo a prefeitura, com a retirada do D43 em abril, outras duas linhas, como a 343 e 353, passaram a oferecer mais ofertas de viagens. “A D43 tinha 109 viagens por dia, sendo 53 bairro/Centro, e 56 Centro/bairro. Ela foi suprimida, pois houve uma mudança no sistema viário local, a qual foi implementada uma faixa prioritária e ela deixou de ser atrativa, porque os ônibus iriam trafegar juntos. Ela era quase uma linha direta”, explica o secretário de Mobilidade Urbana. A linha 353, por exemplo, tem 132 viagens por dia.
“Tiraram o T1D, que é uma linha universitária e o próprio D43, e justificam que terá mais 343 e 353, o que todo mundo está vendo que não é verdade. O DCE está organizando uma blitz de fiscalização dos horários dessas linhas para mostrar por A + B que são linhas que precisam ser aumentadas, assim como o conjunto da frota na cidade”, diz um dos responsáveis pelo DCE da Ufrgs, Júlio Câmara. A blitz ocorre na próxima semana, entre os dias 16 e 20 de maio.
Mesmo sem aulas na universidade no momento, Câmara argumenta que ocorrem atividades acadêmicas e sociais que não justificam as restrições, especialmente sobre a tabela de horários. “Essa tragédia de filas nós vemos no Centro, na Salgado Filho, no Camelódromo. As condições que os ônibus estão circulando, completamente abarrotados, são resultado desse sucateamento do transporte público que afetou bem o trajeto universitário da cidade”.

ATP planeja retomar parceria com universidades na confecção do TRI

Com a nova lei tarifária, publicada em 30 de dezembro de 2021, o Transporte Integrado (TRI) sofreu alterações. Além de não contemplar os estudantes de pós-graduação no benefício, a lei exige que todos os demais comprovem a renda familiar para receber o desconto de 25, 50 e 75% do valor da passagem ou isenção total.
As mudanças que foram feitas no processo de confecção e renovação do TRI escolar não foram boas, segundo Câmara. “Primeiro, retira o direito das pessoas que nós defendemos. Pessoas da pós-graduação que moram em Porto Alegre perderam esse direito. Além dessa mudança ser ruim, não concordamos com a escala de renda, não concordamos com os valores da faixa”.
Atualmente, não há pessoas aguardando na fila de espera para confecção do TRI, de acordo com a prefeitura. “As pessoas que estão cadastradas, estão recebendo seu benefício, talvez não na porcentagem adequada. Talvez um receba 50%, enquanto tinha direito de receber 75%, mas é uma questão de tempo, vamos resolver logo”, diz Adão de Castro. Nos próximos dias, a prefeitura irá anunciar um recadastramento para organizar o enquadramento das faixas.
No entanto, o enquadramento inadequado não é o único ponto abordado pelos estudantes. Conforme os DCEs de Pucrs e Ufrgs, já ocorreram problemas relacionados com a perda de documentos e entrega do cartão fora do prazo. “Temos um problema grave na relação da EPTC e da Associação dos Transportadores de Porto Alegre (ATP), que é quem faz o serviço, com as entidades estudantis. Hoje, nenhuma universidade faz esse serviço, porque não tem diálogo. Achamos que isso tem a ver com uma tentativa da prefeitura e da ATP de enfraquecer as entidades estudantis”, comenta Câmara. De acordo com ele, as universidades têm autorização para organizar o TRI Escolar, que é também uma fonte de renda.
Por outro lado, a ATP esclarece que não há nenhum problema em retomar a parceria com as universidades. “Na questão da retomada, as universidades foram as últimas entidades estudantis a retornar mais próximo à normalidade, algumas federais não voltaram 100% hoje e algumas pretendem voltar no segundo semestre. Ficamos à mercê de informação de jornais, da ETPC e não existe uma centralização em relação à retomada, mas funcionava perfeitamente bem”, diz o engenheiro de transportes da empresa, Antônio Augusto Lovatto.

Confira as linhas que serão reativadas

  • Linha 520.3 Triângulo/24 de Outubro/Auxiliadora – Ampliação de 14 viagens por dia, passando de 180 para 194 viagens. Serão 100 no sentido bairro/centro e 94 no sentido centro/bairro. Intervalo médio entre as viagens no pico da manhã (das 6h às 9h) de 6 minutos. Intervalo médio entre as viagens no entrepico (das 9h às 16h) de 10 minutos. Intervalo médio entre as viagens no pico da tarde (das 16h às 19h) de 7 minutos.
  • Linha 610.2 Minuano/Lindóia/Sarandi – Ampliação de quatro viagens por dia, passando de 74 para 78 viagens. Serão 39 no sentido bairro/centro e 39 no sentido centro/bairro. Intervalo médio entre as viagens no pico da manhã (das 6h às 9h) de 18 minutos. Intervalo médio entre as viagens no entrepico (das 9h às 16h) de 23 minutos. Intervalo médio entre as viagens no pico da tarde (das 16h às 19h) de 16 minutos.
  • Linha 613.5 Elisabeth/Sarandi - Ampliação de 12 viagens por dia, passando de 80 para 92 viagens. Serão 46 no sentido bairro/centro e 46 no sentido centro/bairro. Intervalo médio entre as viagens no pico da manhã (das 6h às 9h) de 10 minutos. Intervalo médio entre as viagens no entrepico (das 9h às 16h) de 15 minutos. Intervalo médio entre as viagens no pico da tarde (das 16h às 19h) de 9 minutos.
  • Linha 632 Nossa Senhora de Fátima – Ampliação de 14 viagens por dia, passando de 74 para 88 viagens. Serão 44 no sentido bairro/centro e 44 no sentido centro/bairro. Intervalo médio entre as viagens no pico da manhã (das 6h às 9h) de 15 minutos. Intervalo médio entre as viagens no entrepico (das 9h às 16h) de 24 minutos. Intervalo médio entre as viagens no pico da tarde (das 16h às 19h) de 14 minutos.
  • Linha Alimentadora A13.5 – Ajuste de tabela horária. Novos horários: 5h57 - 6h34 - 6h55 - 7h35.
  • Linha 165 Cohab - Ampliação de 13 viagens por dia, passando de 144 para 157 viagens. Serão 78 no sentido bairro/centro e 79 no sentido centro/bairro. Intervalo médio entre as viagens no pico da manhã (das 6h às 9h) de 9 minutos. Intervalo médio entre as viagens no pico da tarde (das 16h às 19h) de 10 minutos.
  • Linha 179 Serraria – Ampliação de quatro viagens por dia, passando de 82 para 86 viagens, serão 43 no sentido bairro/centro e 43 no sentido centro/bairro. Intervalo médio entre as viagens no pico da manhã (das 6h às 9h) de 15 minutos. Intervalo médio entre as viagens no pico da tarde (das 16h às 19h) de 15 minutos.
  • Linha 195 TV - Ampliação de quatro viagens por dia, passando de 92 para 96 viagens, serão 48 no sentido bairro/centro e 48 no sentido centro/bairro. Intervalo médio entre as viagens no pico da manhã (das 6h às 9h) de 10 minutos. Intervalo médio entre as viagens no pico da tarde (das 16h às 19h) de 15 minutos.
  • Linha 211 Restinga Velha – Ampliação de quatro viagens por dia, passando de 83 para 87 viagens, serão 45 no sentido bairro/centro e 42 no sentido centro/bairro. Intervalo médio entre as viagens no pico da manhã (das 6h às 9h) de 17 minutos. Intervalo médio entre as viagens no pico da tarde (das 16h às 19h) de 16 minutos.
  • Linha 262 Jardim Vila Nova – Ampliação de 11 viagens por dia, passando de 80 para 91 viagens, serão 46 no sentido bairro/centro e 45 no sentido centro/bairro. Intervalo médio entre as viagens no pico da manhã (das 6h às 9h) de 15 minutos. Intervalo médio entre as viagens no pico da tarde (das 16h às 19h) de 17 minutos.
  • Linha 268 Belém Novo (via Cavalhada) – Ampliação de duas viagens por dia, passando de 95 para 97 viagens, serão 48 no sentido bairro/centro e 49 no sentido centro/bairro. Com a reativação da R68, intervalo médio entre as viagens no pico da manhã (das 6h às 8h) de 12 minutos. Com a reativação da R68, intervalo médio entre as viagens no pico da tarde (das 17h às 19h) de 13 minutos.
  • Linha A19 Hospital Restinga – Ampliação de uma viagem por dia, passando de 20 para 21 viagens. Ajuste em viagens de entrada e saída da Escola Federal da Restinga. Acréscimo de uma viagem bairro ao Terminal às 22h30.
  • Linha R4 Rápida Restinga Velha – Reativação de linha. Horários bairro ao Centro: 5h55 e 6h20. Centro ao bairro: 17h30.
  • Linha R68 Rápida/Belém Novo (via Cavalhada) – Reativação da linha. Horários bairro ao Centro: 6h15 e 6h35. Horários Centro ao bairro: 17h45 e 18h05.