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Coronavírus

- Publicada em 03 de Junho de 2021 às 20:28

Ocupação de UTIs não baixa de 78,5% em maio no RS

 Aumento da ocupação por outras doenças preocupa gestores públicos

Aumento da ocupação por outras doenças preocupa gestores públicos


MIGUEL SCHINCARIOL/AFP/JC
A taxa diária de ocupação dos leitos de UTI no Rio Grande do Sul se manteve acima de 78,5% nos últimos 30 dias. A maioria dos leitos estava sendo ocupada por pacientes de Covid-19 no mês de maio, mas a demanda estava equilibrada com a de outros pacientes. Regiões como a Norte e a Missioneira sofrem com taxas altas próximas às do pico de Covid-19 em março.
A taxa diária de ocupação dos leitos de UTI no Rio Grande do Sul se manteve acima de 78,5% nos últimos 30 dias. A maioria dos leitos estava sendo ocupada por pacientes de Covid-19 no mês de maio, mas a demanda estava equilibrada com a de outros pacientes. Regiões como a Norte e a Missioneira sofrem com taxas altas próximas às do pico de Covid-19 em março.
No mês de maio, a maior taxa de ocupação, de 86,2%, foi registrada no dia 31, quando 2.947 dos 3.417 leitos de UTI adulto do Estado eram utilizados. Se contar o início de junho, a maior taxa foi de 87,7%, registrada na quarta-feira.
No último dia de maio, quando a taxa era de 86,2%, 1.809 pacientes internados eram casos confirmados de Covid-19, 156 suspeitos e 982 eram pacientes não-Covid-19. O menor número de pacientes com a doença no mês de maio foi registrado no dia 17, quando 1.564 pacientes com Covid-19 estavam internados.
Por outro lado, o número de pacientes sem Covid-19 em UTI não fica abaixo de 900 desde o dia 4 de maio. No dia 28, esse número passou para 1.020 e, em 31 de maio, retornou para a casa dos 900.
O diretor de Auditoria do Sistema Único de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul (SES-RS), Bruno Naundorf, percebe o aumento na demanda de outros pacientes, mas não se surpreende. "É comum e esperado que tenhamos em torno de mil leitos de UTI para outras doenças. Os grandes avanços estão nesses leitos de Covid-19", acrescenta. Ele afirma, também, que a primeira quinzena do mês foi estável. "Mas tivemos uma subida no dia 17 de maio e, depois, uma certa estabilização no final de mês."
Ainda que estável, Naundorf acredita que é necessário prestar atenção. "É quase uma montanha russa. Tivemos um pico elevado há dois meses e a descida ainda não chegou ao nível de fevereiro. Agora, estamos em uma subida de novo", aponta. As taxas de ocupação estão menores que as de março, mas maiores que o considerado normal antes do pico. O número de pacientes com Covid-19 ocupando leitos de UTI não é menor que mil desde o dia 18 de fevereiro.
Naundorf também chama atenção para algumas regiões do RS. A região Missioneira, na quinta-feira, estava com 94,4% de ocupação nas UTIs do Sistema Único de Saúde (SUS) e 102,2% de ocupação dos leitos privados. Já na região Norte, as taxas são de 96,2% de ocupação dos leitos do SUS e 123,3% dos leitos privados. "Na região Norte e Missioneira há um número de pacientes no mesmo nível que tínhamos em todo o Estado em março. Se o número de casos de todas as regiões subissem, teríamos uma situação bem preocupante", conta. Na região Norte e Missioneira, as taxas de leitos ocupados por pacientes com Covid-19 é de, respectivamente, 62,7% e 73%.

Porto Alegre mantém taxa próxima aos 85% em maio

A taxa de ocupação dos leitos de UTI adulto em Porto Alegre se manteve próxima dos 85% durante todo mês de maio. Com 976 leitos do Sistema Único de Saúde e de hospitais privados disponíveis, a Capital teve a taxa mais alta registrada no dia 2 de maio, quando 88,1% dos leitos estavam sendo utilizados. Já a menor taxa de ocupação, 78%, foi registrada no dia 14 de maio, quando 762 pacientes estavam internados.
O diretor de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde, Jorge Osório, percebe a demanda pela média móvel de solicitações de internações de pacientes Covid-19. "Antes da subida da curva, nós tínhamos uma média móvel de sete a dez solicitações por dia. Em março, tivemos uma grande demanda e chegamos a ter 55 solicitações por dia durante vários dias consecutivos." Ele conta que, depois que o número começou a cair no final de março, a média voltou para seis pedidos na primeira quinzena de maio. "Nos últimos dias, subiu para de nove a 12 por dia. Não estamos perto dos 55, mas também não estamos mais nas seis de duas ou três semanas atrás", complementa.
Assim como no resto do Estado, o número de pacientes internados por conta da Covid-19 e por outras causas é parelho. No dia da taxa mais alta, 484 pacientes com Covid-19 e 376 outros pacientes estavam internados. Do dia 18 ao dia 24 de maio, o número de pacientes com Covid-19 ocupando os leitos de UTI adulto na capital era menor que o de pacientes sem a doença. A possibilidade de uma nova onda da doença preocupa Osório. "Porque agora temos uma demanda dupla, de internações por Covid-19 e por outras causas", explica.
Ele acredita, porém, que não haverá um pico igual ao que ocorreu no mês de março, quando a Capital registrava taxas de ocupação de leitos de UTI adulto acima de 100%. "Mas qualquer subida de casos de Covid-19, mesmo que inferior aos de março, já que estamos em uma dupla demanda, nos causa grande impacto. Uma taxa de ocupação de 86,5% não é tranquila para a cidade, ainda é um número alto."