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Geral

- Publicada em 23 de Outubro de 2020 às 10:31

Crise nos ônibus está no centro do debate eleitoral em Porto Alegre

Queda nos passageiros, tarifa alta e concorrência com apps levaram o modal à beira do colapso

Queda nos passageiros, tarifa alta e concorrência com apps levaram o modal à beira do colapso


MARCO QUINTANA/JC
Juliano Tatsch
Um dos maiores desafios que o novo prefeito ou prefeita de Porto Alegre terá de enfrentar a partir do próximo ano diz respeito ao sistema de transporte coletivo. Em crise há anos, os ônibus da Capital circulam com cada vez menos passageiros e essa queda na arrecadação tem sido compensada com sucessivos aumentos na tarifa que fizeram o porto-alegrense pagar o preço mais cais caro entre todas as capitais brasileiras. Por outro lado, as empresas privadas que operam o setor apontam um prejuízo acumulado de R$ 248 milhões desde fevereiro de 2016, quando entrou em vigor o contrato de concessão.
Um dos maiores desafios que o novo prefeito ou prefeita de Porto Alegre terá de enfrentar a partir do próximo ano diz respeito ao sistema de transporte coletivo. Em crise há anos, os ônibus da Capital circulam com cada vez menos passageiros e essa queda na arrecadação tem sido compensada com sucessivos aumentos na tarifa que fizeram o porto-alegrense pagar o preço mais cais caro entre todas as capitais brasileiras. Por outro lado, as empresas privadas que operam o setor apontam um prejuízo acumulado de R$ 248 milhões desde fevereiro de 2016, quando entrou em vigor o contrato de concessão.
Diante da seriedade do assunto e para colaborar com a tomada de decisão dos eleitores no dia 15 de novembro, o Jornal do Comércio traz um compilado com as propostas para o transporte público dos planos de governo dos candidatos à prefeitura da Capital.

Fernanda Melchionna (Psol/PCB/UP)

  • Combater a precarização da Carris
  • Abrir a “caixa preta” das receitas e dos custos de operação do sistema, corrigir as distorções dos elementos de composição dos custos tarifários e combater as irregularidades nas planilhas de prestação de contas.
  • A médio prazo, ofertar um serviço público com qualidade e custo acessível. Progressivamente, instituir a tarifa zero.
  • Fiscalização rigorosa dos horários e lotação máxima nos ônibus.
  • Exigência de número suficiente de frotas para cumprimento dos horários sem pressão e sobrecarga dos motoristas e cobradores.
  • Realizar auditoria independente nas empresas privadas.
  • Criar Conselho de Usuários do Transporte Público Coletivo.
  • Instituir um controle público sobre os recursos do cartão TRI.
  • Reavaliar a licitação do transporte.

José Fortunati (PTB/PSC/Patriota/Podemos)

  • Pressionar o governo federal e o congresso para que avalie e aprove inciativas para desonerar o setor e repassar aos municípios.
  • Realizar um pacto pelo transporte público no primeiro ano de governo.
  • Formar um grupo técnico de trabalho com representantes de todos os setores e governos para que em prazo curto apresentem as alterações legislativas e estruturais necessárias.
  • Reativar o projeto existente dos BRTs buscando novas formas de financiamento do projeto.

Manuela d’Ávila (PCdoB/PT)

  • Assumir a gestão da Câmara de Compensação Tarifária, por meio da EPTC.
  • Revisão na planilha de cálculos da passagem.
  • Reverter para o próprio sistema de ônibus os rendimentos das aplicações financeiras dos recursos das tarifas.
  • Constituir o fundo municipal de mobilidade.
  • Utilizar a taxa de gestão, as receitas de multas dos transportes públicos e as receitas de outros serviços da EPTC (como Área Azul) para subsidiar a tarifa do transporte coletivo.
  • Novo modelo de gestão para Carris.
  • Criar o Cartão Mobilidade, capaz de ser utilizado em todos os serviços públicos e privados de transportes.

Nelson Marchezan Júnior (PSDB/PL/PSL)

  • Priorizar o transporte coletivo por meio de ações como a ampliação das faixas exclusivas e o uso de tecnologia para dar maior fluidez ao tráfego.
  • Infraestrutura de abrigos de ônibus, terminais e estações será melhorada, com a viabilização de parcerias que agreguem serviços públicos, como a instalação de câmeras de monitoramento e de painéis para informações de chegadas dos ônibus.
  • Fomentar a integração metropolitana do transporte público.
  • Aprimorar a integração dos meios de pagamento, buscando a unificação.
  • Avançar na utilização de equipamentos tecnológicos, implantando o reconhecimento facial na bilhetagem eletrônica, além da conexão inteligente de informações para melhorar a gestão de tráfego.
  • Além disso, o atual prefeito protocolou neste ano um pacote com cinco projetos para a área, buscando receitas extra tarifárias, criando uma espécie de pedágio para circulação no Centro Histórico, alterando a emissão do cartão de passagem escolar, revisando a lei do sistema de transporte da cidade e modernizando a legislação dos ônibus.

Sebastião Melo (MDB/DEM/Cidadania/Solidariedade/DC/PRTB/PTC)

  • Repensar o modelo atual, retomando o diálogo com os agentes do setor.
  • Todas as alternativas serão avaliadas: mudanças nas linhas, horários alternados, subsídio, privatização, saneamento financeiro, fusão, aquisição.
  • Ser transparente com funcionários, empresários e usuários deixando visível o método, as etapas, os custos, os ganhos e as perdas decorrentes das decisões tomadas pela administração pública.
  • Desenvolver o marco legal dentro para que o transporte hidroviário possa se tornar uma alternativa de mobilidade na cidade.

Gustavo Paim (PP/Avante)

  • Reavaliar o modelo de concessão, em especial a participação estatal (Carris) no processo operacional;
  • Analisar a sobreposição de linhas e assumir o processo de bilhetagem eletrônica.
  • Desenvolver rotas alternativas às vias arteriais.
  • Reestruturar a política de isenções de passagem.
  • Reestudar a implementação dos BRTs, VLTs e outros sistemas de transporte coletivo, especialmente os menos poluentes.
  • Estabelecer um processo de integração com a Região Metropolitana para que o transporte metropolitano não tenha de ir até o Centro da Capital.

João Derly (Republicanos)

  • Implementar, de forma experimental, pagamento da tarifa de acordo com o trajeto percorrido.
  • Implementar, de forma experimental, mudanças de itinerário dos ônibus lotação, tornando um híbrido entre o ônibus convencional e os aplicativos.
  • Rever o funcionamento atual da câmara de compensação tarifária.
  • Fiscalizar o uso correto das gratuidades.
  • Implantar equipamentos inclusivos nas paradas de ônibus para que deficientes visuais tenham as informações do transporte.
  • Reduzir a circulação dos ônibus no Centro.
  • Realizar licitação para exploração de mídia no mobiliário urbano do transporte.
  • Realizar licitação para a retomada dos portais da cidade.

Juliana Brizola (PDT/PSB/Rede)

  • Uso da tecnologia, com paradas de ônibus com sistemas de informação online sobre o transporte e outras informações.
  • As paradas dos ônibus com módulos iluminados e câmeras com vistas a segurança dos usuários.
  • Realizar melhor aproveitamento das lotações, com adequação de tarifa e, em especial, a ampliação de linhas para atender comunidades que não estão servidas com linha de ônibus.

Julio Flores (PSTU)

  • Municipalizar o transporte público urbano, não havendo mais empresas privadas e os trabalhadores das atuais sendo absorvidos pela nova empresa pública.
  • Aumentar o número de linhas e de ônibus.
  • Substituir gradativamente a frota atual, por ônibus movidos a fontes não poluentes.
  • Redução e congelamento das tarifas em direção à tarifa zero.
  • Criar o Conselho Popular de Transportes.

Montserrat Martins (PV)

  • Desonerações de impostos sobre os transportes.
  • Subsídio aos usuários vulneráveis economicamente.
  • Reduções de custos operacionais.
  • Financiamento para frota e ônibus menos poluentes.
  • Novo modelo de contratação, com a prefeitura pagando pelos serviços prestados de acordo com o custo real, independentemente da tarifa.
  • Redução do tempo de viagem dos passageiros.
  • Aumento da frequência das linhas e sincronização de horários de partidas de troncos e alimentadoras.

Rodrigo Maroni (Pros)

  • Priorizar o transporte coletivo, estimulando a renovação e a modernização da frota de ônibus.
  • Criar canais de comunicação para que os usuários possam sugerir a criação, alteração ou extinção de linhas.

Valter Nagelstein (PSD)

  • O candidato aponta que nenhum dos postulantes à prefeitura tem uma resposta para a crise.
  • Olhar outras experiências do Brasil e do mundo, discutir o assunto por seis meses, pactuar com a sociedade e, até o final do ano de 2021, apresentar para a cidade uma alternativa para subsidiar o transporte coletivo.
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