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Geral

- Publicada em 27 de Agosto de 2020 às 15:02

Brasil teve uma mulher assassinada a cada 2 horas em 2018, aponta Atlas da Violência

Foram 4.519 vítimas de homicídio, uma taxa de 4,3 para cada 100 mil habitantes do sexo feminino

Foram 4.519 vítimas de homicídio, uma taxa de 4,3 para cada 100 mil habitantes do sexo feminino


CNJ/JC
O Brasil teve uma mulher assassinada a cada duas horas em 2018, apontou o Atlas da Violência 2020, divulgado nesta quinta-feira (27). Foram 4.519 vítimas de homicídio, o que representa uma taxa de 4,3 para cada 100 mil habitantes do sexo feminino. Seguindo a tendência de redução da taxa geral, a taxa de homicídios contra mulheres teve queda de 9% entre 2017 e 2018.
O Brasil teve uma mulher assassinada a cada duas horas em 2018, apontou o Atlas da Violência 2020, divulgado nesta quinta-feira (27). Foram 4.519 vítimas de homicídio, o que representa uma taxa de 4,3 para cada 100 mil habitantes do sexo feminino. Seguindo a tendência de redução da taxa geral, a taxa de homicídios contra mulheres teve queda de 9% entre 2017 e 2018.
Mas a situação melhorou apenas para as mulheres brancas, já que a grande maioria (68%) das vítimas era negra -a taxa que é praticamente o dobro na comparação com não negras. Em dez anos, a taxa de homicídio de mulheres negras cresceu 12,4%; já a de não negras caiu 11,7%. Nesse mesmo período, o Brasil teve um aumento de 4% nos assassinatos de mulheres. Em alguns estados, a taxa de homicídios em 2018 mais do que dobrou em relação a 2008: é o caso do Ceará, cujos homicídios de mulheres aumentaram 278%, de Roraima (+186%) e do Acre (126%).
A pesquisadora Amanda Pimentel afirmou que o racismo no Brasil tem um processo histórico e que os dados demonstram como as desigualdades são demonstradas nos índices letais. "Mesmo com a redução entre 2017 e 2018, a redução foi muito maior entre os não negros do que entre os negros", disse. "Mulheres negras estão ainda mais vulnerabilizadas: pela raça, gênero e classe", disse. O estudo foi elaborado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) com dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade, do Ministério da Saúde. Os negros são representados pela soma de pretos e pardos e os não negros são os brancos, amarelos e indígenas, segundo a classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O número de homicídios em geral caiu em 2018 no país, quando foram registrados 57.956 casos, o que corresponde a uma taxa de 27,8 mortes por 100 mil habitantes -o menor nível de assassinatos em quatro anos e queda de 12% em relação ao ano anterior. A diminuição aconteceu em todas as regiões, em 24 estados, com maior intensidade no Nordeste.
Porém, os assassinatos diminuíram apenas para uma parte da população. A taxa de homicídios de negros no Brasil saltou 11,5% de 2008 a 2018 (de 34 para 37,8 por 100 mil habitantes), enquanto a morte de não negros caiu 12,9% no mesmo período (de 15,9 para 13,9 por 100 mil). Entre os anos de 2008 e 2018, foram registrados 628 mil homicídios no país, sendo 91% homens, 55% na faixa entre 15 e 29 anos, e pico de mortos aos 21 anos de idade. O Atlas verificou a baixa escolaridade, com no máximo sete anos de estudo entre as vítimas. Os dias de maior incidência dos crimes foram sábados e domingos.
Entre o total de vítimas, os negros representaram 75%. Segundo o Atlas, a discrepância entre as raças nas taxas de homicídio significa que, na prática, para cada indivíduo branco morto naquele ano, 2,7 negros foram assassinados. O documento aponta que o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) diminuiu a escalada da violência contra jovens no Brasil. Antes do ECA, havia crescimento médio de 8,3% ao ano entre vítimas de 15 a 18 anos, por exemplo. Depois, baixou para 2,6%. Pela primeira vez, o Atlas compilou também dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação) sobre a população LGBTQI+.
Eles apontam que houve aumento de 19,8% em casos de violência contra essas pessoas entre 2017 e 2018. Cresceu em 10,9% a violência física, em 7,4% a psicológica e em 76,8% outros tipos de violência. Houve queda de 7,6% nos registros de tortura.
Folhapress
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