Quem depende da Trensurb para se locomover tem vivido uma cena repetida: o atraso do metrô em função do furto de cabos, crime que já causou prejuízo de estimado de R$ 770 mil para a empresa pública de transporte somente entre janeiro e agosto neste ano.
Nesses oitos meses, foram mais de 60 ocorrências, um aumento de 190% em relação ao mesmo período de 2020. Além dos cabos, objetos de sinalização também têm sido alvo dos criminosos. A situação levou a Polícia Federal a deflagrar, na manhã desta quinta-feira (4), a Operação 6.6kV, com o objetivo de reprimir os furtos na região do Vale dos Sinos.
Os policiais federais cumprem quatro mandados de busca e apreensão em São Leopoldo, vinculados a pontos comerciais identificados como receptadores dos materiais furtados da Trensurb e que, depois, revendem os objetos na região.
Investigação apura receptação de materiais furtados para venda posterior. Polícia Federal/Divulgação/JC
A investigação teve início em setembro e identificou ao menos três possíveis receptadores de materiais subtraídos da Trensurb. O furto é executado, geralmente, por usuários de drogas. Os receptadores são indicados como fomentadores da prática criminosa e há indícios de que também realizem o repasse de drogas aos responsáveis pelos furtos.
A Polícia Federal destaca que, além da perda patrimonial e da paralisação do transporte público, as subtrações constantes também causam risco de acidentes na linha férrea.
O aumento expressivo de ocorrências, segundo a PF, é indicativo de que o número de casos tenha relação com a valorização do metal cobre, principal matéria-prima encontrada nos cabos de energia do sistema.
O nome da operação é uma referência ao modelo do principal cabo de energia encontrado na linha férrea (‘6.6kV’), que possui alta quantidade de cobre em sua composição, sendo o bem mais visado pelos criminosos que invadem os trilhos. A investigação e a deflagração da Operação 6.6kV contam com o apoio da Trensurb.