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- Publicada em 26 de Agosto de 2020 às 21:09

Estudo da USP mostra relação entre coronavírus e Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica

Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram, após analisar o caso de uma menina de 11 anos, que contraiu Covid-19 e foi a óbito, que o Sars-CoV-2, nome científico do novo coronavírus, atingiu as células cardíacas da menina. O resultado do estudo foi publicado no periódico The Lancet Child & Adolescent Health, associando, pela primeira vez, a infecção pelo vírus ao quadro de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), que pode acometer vários órgãos, tanto em crianças como em adolescentes.
Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) descobriram, após analisar o caso de uma menina de 11 anos, que contraiu Covid-19 e foi a óbito, que o Sars-CoV-2, nome científico do novo coronavírus, atingiu as células cardíacas da menina. O resultado do estudo foi publicado no periódico The Lancet Child & Adolescent Health, associando, pela primeira vez, a infecção pelo vírus ao quadro de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica (SIM-P), que pode acometer vários órgãos, tanto em crianças como em adolescentes.
De acordo com os cientistas, integrantes do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP, mesmo sem doenças preexistentes, a menina acabou desenvolvendo um quadro grave de saúde, sendo que 28 horas depois de ter sido internada em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), passou a apresentar disfunção cardíaca e choque cardiogênico, precisando de ventilação mecânica pulmonar e medicações para estabilizar seu sistema cardiovascular. Conforme os pesquisadores, casos como esses são raros dentro da pediatria.
Durante o atendimento da paciente, a equipe médica realizou exames de sangue, radiografia, tomografia de tórax, eletrocardiograma e ecocardiograma, que confirmaram a presença de um processo inflamatório e o comprometimento severo do coração. Após o falecimento da criança, foram feitas uma análise microscópica de tecidos de diversos órgãos do corpo e uma pesquisa de RNA viral em pulmões e coração.
Essa segunda bateria de exames confirmou a relação entre Covid-19 e a SIM-P, revelando que a menina teve de fato um quadro leve de pneumonia, causada pelo vírus Sars-CoV-2, e a presença de microtrombose pulmonar. O estudo concluiu ainda que a causa da morte da menina foi miocardite, isto é, inflamação do coração, que chegou ao estágio de necrose e perda de fibras cardíacas.
Para a professora Marisa Dolhnikoff, uma das autoras do artigo, o que se observa por outras pesquisas é que a maioria das crianças com SIM-P consegue se recuperar da doença, se tiverem o tratamento adequado. No entanto, ela afirma que o trabalho alerta para a possibilidade de que sequelas cardíacas remanesçam, ainda que recebam cuidados.
Em diversos outros momentos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já vinha alertando sobre a possibilidade de haver ligação entre a Covid-19 e a SIM-P, tema que chegou a ser tratado em seminários, por especialistas da Espanha. No início deste mês, o Ministério da Saúde emitiu nota em que destaca o aviso da OMS e informa que tem monitorado casos da síndrome em crianças e adolescentes com idade entre 7 meses e 16 anos. Até julho, 71 casos foram registrados em quatro estados, sendo 29 no Ceará, 22 no Rio de Janeiro, 18 no Pará e 2 no Piauí, além de três óbitos no Rio de Janeiro.
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