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Geral

- Publicada em 11 de Abril de 2021 às 11:06

Fórum discute impacto da pandemia na população com doenças crônicas

A asma é uma das doenças crônicas mais comuns e que afeta tanto crianças quanto adultos

A asma é uma das doenças crônicas mais comuns e que afeta tanto crianças quanto adultos


JOÃO MATTOS/ARQUIVO/JC
Adriana Lampert
No rol dos grupos de maior risco de desenvolver a doença de forma severa ou mesmo vir à óbito por conta da Covid-19, pacientes com diabetes, obesidade, hipertensão e câncer, entre outras comorbidades, têm sido foco da discussão de especialistas. O assunto será pauta do próximo Fórum de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), que irá tratar do impacto da pandemia nesta população. O evento ocorre no dia 23 de abril, a partir das 8h e será transmitido pelo YouTube.
No rol dos grupos de maior risco de desenvolver a doença de forma severa ou mesmo vir à óbito por conta da Covid-19, pacientes com diabetes, obesidade, hipertensão e câncer, entre outras comorbidades, têm sido foco da discussão de especialistas. O assunto será pauta do próximo Fórum de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNTs), que irá tratar do impacto da pandemia nesta população. O evento ocorre no dia 23 de abril, a partir das 8h e será transmitido pelo YouTube.
De acordo com o coordenador do Fórum, Mark Barone, este ano os palestrantes irão traçar um panorama geral sobre a importância da inclusão de pessoas com comorbidades nos grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19. Em todo o Brasil, esta população é representada por 23, 4 milhões de pessoas.
"Foi enviada uma carta aberta ao Ministério da Saúde, para explicar a urgência no atendimento a essas pessoas, em especial no atual momento crítico, com o alto índice de mortes diárias", destaca Barone, que é Doutor em Fisiologia Humana pela USP, e especialista em Educação em Diabetes. Ele observa que os tratamentos interrompidos por conta do isolamento necessário em meio à pandemia e o atraso do diagnóstico da Covid-19 em pacientes com doenças crônicas estão entre os principais fatores que agravam a situação deste grupo, quando contaminados. 
O grupo de integrantes do Fórum - que reúne representantes do poder público, da iniciativa privada e do terceiro setor - também defende a necessidade de facilitar parcerias no enfrentamento a doenças crônicas não transmissíveis. "Fizemos uma pesquisa que revelou que no início da pandemia 60% das pessoas com diabetes, já estava observando alterações da glicemia por falta de tratamento", sinaliza Barone. Ele reforça que quando pacientes com comorbidades têm alterações metabólicas, se tornam grupo de risco maior. "Quando infectadas, é mais fácil agravar o quadro, e precisam ocupar leitos de hospitais, o que colabora para a pressão no sistema de saúde." 
Na opinião do especialista, medidas precisam ser tomadas para proteger estes grupos, para garantir que mesmo saindo menos de casa, tenham acesso efetivo ao tratamentos que precisam. Ele cita a telemedicina como uma alternativa, que na prática, apesar de muito divulgada "não ocorreu na maior parte do País, com exceção de algumas localidades." Citando dados de pesquisa que aponta que 80% dos brasileiros estão com sintomas de ansiedade, e apresentam uma piora da saúde mental, Barone observa que "tanto agora quanto daqui para frente, as pessoas com diabetes que não receberam assistência adequada seguirão aumentando a glicemia, o que pode desenvolver complicações nervosas, renais e oculares".
Também a probabilidade de ser afetado por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) aumenta em situações de glicemia alta. "Desde o início da pandemia no 60% da população reduziu atividades físicas; 50% aumentou o tempo em frente à TV; outros 50% ficam mais tempo usando a internet e 40% adiaram consultas e exames de rotina", descreve o especialista. "Isso para pessoas com doenças crônicas é complicado." Sobre pacientes com câncer, o coordenador do Fórum lembra que as consequências de falta de tratamento levam a quadros irreversíveis. "Muitas entidades que trabalham diretamente com pacientes com câncer estão alertando sobre pessoas com piora das condições, porque não estão tendo o diagnóstico nem tratamento no tempo certo, além de cirurgias canceladas", sinaliza Barone.
O especialista opina que é preocupante que a maior parte dos estados brasileiros ainda não estejam vacinando os grupos de pessoas com cormobidades. "Nos boletins do Ministério da Saúde, mais de 60% dois óbitos por Covid-19 são de pacientes com doenças crônicas." Outra demanda de quem estuda a população com comorbidades é que o governo cumpra a promessa de entregar medicamentos suficientes para três meses de tratamento de doenças crônicas. "É um período de trégua, sem precisar ir hospital ou posto de saúde, mas que não sido viável para 80% daqueles que necessitam de medicamentos." 
A médica epidemiologista, Fátima Marinho, ex-diretora do Ministério da Saúde, destaca que também crianças com doenças crônicas estão sofrendo com a falta de políticas públicas durante a pandemia. "Em 2020, ocorreram 1.683 mortes de crianças menores de dez anos por Covid-19, sendo que 10% tinham comorbidades", destaca. Segundo a epidemiologista, crianças asmáticas e com diabetes são as mais afetadas. "Aliás, em todas as faixas etárias os pacientes asmáticos estão morrendo quando contaminados com a Covid-19."
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