Cerca de 15 dias após chamar a atenção dos frequentadores da Redenção, em Porto Alegre, pela
semelhança com uma cruz suástica, o símbolo originalmente pintado no piso de uma área às margens do lago do Parque Farroupilha foi pichado com tintas verde e branca. De acordo com a prefeitura da Capital, não há previsão de limpeza da área vandalizada, até que seja divulgado o
laudo técnico sobre o traçado , solicitado pelo prefeito Sebastião Melo em 15 de outubro.
De acordo com a prefeitura, o espaço é tombado como patrimônio histórico, cultural, natural e paisagístico da Capital desde 1997, portanto, qualquer intervenção no piso depende de aprovação e autorização da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), responsável pela elaboração do parecer.
Conforme informou a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (Smamus), responsável pela gestão dos parques da cidade, quando a polêmica em torno da pintura ganhou as redes sociais, os detalhes em preto sobre o piso vermelho na área do lago "fazem parte da originalidade existente" na Redenção, que completou 86 anos em 19 de setembro. O local, inclusive, passou por uma reforma em fevereiro do no passado, quando foi reforçada a pintura.
O engenheiro Guilherme Kerber, chefe da equipe de Obras da Smamus, enfatizou que os detalhes no chão fazem parte do projeto original, e negou que o traçado faça alusão a uma suástica, símbolo popularizado pelo movimento nazista.
Traçado em preto sobre o piso vermelho faz parte do projeto original da área, segundo a prefeitura. Fotos: Andressa Pufal/JC
O laudo técnico da SMC sobre a área, em elaboração e sem prazo de apresentação definido, será embasado em estudos e imagens sobre o projeto da Redenção e as ações de revitalização que a área recebeu. O trabalho envolve também as pastas de Meio Ambiente e Serviços Urbanos da cidade.
Melo teria manifestado que, caso comprovada a alusão à suástica no traçado do piso, determinará a cobertura do assoalho.