Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.
Crise nos ônibus está no centro do debate eleitoral em Porto Alegre
Queda nos passageiros, tarifa alta e concorrência com apps levaram o modal à beira do colapso
MARCO QUINTANA/JC
Juliano Tatsch
Um dos maiores desafios que o novo prefeito ou prefeita de Porto Alegre terá de enfrentar a partir do próximo ano diz respeito ao sistema de transporte coletivo. Em crise há anos, os ônibus da Capital circulam com cada vez menos passageiros e essa queda na arrecadação tem sido compensada com sucessivos aumentos na tarifa que fizeram o porto-alegrense pagar o preço mais cais caro entre todas as capitais brasileiras. Por outro lado, as empresas privadas que operam o setor apontam um prejuízo acumulado de R$ 248 milhões desde fevereiro de 2016, quando entrou em vigor o contrato de concessão.
Quer continuar lendo este e outros conteúdos sérios e de credibilidade?
Assine o JC Digital com desconto!
Personalize sua capa com os assuntos de seu interesse
Acesso ilimitado aos conteúdos do site
Acesso ao Aplicativo e versão para folhear on-line
Conteúdos exclusivos e especializados em economia e negócios
Um dos maiores desafios que o novo prefeito ou prefeita de Porto Alegre terá de enfrentar a partir do próximo ano diz respeito ao sistema de transporte coletivo. Em crise há anos, os ônibus da Capital circulam com cada vez menos passageiros e essa queda na arrecadação tem sido compensada com sucessivos aumentos na tarifa que fizeram o porto-alegrense pagar o preço mais cais caro entre todas as capitais brasileiras. Por outro lado, as empresas privadas que operam o setor apontam um prejuízo acumulado de R$ 248 milhões desde fevereiro de 2016, quando entrou em vigor o contrato de concessão.
Diante da seriedade do assunto e para colaborar com a tomada de decisão dos eleitores no dia 15 de novembro, o Jornal do Comércio traz um compilado com as propostas para o transporte público dos planos de governo dos candidatos à prefeitura da Capital.
Fernanda Melchionna (Psol/PCB/UP)
Combater a precarização da Carris
Abrir a “caixa preta” das receitas e dos custos de operação do sistema, corrigir as distorções dos elementos de composição dos custos tarifários e combater as irregularidades nas planilhas de prestação de contas.
A médio prazo, ofertar um serviço público com qualidade e custo acessível. Progressivamente, instituir a tarifa zero.
Fiscalização rigorosa dos horários e lotação máxima nos ônibus.
Exigência de número suficiente de frotas para cumprimento dos horários sem pressão e sobrecarga dos motoristas e cobradores.
Realizar auditoria independente nas empresas privadas.
Criar Conselho de Usuários do Transporte Público Coletivo.
Instituir um controle público sobre os recursos do cartão TRI.
Reavaliar a licitação do transporte.
José Fortunati (PTB/PSC/Patriota/Podemos)
Pressionar o governo federal e o congresso para que avalie e aprove inciativas para desonerar o setor e repassar aos municípios.
Realizar um pacto pelo transporte público no primeiro ano de governo.
Formar um grupo técnico de trabalho com representantes de todos os setores e governos para que em prazo curto apresentem as alterações legislativas e estruturais necessárias.
Reativar o projeto existente dos BRTs buscando novas formas de financiamento do projeto.
Manuela d’Ávila (PCdoB/PT)
Assumir a gestão da Câmara de Compensação Tarifária, por meio da EPTC.
Revisão na planilha de cálculos da passagem.
Reverter para o próprio sistema de ônibus os rendimentos das aplicações financeiras dos recursos das tarifas.
Constituir o fundo municipal de mobilidade.
Utilizar a taxa de gestão, as receitas de multas dos transportes públicos e as receitas de outros serviços da EPTC (como Área Azul) para subsidiar a tarifa do transporte coletivo.
Novo modelo de gestão para Carris.
Criar o Cartão Mobilidade, capaz de ser utilizado em todos os serviços públicos e privados de transportes.
Nelson Marchezan Júnior (PSDB/PL/PSL)
Priorizar o transporte coletivo por meio de ações como a ampliação das faixas exclusivas e o uso de tecnologia para dar maior fluidez ao tráfego.
Infraestrutura de abrigos de ônibus, terminais e estações será melhorada, com a viabilização de parcerias que agreguem serviços públicos, como a instalação de câmeras de monitoramento e de painéis para informações de chegadas dos ônibus.
Fomentar a integração metropolitana do transporte público.
Aprimorar a integração dos meios de pagamento, buscando a unificação.
Avançar na utilização de equipamentos tecnológicos, implantando o reconhecimento facial na bilhetagem eletrônica, além da conexão inteligente de informações para melhorar a gestão de tráfego.
Além disso, o atual prefeito protocolou neste ano um pacote com cinco projetos para a área, buscando receitas extra tarifárias, criando uma espécie de pedágio para circulação no Centro Histórico, alterando a emissão do cartão de passagem escolar, revisando a lei do sistema de transporte da cidade e modernizando a legislação dos ônibus.
Repensar o modelo atual, retomando o diálogo com os agentes do setor.
Todas as alternativas serão avaliadas: mudanças nas linhas, horários alternados, subsídio, privatização, saneamento financeiro, fusão, aquisição.
Ser transparente com funcionários, empresários e usuários deixando visível o método, as etapas, os custos, os ganhos e as perdas decorrentes das decisões tomadas pela administração pública.
Desenvolver o marco legal dentro para que o transporte hidroviário possa se tornar uma alternativa de mobilidade na cidade.
Gustavo Paim (PP/Avante)
Reavaliar o modelo de concessão, em especial a participação estatal (Carris) no processo operacional;
Analisar a sobreposição de linhas e assumir o processo de bilhetagem eletrônica.
Desenvolver rotas alternativas às vias arteriais.
Reestruturar a política de isenções de passagem.
Reestudar a implementação dos BRTs, VLTs e outros sistemas de transporte coletivo, especialmente os menos poluentes.
Estabelecer um processo de integração com a Região Metropolitana para que o transporte metropolitano não tenha de ir até o Centro da Capital.
João Derly (Republicanos)
Implementar, de forma experimental, pagamento da tarifa de acordo com o trajeto percorrido.
Implementar, de forma experimental, mudanças de itinerário dos ônibus lotação, tornando um híbrido entre o ônibus convencional e os aplicativos.
Rever o funcionamento atual da câmara de compensação tarifária.
Fiscalizar o uso correto das gratuidades.
Implantar equipamentos inclusivos nas paradas de ônibus para que deficientes visuais tenham as informações do transporte.
Reduzir a circulação dos ônibus no Centro.
Realizar licitação para exploração de mídia no mobiliário urbano do transporte.
Realizar licitação para a retomada dos portais da cidade.
Juliana Brizola (PDT/PSB/Rede)
Uso da tecnologia, com paradas de ônibus com sistemas de informação online sobre o transporte e outras informações.
As paradas dos ônibus com módulos iluminados e câmeras com vistas a segurança dos usuários.
Realizar melhor aproveitamento das lotações, com adequação de tarifa e, em especial, a ampliação de linhas para atender comunidades que não estão servidas com linha de ônibus.
Julio Flores (PSTU)
Municipalizar o transporte público urbano, não havendo mais empresas privadas e os trabalhadores das atuais sendo absorvidos pela nova empresa pública.
Aumentar o número de linhas e de ônibus.
Substituir gradativamente a frota atual, por ônibus movidos a fontes não poluentes.
Redução e congelamento das tarifas em direção à tarifa zero.
Criar o Conselho Popular de Transportes.
Montserrat Martins (PV)
Desonerações de impostos sobre os transportes.
Subsídio aos usuários vulneráveis economicamente.
Reduções de custos operacionais.
Financiamento para frota e ônibus menos poluentes.
Novo modelo de contratação, com a prefeitura pagando pelos serviços prestados de acordo com o custo real, independentemente da tarifa.
Redução do tempo de viagem dos passageiros.
Aumento da frequência das linhas e sincronização de horários de partidas de troncos e alimentadoras.
Rodrigo Maroni (Pros)
Priorizar o transporte coletivo, estimulando a renovação e a modernização da frota de ônibus.
Criar canais de comunicação para que os usuários possam sugerir a criação, alteração ou extinção de linhas.
Valter Nagelstein (PSD)
O candidato aponta que nenhum dos postulantes à prefeitura tem uma resposta para a crise.
Olhar outras experiências do Brasil e do mundo, discutir o assunto por seis meses, pactuar com a sociedade e, até o final do ano de 2021, apresentar para a cidade uma alternativa para subsidiar o transporte coletivo.