Embora os moradores estejam com acesso à água, de acordo com a líder da comissão, Any Moraes, “muitas famílias não receberam as caixas, não existe um plano de trabalho e um plano de entrega pela prefeitura.” O processo de entrega das caixas d'água pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) teve início após o decreto que colocou os bairros Partenon, Vila São José, Vila João Pessoa, Coronel Aparício Borges e Santo Antônio em situação de emergência, em fevereiro deste ano.
“Como é um ponto muito difícil de instalar reservatórios públicos, as caixas d'água nas casas ajudam a estabilizar o sistema, porque eles (os bairros) dependem de cinco estações de bombeamento em linhas'', explica o diretor-geral do Dmae, Alexandre Garcia.
Com investimento de R$ 1,2 milhão até o momento, além da distribuição de 137 caixas d’água, o Dmae realizou no Morro da Cruz melhorias energéticas e entroncamentos. Já as válvulas de recalque e de sucção foram substituídas, assim como as bombas, as redes de água, os painéis de solda e de soft starter. Este último aparelho possibilita que o moto bomba opere na sua capacidade máxima, aumentando a pressão do recalque da região abastecida pela Estação Cota 200 e fazendo com que a água alcance os 250 metros durante o período da noite, que é de menor consumo.
Já no início de março, foi realizada a troca da bomba in line, um conjunto moto bomba, montado em um corpo único, inserido direto na tubulação, que impede que o motor desarme por baixa tensão ou desbalanço de fase da energia fornecida.
No entanto, apesar das melhorias, Any destaca que o fortalecimento necessário não foi resolvido. Nesta semana, entre a madrugada de terça-feira até a última quinta-feira, moradores das regiões mais altas do morro (Campo da Lichia, Beco 3, São Guilherme e Santa Teresa) permaneceram sem água, o que ocorre com frequência.
Outra questão apontada pelos moradores é a mudança de critérios para a distribuição das caixas d'água. “Para um pessoal da comunidade, eles (prefeitura) não quiseram entregar as caixas, porque as pessoas têm um ramal de água informal, mas até então não tinha esse critério. Temos até um vídeo de uma senhora que recebeu a caixa e o material para instalação e no outro dia retiraram”, conta a integrante da Comissão de Moradores Angela Comunal.
De acordo com o Dmae, o projeto de redes de água (tubulações embaixo da terra) será finalizado até o final do primeiro semestre e, posteriormente, será realizada a transformação das áreas abastecidas de forma informal para formal.