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- Publicada em 20 de Dezembro de 2020 às 20:13

Medição de temperatura não garante contra Covid-19

Epidemiologista do Hospital de Clínicas afirma que ação é necessária para manter locais parcialmente seguros

Epidemiologista do Hospital de Clínicas afirma que ação é necessária para manter locais parcialmente seguros


/MARCO QUINTANA/JC
Muita gente já teve a temperatura medida por um termômetro a laser ao entrar em algum estabelecimento comercial. A ideia dessa 'pistolinha' é identificar quem está com a temperatura alta, um dos sintomas de Covid-19, para garantir o máximo de proteção dentro de lugares fechados. De acordo com um estudo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, lançado na semana passada no New England Journal of Medicine, essa medida não é eficiente. Mas, para o epidemiologista chefe de controle de infecção do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Rodrigo Pires, apesar de ser falha, a prática é necessária.
Muita gente já teve a temperatura medida por um termômetro a laser ao entrar em algum estabelecimento comercial. A ideia dessa 'pistolinha' é identificar quem está com a temperatura alta, um dos sintomas de Covid-19, para garantir o máximo de proteção dentro de lugares fechados. De acordo com um estudo Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, lançado na semana passada no New England Journal of Medicine, essa medida não é eficiente. Mas, para o epidemiologista chefe de controle de infecção do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), Rodrigo Pires, apesar de ser falha, a prática é necessária.
O estudo, liderado pela Escola de Medicina Icahn e pelo Centro de Pesquisa Médica Naval, contou com a participação de 1.848 recrutas durante um mês. Nas primeiras duas semanas, os voluntários ficaram em quarentena em casa. Depois, na segunda quinzena, ficaram em quarentena supervisionada no campus de uma faculdade. Mesmo com as medidas de segurança, medição de temperatura e checagem por sintomas diárias, cerca de 35 recrutas foram diagnosticados com Covid-19 ao final da experiência.
Segundo Pires, esse estudo comprova o que já era imaginado. Ele diz que isso acontece porque a febre não é um sintoma que aparece na maioria das sintomatologias. "E, quando aparece, não é o primeiro sintoma a surgir. Os estudos comprovam que a sensibilidade da detecção da temperatura ficaria em torno de uns 30%. Então perde-se cerca de 70% dos pacientes se for identificar baseando-se somente na temperatura", acrescenta. Mas, por outro lado, ele afirma que não existe um teste suficientemente sensível para detectar todos os pacientes doentes.
Apesar da sensibilidade da temperatura ser baixa, Pires defende que essa continua sendo uma medida válida. "As estratégias que utilizam a mensuração temperatura são adequadas especialmente se somadas a outras, como o autorrelato de sintomas." Ele entende, porém, que as lojas e supermercados não conseguem fazer uma checagem de sintomas para todo consumidor que entra no estabelecimento. "Somamos barreiras para tornar esses locais seguros. Essas são as armas que temos, então temos que usá-las. É importante identificar pessoas sintomáticas porque é melhor um ambiente parcialmente seguro do que completamente inseguro", afirma.
 
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