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Geral

- Publicada em 28 de Janeiro de 2021 às 20:21

Brasil pode ter aumento do sarampo em 2021, principalmente devido à pausa da vacinação na pandemia

A tríplice viral é gratuita e está disponível nos postos de saúde

A tríplice viral é gratuita e está disponível nos postos de saúde


Erasmo Salomão/Ministério da Saúde/JC
O Brasil, que foi uma das primeiras regiões das Américas a ficar livre do sarampo, registrou sete mortes pela doença no ano passado. Mais de 8,3 mil brasileiros sofreram com a doença em 2020, fazendo com que 21 dos 23 estados brasileiros registrassem ao menos um caso.
O Brasil, que foi uma das primeiras regiões das Américas a ficar livre do sarampo, registrou sete mortes pela doença no ano passado. Mais de 8,3 mil brasileiros sofreram com a doença em 2020, fazendo com que 21 dos 23 estados brasileiros registrassem ao menos um caso.
O Rio Grande do Sul ficou em 7º lugar no ranking, com 37 ocorrências. Para o infectologista do Hospital Moinhos de Vento, Paulo Ernesto Gewehr Filho, o retorno da doença é justificado pela falta de vacinação na pandemia.
Em 2016, o Brasil recebeu o selo de erradicação do sarampo. Dois anos depois, casos da doença voltaram a aparecer. Gewehr sustenta que o sarampo voltou porque a população não estava devidamente vacinada. "A população esqueceu do perigo da doença, porque estava há muito tempo sem aparecer, e deixou de se vacinar", explica.
"Nos Estados Unidos, não havia mais casos de sarampo há muito tempo quando aconteceu o surto da doença no parque da Disney da Califórnia, em 2015. Isso aconteceu porque viajantes do mundo inteiro foram para lá e encontraram uma população não vacinada. Esse mesmo fenômeno aconteceu aqui", relata o especialista. Pará, Rio de Janeiro e São Paulo, que costumam receber muitos visitantes, foram os três estados com mais casos da doença em 2020. Juntos, concentram 90% das ocorrências. Esses estados também foram os únicos a registrarem mortes - cinco no Pará, uma no Rio de Janeiro e uma em São Paulo.
Além do esquecimento da gravidade da doença, Gewehr também acredita que os movimentos anti-vacinas e a falta de acesso podem ser um motivo para o aumento de casos. "O Brasil tem um dos maiores programas de vacinação do mundo, com quase 38 mil salas de vacinação. A vacina do sarampo, a tríplice viral, é gratuita e está disponível nos postos, mas às vezes esses locais sofrem desabastecimento ou ficam sem fornecimento", defende.
Em 2020, Porto Alegre registrou seis casos de sarampo, 15 a menos do que em 2019. Mas tanto para a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) quanto para Gewehr, o número diminuiu porque a pandemia ajudou a pausar a circulação da doença. "As medidas de prevenção contra a Covid-19 aumentaram a proteção contra várias outras doenças, inclusive o sarampo", afirma o médico. Mas, a pandemia também pausou a vacinação.
Em 2019, 80% da população alvo de Porto Alegre tomou a primeira dose da tríplice viral e 78,3% a segunda. Já em 2020, esses números caíram para 73,8% e 64,5%, respectivamente. Gewehr explica que alguns pediatras aconselharam atrasar o calendário vacinal, esperando que a pandemia fosse acabar em dois ou três meses. "Mas agora, com a baixa cobertura vacinal, com o relaxamento do distanciamento social e a retomada das atividades presenciais na sociedade, estamos correndo o risco de um retorno forte da doença."
Das sete mortes registradas no ano passado, seis foram de bebês com menos de um ano e meio de idade. O infectologista explica que todas as faixas etárias são vulneráveis à infecção pela doença. "Mas crianças menores de cinco anos e pacientes imunodeprimidos têm maior chances de apresentar a doença grave ou morrer." Porto Alegre já registrou o primeiro caso suspeito da doença de 2021, ainda sem confirmação.
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