Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Geral

- Publicada em 14 de Abril de 2021 às 15:49

Sem internet, crianças do Morro da Cruz dependem de impressora para ter acesso a material escolar em Porto Alegre

Com a educação em formato virtual em função da pandemia, crianças da comunidade estão com dificuldades de acompanhar as aulas

Com a educação em formato virtual em função da pandemia, crianças da comunidade estão com dificuldades de acompanhar as aulas


MICHEL MACHADO/DIVULGAÇÃO/JC
Adriana Lampert
A suspensão das atividades presenciais nas escolas, por conta da bandeira preta no Rio Grande do Sul (que sinaliza necessidade maior de distanciamento controlado para conter a pandemia de Covid-19), tem afetado com mais intensidade crianças de comunidades carentes. Sem acesso à internet, estudantes do Ensino Fundamental (na faixa etária de seis a 12 anos) acabam dependendo do celular dos pais para poder assistir às aulas em formato virtual, enquanto outros nem ao menos isso conseguem. É o caso de pelo menos 20 alunos de duas escolas públicas localizadas no Morro da Cruz, que estão com dificuldades de acompanhar o conteúdo repassado pelas escolas, não somente por falta de infraestrutura - como computadores e smartphones -, mas também porque muitas vezes a própria conexão de internet na região não é confiável.
A suspensão das atividades presenciais nas escolas, por conta da bandeira preta no Rio Grande do Sul (que sinaliza necessidade maior de distanciamento controlado para conter a pandemia de Covid-19), tem afetado com mais intensidade crianças de comunidades carentes. Sem acesso à internet, estudantes do Ensino Fundamental (na faixa etária de seis a 12 anos) acabam dependendo do celular dos pais para poder assistir às aulas em formato virtual, enquanto outros nem ao menos isso conseguem. É o caso de pelo menos 20 alunos de duas escolas públicas localizadas no Morro da Cruz, que estão com dificuldades de acompanhar o conteúdo repassado pelas escolas, não somente por falta de infraestrutura - como computadores e smartphones -, mas também porque muitas vezes a própria conexão de internet na região não é confiável.
Buscando resolver o problema, um grupo de pais e professores da comunidade do Morro vem realizando a impressão e distribuição de materiais escolares para as crianças que não têm como acompanhar o conteúdo online. É o caso do comerciante Michel Rafael Machado. "As escolas não estão disponibilizando material impresso de forma presencial, para evitar aglomeração", explica. "Como é bastante conteúdo e são mais de 20 estudantes, demanda um grande número de impressões que temos que realizar, para poder auxiliar estas crianças em seu aprendizado."
"Precisamos de uma impressora para poder distribuir (o que é enviado de forma online) para as crianças que não têm conexão com internet", concorda a diretora-presidente da Ong CIUPOA (Centro de Inteligência Urbana de Porto alegre), Tânia Terezinha Pires. Criada há 10 anos por nove voluntários que trabalhavam no GreenPeace, há seis anos a CIUPOA está à frente de vários projetos no Morro da Cruz, e foi procurada por um dos pais das crianças que estão com dificuldade de acompanhar as aulas. Para dar conta da demanda, a organização não governamental organizou uma campanha virtual, que visa arrecadar verba para a compra do equipamento, que será administrado na sede da Ong.
Segundo Tânia, a impressora ideal é a que usa um tanque de tinta, com recarga mais barata em comparação àquela que usa cartuchos. Também será necessário comprar recargas de tinta e folhas de ofício suficientes para o decorrer do ano letivo. "Incluímos tudo isso no cálculo e colocamos uma meta de R$ 1.549,00 na vaquinha virtual. Estamos com 17 benfeitores e 95% do valor arrecadado", comemora a diretora da Ong.
"Nós que trabalhamos em comunidade sabemos que a educação dada às crianças carentes não tem nada a ver com das escolas particulares", desabafa Tânia. "Quando o governo diz que internet é para todos, não é. Muitas pessoas que moram nestas comunidades podem até ter um celular, mas nem sempre o equipamento tem conexão com a internet", ressalta.
A diretora da CIUPOA também sinaliza que enquanto outras crianças estão em contato com a escola de forma virtual, aquelas que moram em regiões carentes estão passando por muitas dificuldades, que ainda envolvem questões psicológicas, econômicas e de saúde. Machado concorda: "Muitas crianças do Morro da Cruz estão com problemas de concentração durante a pandemia, algumas só conseguem ter acesso às aulas quando a mãe chega do trabalho. E nem sempre o adulto está com paciência para dar a atenção que elas necessitam", lamenta. O comerciante ainda observa o grande número de "analfabetos digitais" entre os moradores da região. "Sem material impresso fica muito difícil que os pais e mães ajudem as crianças a acompanharem o conteúdo escolar."
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO