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Geral

- Publicada em 04 de Novembro de 2020 às 20:49

Podas e supressão de árvores geram protestos de moradores de Porto Alegre

Prefeitura diz que podas só são feitas após vistoria e avaliação técnica

Prefeitura diz que podas só são feitas após vistoria e avaliação técnica


MARCO QUINTANA/JC
Gabriela Porto Alegre
Moradores de diversos bairros de Porto Alegre têm realizado manifestações e denúncias referentes a ações de poda e supressão de galhos e árvores realizados pela prefeitura. Na maioria das reclamações, consideram os cortes um exagero e alertam para irregularidades em relação à manutenção das árvores. No final de outubro, mobilizações se voltaram para o corte de um guapuruvu, árvore nativa com mais de 25 metros, localizada na rua 24 de Outubro. A prefeitura argumenta que nenhum vegetal foi suprimido ou podado sem que uma análise técnica tenha sido realizada.
Moradores de diversos bairros de Porto Alegre têm realizado manifestações e denúncias referentes a ações de poda e supressão de galhos e árvores realizados pela prefeitura. Na maioria das reclamações, consideram os cortes um exagero e alertam para irregularidades em relação à manutenção das árvores. No final de outubro, mobilizações se voltaram para o corte de um guapuruvu, árvore nativa com mais de 25 metros, localizada na rua 24 de Outubro. A prefeitura argumenta que nenhum vegetal foi suprimido ou podado sem que uma análise técnica tenha sido realizada.
A história envolvendo o Guapuruvu começou ainda em 2019, quando um galho da árvore caiu e acabou atingindo um carro que passava pela via. Por estar situado em um terreno particular, um laudo privado orientou o corte do vegetal, com o aval da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smams). O corte, que havia sido autorizado e gerou diversas manifestações de ativistas e entidades, foi suspenso nesta quarta-feira (4), por meio de liminar.
Outro exemplo de manifestação e denúncia é o projeto Porto Alegre Poda, difundido por meio do Instagram @poapoda. A iniciativa vem, desde o ano passado, promovendo registros fotográficos de espaços que tiveram "podas aleatórias" ou "supressões indiscriminadas das árvores". Além disso, a página faz um alerta, com a ajuda de especialistas, sobre o manejo inadequado dos vegetais tanto por parte da prefeitura da Capital quanto por iniciativas individuais.
Em um dos posts, o @poapoda faz um alerta sobre um abacateiro que teve de ser suprimido no bairro Menino Deus, pois foi plantado junto a um pau-ferro, prejudicando o desenvolvimento da espécie nativa disposta planejadamente ali: "Cuidado ao plantar árvores! Não podemos simplesmente sair plantando onde bem quisermos. É necessário observar a legislação do município e uma série de regras relativas a arborização."
Segundo com o criador do perfil no Instagram, que preferiu não se identificar, a ideia surgiu quando ele começou a notar a quantidade e qualidade das podas. "Comecei a página há um ano, em novembro de 2019, depois que percebi uns abacateiros com frutos serem podados ao lado da Escola Parobé, na Cidade Baixa. Na mesma época, os ingazeiros que estavam floridos ali perto também foram podados. Porém, algumas dessas podas deixavam o galho pela metade, o que não é certo de acordo com as técnicas de poda", explicou.
Ainda de acordo com o responsável pela página, outro fator que o motivou foi a falta de transparência por parte da prefeitura. "Não se sabe quando, nem onde, nem por que as árvores estão sendo manejadas. O propósito da página é conscientizar a população que não são casos isolados, mas sim o modo de agir da prefeitura", disse, reforçando que o intuito não é ser contra podas ou eventuais supressões, desde que esses processos sigam critérios mínimos, com acompanhamento de responsáveis técnicos, como biólogos, engenheiros florestais ou agrônomos.
"Temos um plano de arborização urbana excelente, porém ele não está sendo cumprido. Um exemplo disso é que no início do mês um ligustro sofreu uma poda drástica na rua Demétrio Ribeiro (Centro Histórico) e nos resíduos deixados na calçada estava um ninho. Estamos em uma época de nidificação de diversas aves".
Em contrapartida às denúncias efetuadas por ativistas e divulgadas nas redes sociais, a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb) informou, por meio de nota, que os serviços de poda e supressão de árvores são realizados apenas após vistoria técnica da equipe de manejo arbóreo da pasta. Segundo a secretaria, os trabalhos ocorrem de acordo com as demandas solicitadas pelos cidadãos através do 156.
"Não há serviços que sejam feitos sem vistoria prévia e avaliação técnica. Os profissionais da prefeitura, técnicos da área de meio ambiente, sempre fazem análise e um laudo técnico prévio para definir o tipo de poda ou necessidade de supressão", comunicou a SMSUrb. Além disso, a pasta ressaltou que a CEEE também tem uma equipe própria para intervenções arbóreas, para solucionar casos em que as árvores estão em contato ou em vias de contato com as redes elétricas.
Desde julho de 2018, a Capital conta com uma empresa terceirizada para realizar serviços do tipo. A Chronos Engenharia assinou contrato por um ano, renovável por até cinco anos, com valor anual de R$ 3,3 milhões. De acordo com a prefeitura, antes do contrato, eram realizadas cerca de 400 a 500 intervenções por mês. Após, com aumento de maquinário e equipes, o número de atendimentos chega a quase 2 mil por mês.
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