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Saúde

- Publicada em 05 de Outubro de 2021 às 11:47

Dois em cada três gaúchos não tinham esgoto coletado em 2019

Dois em cada três gaúchos (7,7 milhões de pessoas) não tinham esgoto coletado em 2019

Dois em cada três gaúchos (7,7 milhões de pessoas) não tinham esgoto coletado em 2019


EVARISTO SA/AFP/JC
Em meio às polêmicas e debates acerca da desestatização de serviços de coleta e tratamento de esgoto e distribuição de água – a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou no início de setembro a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) – O Instituto Trata Brasil divulgou nesta terça-feira (5) um estudo que analisa a relação entre o saneamento básico e as internações e doenças causas pela ausência dos serviços nas regiões e estados brasileiros.
Em meio às polêmicas e debates acerca da desestatização de serviços de coleta e tratamento de esgoto e distribuição de água – a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou no início de setembro a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) – O Instituto Trata Brasil divulgou nesta terça-feira (5) um estudo que analisa a relação entre o saneamento básico e as internações e doenças causas pela ausência dos serviços nas regiões e estados brasileiros.
Conforme o Trata Brasil, em 2019, o Rio Grande do Sul tinha 86,7% da população com acesso à água tratada. Ou seja, há dois anos, cerca de 1,5 milhão de gaúchos não tinha acesso à água tratada, levando-se em consideração a população estimada para o Estado pelo IBGE para aquele ano – 11.377.239 pessoas. O índice era o pior da região Sul do Brasil. No Paraná, 94,7% da população abastecida pelo serviço, enquanto, em Santa Catarina, o percentual era de 90%.

Índices de saneamento básico nos estados do Sul do Brasil em 2019

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Ainda de acordo com a pesquisa, somente 32,3% da população estadual tinha seu esgoto coletado em 2019. Ou seja, dois em cada três gaúchos (7,7 milhões de pessoas) não tinham seu esgoto coletado há dois anos. O índice era melhor do que o catarinense (25,3%), mas muito pior do que o paranaense (73,4%).
O pior indicador do Rio Grande do Sul em relação ao acesso a serviços de saneamento é o de volume de esgoto coletado que é posteriormente tratado. Com míseros 25,9% do volume de esgoto coletado sendo tratado, o RS fica apenas à frente de alguns estados do Norte e do Nordeste do País. O índice de Santa Catarina era de 31,2%, e o do Paraná, de 74,6% (quase três vezes superior ao gaúcho).
Segundo o trabalho, intitulado Saneamento e Doenças de Veiculação Hídrica, o Rio Grande do Sul teve, naquele ano, um total de 8.129 internações hospitalares causadas por doenças relacionadas à água e ao esgoto. O número absoluto coloca o RS em 17º no ranking dos 27 estados brasileiros. A posição não chega a ser ruim, na medida em que o Estado é o sexto com maior população do País (abaixo de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Paraná). O Maranhão foi a unidade da federação em que mais pessoas foram internadas por doenças de veiculação hídrica em 2019, com incríveis 38.237 ocorrências. No lado oposto do ranking está o Amapá, com 861 hospitalizações.
No que diz respeito à taxa de internações por 10 mil habitantes, os gaúchos se destacam mais nacionalmente. O Estado tem o terceiro menor índice do Brasil, com 7,14 internações a cada 10 mil pessoas. Somente o Rio de Janeiro (2,84 hospitalizações/10 mil pessoas) e São Paulo (5,67 internações por 10 mil), tem taxas melhores. Mais uma vez, o Maranhão apresenta o pior índice, com 54,04 internações a cada 10 mil pessoas.
Em relação aos óbitos que tiveram como causa direta as doenças de veiculação hídrica (o estudo considerou doenças diarreicas, dengue, malária, esquistossomose e leptospirose), o Brasil somou 2.734 mortes em 2019. O RS aparece em 15º no ranking da incidência de falecimentos entre os estados brasileiros, com taxa de 0,134 mortes a casa 10 mil habitantes. A pior taxa é de Roraima (0,363), enquanto a melhor é do Rio de Janeiro (0,048).

Hospitalizações relacionadas à falta de saneamento custaram R$ 108 milhões ao País

Em 2019, o país registou 83,7% da população com acesso à água potável, ou seja, quase 35 milhões ainda vivam em locais sem acesso a este serviço – equivalente a população do Canadá.
O estudo do Trata Brasil mostra que a coleta do esgoto chegou para 54,1% da população do País, mas o número de pessoas sem estes serviços alcançava quase 100 milhões. Em relação ao esgoto coletado, apenas 49,1% era tratado, o que resultou em um despejo de 5.368 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento na natureza por dia.
Ao mesmo tempo, foram registradas 273.403 internações por doenças de veiculação hídrica no Brasil em 2019, um aumento de 30 mil comparativamente ao ano anterior. Os gastos com estas hospitalizações foram de R$ 108 milhões, e uma incidência de internação para cada 10 mil habitantes de 13,01.