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Geral
- Publicada em 09 de Julho de 2020 às 09:25Cidades gaúchas seguem em alerta e há previsão de novos temporais no domingo
Forte volume de chuva entre terça e quarta-feira provocou inundações em várias cidades
Prefeitura de São Sebastião do Caí/divulgação/JC
Thiago Copetti
Atualizado 13h24min
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O fim das chuvas nas regiões que na quarta-feira (8) enfrentaram um dia de caos com a cheia dos rios, deixando mais de 4 mil pessoas desalojadas, não significa necessariamente calmaria a partir desta quinta-feira (9). Ainda que o sol predomine no Rio Grande do Sul, hoje e amanhã, para a noite de sexta-feira (10) a previsão do tempo indica nuvens chegando pelo oeste-sul, o que deve trazer nova frente fria, com chuva fraca no sábado, e complicações no domingo. De acordo com Estael Sias, meteorologista da MetSul, a preocupação está centrada no domingo, especialmente ma metade norte do Estado, para onde há até previsão de novos temporais.
“A chuva se intensifica no domingo na Metade Norte, podendo chegar entre 50 ml e 60 ml entre o Vale do Taquari, Serra, Aparados, Campos de Cima e Litoral. O problema não é tanto a chuva, mas os afluentes rios, já bastante cheios. E há risco de temporais isolados”, detalha Estael.
O cenário climático, ressalta a meteorologista, aponta para um agravamento das dificuldades aos desabrigados e desalojados. Estael alerta ainda que o acúmulo de chuva entre sábado e domingo se somará aos já carregados afluentes dos rios e tende a trazer problemas inclusive no Guaíba, que já está com em nível elevado e deverá subir ainda mais.
Cidades nas partes baixas das bacias dos rios do Sinos e Gravataí, de acordo com a Defesa Civil, principalmente, seguem em alerta e podem inclusive registrar alta nos níveis, segundo o Monitoramento Hidrológico feito pela Secretária Estadual do Meio Ambiente (Sema). A secretaria indica que a condição de alerta de inundação segue para as bacias e sub-bacias da metade norte do Estado, com destaque para Ijuí, Pardo, Taquari-Antas, Caí, Sinos, Gravataí, Baixo Jacuí e Lago Guaíba.
Até o final da manhã desta quinta-feira, o Estado já soma 4.148 mil pessoas desalojadas ou desabrigadas pelo ciclone, pela alta dos rios e por enxurradas. Além de uma morte confirmada, em Caxias do Sul, em Colinas, no Vale do Taquari, de acordo com a Defesa Civil, um senhor de 73 anos que por volta das 7h de quinta-feira estava transitando com seu veículo na RS 129 e foi surpreendido pela enchente, segue desaparecido. Até o final da manhã o veículo não havia sido encontrado.
Também no Vale do Taquari, em Bom Retiro do Sul, a Defesa Civil contabiliza, hoje, 250 desalojados e desabrigados, além de outras 240 em Cruzeiro do Sul, além 150 em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo. Os rios Taquari e Caí, que apresentam inundações de grandes proporções, já começam a apresentar declínio em alguns pontos e estabilização para as próximas horas. De acordo com a Defesa Civil, o alerta está mantido em diferentes cidades porque a água que desce das cabeceiras, na Serra, pode manter esse movimento de cheia na parte baixa por até 72 horas. Na noite desta quarta, mesmo após a chuva, São Sebastião do Caí, por exemplo, registrou elevação no nível do Rio Caí, o que estabilizou apenas na manhã de hoje, com pequena redução. De acordo com a prefeitura, o rio alcançou 14,45 metros às 23h, ante um nível normal próximo de 2,5 metros.
Nível do rio em São Sebastião do Caí subiu, atingindo ruas da cidade. Foto: Prefeitura de São Sebastião do Caí/Divulgação/JC
Em Lajeado, o Rio Taquari estabilizou, mas segue em situação preocupante. Segundo a Defesa Civil, os principais rios nas bacias da metade norte do estado já se encontram em declínio nas partes mais altas das bacias, porém seguem em inundação em alguns pontos, principalmente em áreas de várzea. O comportamento nos níveis e vazões para os próximos dias deve seguir a tendência destacada para cada ponto conforme estações descritas abaixo.
Em Encantando, no Vale do Taquari, a Cooperativa Dália Alimentos precisou suspender o abate de suínos após a cheia do rio levar a casa de máquinas e o pátio da unidade a serem invadidos pela água. A planta opera com abate de 2,8 mil suínos/dia e os prejuízos ainda não foram calculados, mas a cooperativa avalia que algumas máquinas possam ter vindo a queimar, ocasionando prejuízos que ainda não podem ser calculados.
Cooperativa Dália Alimentos suspendeu o abate de suínos na unidade em Encantado. Foto Divulgação/JC
De acordo com monitoramento da Sema, o grande foco de atenção para os próximos dias deve ser nas bacias do Gravataí e Sinos, com elevação em função do tempo de concentração e deslocamento da onda de cheia destas bacias, segundo a Defesa Civil. Abaixo, veja a situação dos rios monitorados pela secretária na manhã desta quinta-feira.
Monitoramento Hidrológico da Sema
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(7h desta quinta-feira)
- Rio das Antas na estação Linha José Júlio: 16,5m (Normal: ~2m) – Em declínio desde a tarde de ontem.
- Rio Taquari na estação Muçum: 18,54m (Normal: ~2m) – Em declínio desde a noite de ontem.
- Rio Taquari na estação Estrela: 27,6m (Normal: ~12,5m) – Praticamente estável neste ponto.
- Rio Cai na estação Barca do Cai: 13,6m (Normal ~2,0m) – Em declínio desde a noite de ontem.
- Rio Cai na estação Montenegro: 8,1 m (Normal ~1,5m)- Ainda em elevação. Deve estabilizar nas próximas horas.
- Rio dos Sinos na estação Campo Bom: 6,7m (Normal ~2m) – Deve seguir em elevação nos próximos dias.
- Rio dos Sinos em São Leopoldo: 4,42m (Normal ~2m) – Estável no momento, porém ainda pode voltar a subir.
- Rio Gravataí na estação Passo das Canoas: 4,82m (Normal ~2m) – Deve seguir em elevação nos próximos dias.
- Rio Ijuí na estação PCH RS-155 Jusante: 9,5m (Normal: 1,5m) – Praticamente estável nesta estação, porém ainda segue em elevação em pontos a jusante.
- Guaíba na estação Caís Mauá: 2,04 m (Normal: 1,2m) – Está praticamente estável e pode apresentar um pequeno declínio nas próximas horas em função do regime lagunar.
- Rio Jacuí na estação UHE Dona Francisca Jusante: 5,84m (Normal: 3m). Neste ponto o Jacuí começou a entrar em declínio, porém segue em elevação nos trechos a jusante, principalmente onde recebe contribuição das bacias do Taquari e Pardo.
