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Segurança Pública

- Publicada em 13 de Janeiro de 2022 às 13:14

RS tem menor número de crimes contra a vida desde início da série histórica

Número de homicídios, latrocínios e feminicídios é 46,6% menor que em 2017

Número de homicídios, latrocínios e feminicídios é 46,6% menor que em 2017


Rodrigo Ziebell/GVG/DIVULGAÇÃO/JC
Durante o ano de 2021, foram cometidos 1.718 crimes contra a vida, entre homicídios, latrocínios e feminicídios. Este é o menor número desde o início da série histórica, iniciada em 2012, quando o monitoramento passou a contar individualmente o número de vítimas dos três delitos. O índice é também 46,4% inferior aos crimes registrados em 2017 (3.203), ano que marcou o ápice da escalda da violência no Estado que ocorria desde 2014. A redução entre 2020 para o ano passado é de 12,3%.
Durante o ano de 2021, foram cometidos 1.718 crimes contra a vida, entre homicídios, latrocínios e feminicídios. Este é o menor número desde o início da série histórica, iniciada em 2012, quando o monitoramento passou a contar individualmente o número de vítimas dos três delitos. O índice é também 46,4% inferior aos crimes registrados em 2017 (3.203), ano que marcou o ápice da escalda da violência no Estado que ocorria desde 2014. A redução entre 2020 para o ano passado é de 12,3%.
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A taxa de homicídios proporcional à população sofreu uma redução ainda menor, com queda de 48% entre 2017 e 2021. A taxa, que era de 36,4 homicídios a cada 100 mil habitantes, caiu quase pela metade - para 13,6. É o menor índice desde 2010. Contando apenas os homicídios, o total de vítimas é o menor desde 2006. Os 1.561 assassinatos acontecidos em 2021 representam 1.429 mortes a menos que ocorreram em 2017.
Durante o ano, mais da metade (53,3%) das cidades gaúchas não tiveram registro de assassinatos. Ou seja, não houve homicídios em 265 municípios do Estado.
Os latrocínios também alcançaram o recorde positivo na série histórica. Foram apenas 60 roubos seguidos de morte durante todo o ano, resultado 13% melhor que em 2020, 34,1% melhor que em 2018 e 64,5% melhor que em 2016.
Os dados foram divulgados pela cúpula da segurança pública do Rio Grande do Sul, em evento que apresentou os indicadores de segurança para o ano de 2021 na manhã desta quinta-feira (13), em Alvorada.
“Se tivéssemos mantido os mesmos patamares de 2018, teríamos tido mais de 2 mil mortes a mais. Então podemos dizer que foram mais de duas mil vidas preservadas nestes três anos. Isso é o que nós temos de população em 52 municípios gaúchos. Se tivessem ocorrido essas mortes, é como se um desses municípios tivesse desaparecido" afirmou o vice-governador do Estado, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB), que também acumula a função de secretário de Segurança Pública.
Ranolfo faz referência à redução de 33% no número de homicídios, latrocínios e feminicídios após a atual gestão assumir o Palácio Piratini. Caso o Estado mantivesse os patamares registrados em 2018, haveria 584 mortes a mais em 2019, 615 em 2020 e 857 em 2021, totalizando 2.056 assassinatos que poderiam ter ocorrido em três anos.
O indicador de roubo de veículos cai vertiginosamente desde 2017 e, no ano passado, quebrou mais um recorde positivo: foram registrados 4.935 roubos de veículos, o menor de toda a série histórica que, quando começou em 2002, registrou mais de 8,3 mil veículo roubados e, em 2015, atingiu o pico com mais de 18 mil roubos.
Os indicadores também apontaram o efeito da Balada Segura: 98% dos condutores abordados não estavam dirigindo após beber. Foram realizadas 401 blitz em 15 cidades gaúchas.
Outro número que foi o menor da série histórica foi o de assaltos a bancos, com 40 registros no ano. A série começou em 2012 e atingiu o pico em 2015, com 287 assaltos. Desde então, caiu 86,1%. Entre 2020 e 2021, a redução foi de 16,7%.
Roubos a transportes coletivos também foram os menores da série histórica: 1.150 no ano passado, ante os 6.212 registrados em 2016 - queda de 81,5%. Entre 2020 e 2021, a variação negativa foi de 17,3%
Isolado com Covid-19, o governador Eduardo Leite (PSDB) esteve presente de forma virtual no evento. Direto do Palácio, se disse “muito feliz” com os resultados: “O jogo virou. Nossos agentes da segurança dão essa tranquilidade para a sociedade gaúcha que, precisando, vão encontrar homens e mulheres muito comprometidos. Sempre falo sobre a função do serviço público. Nós, servidores, eleitos por voto popular ou por concurso, sabemos que estamos numa missão de vida, que é fazer as pessoas mais felizes, que é atuar para proteger a vida, o patrimônio, tudo que está na vida das pessoas”, afirmou Leite.
O governador acredita que o Estado poderá assistir os números da criminalidade cair ainda mais ao longo dos próximos anos, por conta de "investimentos históricos”. “A segurança pública vai receber até o final do ano a soma dos investimentos nos últimos 13 anos multiplicados por 2 através do programa Avançar”, disse Leite. Segundo Ranolfo, um Avançar 2 para a segurança pública, com mais recursos destinados à área, deve ser lançado ainda neste ano.

Feminicídios disparam 21% entre 2020 e 2021

O salto na taxa de feminicídios marcou negativamente a segurança pública do Rio Grande do Sul em 2021. Durante o ano passado, 97 mulheres foram assassinadas no Estado simplesmente pelo fato de serem mulheres. Homicídios que foram fruto do machismo estrutural enraizado na sociedade gaúcha e que vitimou e vitima mulheres todos os dias no Brasil e no mundo.
O índice de feminicídios no Estado vinha em decadência desde que atingiu o ápice, em 2018, quando 116 mulheres foram assassinadas por homens. Em 2019, o número reduziu para 97. Em 2020, foi reduzido para 80 - o segundo menor desde o início da série histórica, em 2012.
“O único crime importante que cresceu em 2021 foi o feminicídio. Durante o início do distanciamento social no Rio Grande do Sul, muitos apregoava que ele seria a razão para aumentar feminicídio e, hoje, podemos afirmar com dados que, no ano em que as pessoas estavam isoladas, ocorreu menos feminicídios que em 2021, quando as pessoas voltaram praticamente à normalidade”, declarou o vice-governador gaúcho e secretário de Segurança Pública do Estado, Ranolfo Vieira Júnior (PSDB).
Segundo a Polícia Civil, 90% das mulheres vítimas de feminicídio no Estado não contavam com nenhuma medida protetiva em vigor. “Isso significa que o registro da ocorrência policial salva vidas, que a medida protetiva solicitada salva vidas. Porque a mulher se torna visível ao Estado, fazendo com que os poderes estatais possam agir e impedir que um crime maior aconteça. O dado serve de alerta”, afirma a chefe da Polícia Civil no RS, Nadine Anflor.
Segundo ela, 74% das mulheres são mortas dentro de suas própridas casa. Ela revelou um dado sobre os 97 assassinatos de mulheres em 2021: 31% deles foram seguidos de suicídio. “Isso mostra que existia um problema familiar ali. O feminicídio é um desafio não só da área da segurança pública, mas de toda sociedade. Não depende só das forças de segurança, depende de uma mudança cultural”, declarou a chefe da Polícia Civil.
Segundo Ranolfo, o governo mobiliza um comitê interinstitucional de combate à violência contra a mulher que conta com a presença da Assembleia Legislativa, Poder Judiciário, Ministério Público, Defensoria Pública, secretarias do governo e entes da sociedade civil organizada com o objetivo de “conseguir reduzir este indicador no ano de 2022”, como colocou o chefe das forças de segurança do Estado.
Em outros indicadores de violência contra a mulher, houve resultados positivos. Foram registradas 4,8% menos ameaças, (de 33,6 mil em 2020 para 32 mil em 2021) e 5,3% menos lesões corporais (de 18,9 mil em 2020 para 17,9 mil em 2021). O número de estupros se manteve praticamente estável, com redução de 1% - 2.081 mulheres foram vítimas no ano passado.