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Geral

- Publicada em 17 de Setembro de 2020 às 18:07

Greve dos Correios completa um mês e queixas por atraso de encomendas só crescem

Reclamações por demora na entrega ou descumprimento do serviço quase triplicaram em agosto

Reclamações por demora na entrega ou descumprimento do serviço quase triplicaram em agosto


fernando brazão/abr/jc
Esperar pelo produto comprado pela internet, ainda mais na pandemia, mas sem saber a data que vai chegar, virou um pesadelo para muitos gaúchos que dependem do serviço dos Correios. A greve, que começou em 18 de agosto, ainda não tem solução à vista e depende de desfecho na Justiça do Trabalho. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) aponta alta de 65% nas reclamações no País, com liderança de atraso ou problemas na entrega.
Esperar pelo produto comprado pela internet, ainda mais na pandemia, mas sem saber a data que vai chegar, virou um pesadelo para muitos gaúchos que dependem do serviço dos Correios. A greve, que começou em 18 de agosto, ainda não tem solução à vista e depende de desfecho na Justiça do Trabalho. A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) aponta alta de 65% nas reclamações no País, com liderança de atraso ou problemas na entrega.
A Senacon, que reúne dados do Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), que reúne os Procons estaduais e municipais, e do Consumidor.gov.br, somou mais de 6 mil registros de janeiro a agosto deste ano, ante 3,6 mil do mesmo período de 2019. Apenas em agosto, que teve a quase a metade comprometido pela paralisação, as reclamações quase triplicaram, passando de 344, no mês em 2019, para 994 neste ano, sendo que mais de 700 são ligadas a produtos não entregues ou demora na recepção por quem comprou o item.
Em Porto Alegre, a categoria em greve protestou na semana passada. 
A fotógrafa Lisiane Appel completou 40 dias desde a compra de um tênis novo. "Não vejo problema na realização da greve, nos funcionários acharem que o trabalho deles não é valorizado. Acho que eles têm todo o direito. Temos um sistema e devemos corrigi-lo. Mas acho que precisamos de uma opção ao consumidor, como a retirada da encomenda no local", sugere Lisiane.
A fotógrafa comprou o tênis em 8 de agosto, e a entrega deveria ocorrer de 10 a 12 dias úteis. No entanto, ela verificou, pelo rastreamento digital dos Correios, que a data foi atualizada para 22 de agosto. A encomenda ainda não havia chegado nesta semana.
"Só contas de água e luz estão chegando. Nem o boleto do IPTU está vindo, mas posso solucionar pela internet", admite a fotógrafa, lembrando que as mercadorias não podem ser retirada de forma online. Lisiane sabe que o seu tênis está no CDD em Porto Alegre.
"Não tenho nem opção de buscar no local, porque eles não atendem os telefones", queixa-se a fotógrafa que compradora frequente de e-commerce e de marketplaces (plataformas onde várias marcas e varejos vendem) mais requisitados, que têm usado os Correios e não só entrega própria.
A leitora do jornal Regina Maria Rodrigues chegou a postar comentário em uma notícia, reagindo à informação da estatal de que a greve não estaria afetando os usuários. 
"Afeta os serviços de entrega sim. Estou esperando duas encomendas que há semanas deveriam ter chegado. Desrespeito aos consumidores isso. Afinal, estão ganhando muito mais, com a pandemia, muitos mais passaram a comprar pela internet. Que terceirizem os serviços de entrega, afinal, tudo está acumulado e vai levar muito tempo para entregar quando voltarem", protestou Regina, indicando uma saída para fazer o escoamento dos produtos. 
O Jornal do Comércio questionou os Correios sobre a quantidade de encomendas represadas desde o começo da paralisação e ainda quais seriam as alternativas para quem aguarda por suas mercadorias.
Por nota, a empresa se limitou a informar que entregou, nas últimas quatro semanas, 187 milhões de objetos postais, entre cartas e encomendas, em todo o País. Nada foi repassado sobre o número que deixou de ser enviado aos seus destinatários. O JC tentou apurar qual era a média mensal de entrega antes da greve, mas também não obteve informação. 
Sobre o que fazer a respeito das postagens que não chegaram, os Correios orientam: "As pessoas devem aguardar a entrega de cartas e encomendas em suas residências. Somente quem receber a orientação dos Correios para retirada de objetos é que deve se dirigir a uma unidade da empresa".
Além disso, a nota indicou o caminho da Central de Atendimento do site - www.correios.com.br/fale-com-os-correios e garantiu que os telefones 3003-0100 (para capitais e regiões metropolitanas) e 0800-725 0100 também prestam esclarecimentos.
Na falta de um número oficial, um levantamento da consultoria Conversion, especializada em marketing digital e comércio eletrônico, com 365 brasileiros habituados a comprar pela internet constatou que 48,22% deles afirmaram ter percebido atraso em encomendas no fim de agosto.
 
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