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'O lockdown seria uma situação extrema', opina infectologista do São Lucas da Pucrs
'Quem está fora das unidades, não consegue entender o que está acontecendo nos hospitais', diz médico
LUIZA PRADO/JC
Patrícia Comunello
"Não, lockdown seria uma situação extrema", opina o médico chefe do Serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da Pucrs, Fabiano Ramos, descartando, por enquanto, a medida como alternativa para o combate à pandemia em Porto Alegre. Mas Ramos adverte que "a situação é bastante delicada", referindo-se à demanda elevada e permanente para UTIs, com duas características:
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"Não, lockdown seria uma situação extrema", opina o médico chefe do Serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da Pucrs, Fabiano Ramos, descartando, por enquanto, a medida como alternativa para o combate à pandemia em Porto Alegre. Mas Ramos adverte que "a situação é bastante delicada", referindo-se à demanda elevada e permanente para UTIs, com duas características:
"São pessoas jovens e sem comorbidades (doença prévia) que estão internando nas duas últimas semanas", descreve o infectologista, citando que a sobrecarga aumenta para as equipes. "Quem está fora das unidades hospitalares, muitas vezes, não consegue entender o que está acontecendo dentro dos hospitais", alerta o médico.
O lockdown, descartado pelo especialista, chegou a ser cogitado na semana passada pelo governador Eduardo Leite caso não haja recuo da maior transmissão do novo coronavírus e das internações em UTIs. "Se a Covid-19 não diminuir no RS, não haverá outro caminho que não o lockdown", declarou o governador. Dois dias depois, Leite chegou a fazer um apelo à população para ficar em casa, advertindo que estas duas semanas - até 20 de julho -, serão decisivas na pandemia.
Pelo painel das UTIs monitorado pela Secretaria Municipal da Saúde, há nesta segunda-feira (6) 177 pessoas com Covid-19 em leitos intensivos dos hospitais, além de 40 suspeitos. O número total é de 217. Na sexta-feira (3), eram 224 no total. Mas em três dias, a Capital teve 14 mortes de pacientes em hospitais. O total de óbitos chegou a 120 nesta segunda. O número de casos é de quase 4 mil.
A preocupação com mais casos é que não há um tratamento efetivo para a doença. O impacto para mais jovens e com gravidade maior pode ter relação em como foi feita a exposição e quantidade de vírus. Outro problema que pode limitar a capacidade de cuidados é o crescimento de casos de profissionais de saúde contaminados.
"As medidas de distanciamento são fundamentais para que a gente controle essa pandemia. O vírus está disseminado na cidade e estamos recebendo muitos pacientes graves", reforça Ramos. O recado final do médico é: "A gente precisa combater isso, se não as próximas semanas serão piores que as duas últimas semanas que enfrentamos".
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