Teve início nesta quarta-feira (17) uma segunda leva de retorno às aulas no setor privado, que se soma aos cerca de 10% dos colégios que já haviam iniciado o processo no início de fevereiro. A maior parte das escolas retoma as aulas apenas no dia 22, e, nesta quarta-feira, aproximadamente 20% das instituições, de acordo com o Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe).
Segundo levantamento feito pelo Sinepe, de 129 instituições consultadas, 11,9% já retornaram às aulas, 17,9% retornaram hoje, 6,7% voltam ainda nesta semana, entre os dias 18 e 19, e 56,7% das instituições começam dia 22/02. Apenas para 6,7% das escolas a volta ocorre após o dia 22/02.
O retorno
ocorre com novas regras publicadas pelo governo do Estado na segunda-feira (15), permitindo 100% da ocupação das salas, o que foi alvo de críticas, porém, do Cpers Sindicato, do Sinpro de uma parcela de pais que não querem o retorno presencial. Estado e Sinepe, porém, defendem que respeitando normas de distanciamento e sanitárias o regresso seguro é possível, e necessário especialmente para as crianças, e contaria com respaldo da Organização Mundial da Saúde (OMS), Todos pela Educação, Ministério da Educação e Conselho Nacional dia Secretários de Educação.
Aos poucos, rotina de movimentação de estudantes vai sendo retomada em colégios da Capital. Foto: Luiza Prado/JC
Para quem já iniciou no começo do mês, assim como para aquelas instituições que agora iniciam o ano letivo de 2021, será possível ocupar 100% da capacidade das aulas. Entre as escolas de Porto Alegre que já havia se preparado para atividades presenciais mais seguras está o Colégio Monteiro Lobato. A instituição derrubou paredes, ampliou as salas e até transformou o teatro em uma ampla sala de aula.
De acordo com a supervisora de comunicação do Monteiro Lobato, que vem recebendo aulas presenciais de forma progressiva desde o dia 8 de fevereiro, 90% dos cerca de 900 estudantes vem optando pelo presencial. O que agora ocorre em ambientes maiores, já que a escola agregou 800 metros quadros novos para poder ampliar os espaços.
“Com isso já estamos adaptados ao novo decreto, recebendo 100% das turmas com distanciamento mínimo de 1,5 metro. Isso nos permite trazer com segurança toda a turma para as salas de aula”, explica Luciana.
Seis salas tiveram as paredes derrubadas e onde havia duas salas agora há uma bem mais espaçosa, detalha a representante do Monteiro Lobato, assim como o salão de convivência e o teatro agora abrigam lousas, cadeiras e mesas. Foram contratados monitores de saúde para fiscalizar, orientar e monitorar os alunos, professores e até familiares em questões relativas à Covid-19.
“Há um monitor por série, e no caso do ensino infantil, séries iniciais, um por sala. Eles acompanham o comportamento do aluno e o cumprimento das regras em aula e no recreio. As saídas ao intervalo são separadas e os alunos não se cruzam neste tempo nem nos corredores”, detalha Luciana.
A escola também instalou transmissão ao vivo para que os estudantes que optarem por seguir em casa possam fazê-lo, acrescenta a representante do Monteiro Lobato. Outra medida para ampliar espaços sem perder salas e espaçamentos foi a ocupação do Monteiro Open, local que antes era locado, para alunos dos 4º, 5º anos, durante a tarde, e 6º ano, pela manhã, reduzindo a concentração de estudantes.
Na Escola Adventista de Porto Alegre 70% dos pais optaram pela volta presencial para os filhos, a partir de hoje. Foto: Luciane Medeiros;JC
Também retomaram hoje, na Capital, colégios como Bom Conselho e Escola Adventista de Porto Alegre, onde, de acordo com comunicado enviado aos pais, mais de 70% optaram pelo ensino presencial. As adaptações para as escolas públicas estaduais, de acordo com a assessoria de comunicação do governo do Estado, serão divulgadas nos próximos dias.