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- Publicada em 06 de Dezembro de 2021 às 12:49

Caso Kiss: Testemunha diz que foi coagida em depoimento na Polícia Civil

Entrada do Foro Central I de Porto Alegre, onde é realizado o julgamento dos réus do caso Kiss

Entrada do Foro Central I de Porto Alegre, onde é realizado o julgamento dos réus do caso Kiss


Foto: Juliano Verardi/IMPRENSA TJRS/JC
Juliano Tatsch
O depoimento de Stenio Rodrigues Fernandes, ex-funcionário da boate Kiss, deu início ao sexto dia do julgamento dos quatro réus da tragédia ocorrida em Santa Maria no dia 27 de janeiro de 2013, que deixou 242 vítimas fatais, além de outras 636 pessoas feridas.
O depoimento de Stenio Rodrigues Fernandes, ex-funcionário da boate Kiss, deu início ao sexto dia do julgamento dos quatro réus da tragédia ocorrida em Santa Maria no dia 27 de janeiro de 2013, que deixou 242 vítimas fatais, além de outras 636 pessoas feridas.
O depoente disse que esteve na casa noturna no dia do incêndio, mas saiu antes de as chamas começarem. Já o começo da inquirição, ao ser questionado pelo juiz Orlando Faccini Neto, ele disse que nunca tinha visto artefatos pirotécnicos serem usados dentro da Kiss anteriormente.
Reprodução/YouTube TJ-RS/JC
Fernandes trabalhava na promoção das festas na casa noturna (Reprodução/YouTube TJ-RS/JC)
Fernandes era responsável pela parte de ingressos na boate. Assim, um dos pontos mais tratados em seu depoimento foi a ocupação da casa na noite do ocorrido. “Eu tinha (um limite) de 800 pessoas. Era o número que eu tinha que a casa trabalhava confortavelmente (...) No primeiro ano (2011), houve várias festas que ultrapassaram 800 pessoas, 900 pessoas, mil. A gente percebeu que aquilo não era confortável e não trazia rentabilidade, pois as pessoas não chegavam na copa. A gente recebia muita reclamação disso. Se percebeu, com o tempo, que estar lotado não significa rentabilidade. Percebemos e trabalhamos isso para o segundo ano”, disse o depoente.
Em determinado momento, o depoimento foi interrompido por um debate a respeito da posição do depoente no julgamento. Conforme advogados de defesa, o MP havia arrolado Fernandes como vítima do ocorrido, mas ele não estava na boate na noite do incêndio. Uma fala da promotora Lúcia Callegari acirrou ainda mais os debates. “Temos muito mais que 636 vítimas”, afirmou a representante da acusação. O juiz determinou que os jurados desconsiderassem as palavras da promotora, na medida que o que está em julgamento é a acusação de 242 homicídios e 636 tentativas de homicídio.
Na sua inquirição, a promotora buscou apontar inconsistência no depoimento da testemunha em relação aos seus dois depoimentos anteriores, prestados na Polícia Civil, durante a fase de inquérito policial. Em mais de uma ocasião, Fernandes afirmou que foi coagido na delegacia durante suas oitivas. Segundo a testemunha, diziam para ele "falar tudo o que sabia" para se livrar, pois os réus iriam "apodrecer na cadeia". Além disso, de acordo com o ex-promoter da casa noturna, na polícia, sempre buscavam que ele incriminasse Mauro Hoffmann, um dos sócios da boate.
Assim como os outros funcionários já ouvidos no júri, o depoente afirmou que não teve nenhum treinamento para casa do incêndio ou para o uso de extintores. No prosseguimento da inquirição, a promotora apresentou diversas fotos mostrando uso de artefatos pirotécnicos dentro da Kiss, principalmente as chamadas velas, que eram colocadas em garrafas de espumante.
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