Sem garantia de quando vai poder ter atividades com público devido à pandemia, o consórcio que venceu a concessão para o trecho 1 da Orla do Guaíba e Parque da Harmonia, em Porto Alegre,
assinou o contrato para assumir a região por 35 anos. Os dirigentes da GAM 3 Parks chegaram a projetar que pretendem realizar "grandes eventos" no segundo semestre, mas admitem que dependerão da evolução da crise sanitária.
O consórcio,
único a disputar as áreas, entregou
as garantias, esperadas desde dezembro, que faltavam nessa quarta-feira (10), liberando o ato. O prefeito Sebastião Melo disse que diariamente a sua equipe "atualizava" o sistema para ver se o atendimento às condições havia sido feito, indicando a expectativa para concluir o processo.
Não é possível ainda dizer quando o consórcio, formado pela empresa Austral, com 60% do capital, e a 3M, com 40% de participação, vaio começar as intervenções. a GAM 3 Parks terá 60 dias para apresentar à Secretaria de Parcerias um plano operacional. Além disso, terá de ser firmado novo contrato com permissionários atuais. As condições em vigor serão mantidas por cinco anos.
O diretor-presidente do consórcio, Vinicius Garcia, adiantou que a intenção é de implantar atrações por fases, prevento "grandes eventos no segundo semestre".
Após o aval para os projetos executivos, o consórcio poderá assumir efetivamente a concessão. Nos primeiros três anos, a concessionária deve executar as melhorias em infraestrutura e, em até quatro anos, edificações culturais. A previsão é de investimento de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões nos primeiros quatro anos.
Garcia destacou que um dos pilares, na ação na orla, será desenvolver o hub náutico, com opções de marina e passeios, além de eventos ligados ao setor. No parque, será implantada um conjunto de edificação ligada à formação de etnias e que terá 57 operações de varejo e serviços. Será criada a Rua da Harmonia. A Casa do Gaúcho terá reforma e novos usos.
O diretor-presidente do consórcio adiantou que já conversa com os atuais permissionários da churrascaria Galpão Crioulo para ativar projetos ligados a manifestações gaúchas.
Com a largada no contrato do trecho 1, além de se dedicar a analisar os planos executivos da área, a prefeitura deve se debruçar sobre o próximo edital. Melo também disse que as
obras de revitalização do trecho 3, entre a foz do arroio Dilúvio e o clube Gigante da Beira-Rio, em frente ao estádio Beira-Rio, será finalizada no segundo semestre.
A secretária disse que a modelagem do trecho 2 está pronta. Uma das mudanças é o fim da obrigatoriedade de instalar uma roda-gigante de 80 metros de altura. O coordenador de projetos da Semeia, que assessora na elaboração dos editais e perfil de atividades dos trechos das concessões, Rodrigo Góes, diz que será feita uma sondagem com potenciais investidores e empresas que atuam no setor de lazer e eventos para verificar o interesse.
Sobre a retirada da exigência da roda-gigante, Góes diz que a medida torna mais atrativo o certame. "Deixamos para o grupo privado buscar soluções para gerar receita, pois tem melhor percepção", associa o integrante do Semeia. Góes não acredita que a pandemia possa impedir o avanço de outros projetos e cita a concessão dos parques situados nos Aparados da Serra, feitos pelo governo federal, que tiveram grande ágio.
"São projetos de longo prazo, e o que estamos passando agora é conjuntural", arremata o consultor.