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Geral

- Publicada em 03 de Julho de 2020 às 17:57

Por falta de anestésicos no RS, secretaria orienta cancelamento de cirurgias eletivas

Rio Grande do Sul registra falta de 22 medicamentos utilizados nos procedimentos das UTIs

Rio Grande do Sul registra falta de 22 medicamentos utilizados nos procedimentos das UTIs


MAURO PIMENTEL/AFP/JC
Fernanda Crancio
Em função da escassez de medicamentos anestésicos dos kits intubação utilizados nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) orientou os hospitais gaúchos a cancelarem por tempo indeterminado todas as cirurgias eletivas previstas para serem realizadas no Estado.
Em função da escassez de medicamentos anestésicos dos kits intubação utilizados nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs), a Secretaria Estadual da Saúde (SES) orientou os hospitais gaúchos a cancelarem por tempo indeterminado todas as cirurgias eletivas previstas para serem realizadas no Estado.
O desabastecimento dos insumos, que atinge tanto a rede pública como a privada de saúde, também se estende a outros estados e, em função da pandemia da Covid-19, prejudica o tratamento dos pacientes internados nas UTIs. Segundo a SES, a falta dos medicamentos preocupa e vem sendo relatada por diversos hospitais, alarmados diante da diminuição dos estoques e impossibilidade de renová-los, seja por falta dos produtos ou pela prática de preços abusivos no mercado devido à demanda.
Por conta dessa realidade, as instituições de saúde que integram o Plano de Contingência Hospitalar do Rio Grande do Sul fizeram um levantamento dos estoques ainda disponíveis e informaram ao Estado, que já buscou apoio do Conselho Nacional de Saúde (Conass) e do Ministério da Saúde, que acenou com a possibilidade de uma compra emergencial dos produtos. Houve ainda pedido à Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) para uma tomada internacional de preços para abastecer os estados e notificação às distribuidoras de medicamentos do Estado para ver a disponibilidade dos sedativos em estoque."Encaminhamos a lista dos principais insumos que faltam na rede hospitalar do Rio Grande do Sul, tanto para o Conass quanto para o Ministério da Saúde, e tivemos a informação de que o Ministério estaria encaminhando para o Estado os itens necessários de anestésicos, kits intubação e outros insumos", relatou a secretária na segunda-feira (29).
Nesta sexta-feira(3), a SES informou que alguns estados já começaram a receber lotes de medicamentos, e que o Rio Grande do Sul deverá ser contemplado em breve, já que o problema não era esperado e afeta diretamente o enfrentamento à Covid-19. Na lista de insumos em falta no Estado constam 22 medicamentos.
Enquanto isso, a secretaria solicita a hospitais e clínicas públicas e privadas que disponibilizem às instituições com setores de emergência e UTI os medicamentos em estoque, especialmente sedativos, analgésicos e bloqueadores neuromusculares.
A secretaria ressalta que a responsabilidade pelo abastecimento dos medicamento é de competência exclusiva dos hospitais, mas reforça que o Estado está auxiliando o setor, princialmente diante da demanda crescente em função da pandemia e do aumento da ocupação dos leitos de UTI. Os medicamentos sedativos em falta são utilizados em procedimentos que necessitam de anestesia e nos procedimentos a pacientes entubados. Segundo dados apresentados pela Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Estado (Federação RS), desde que começou a pandemia no Estado, a quantidade de kits utilizados equiparou-se à aplicada em todo o ano de 2019.
Por meio de nota informativa oficial publicada nesta sexta, a SES reforça que, diante da constatação da atual escassez dos insumos, da dificuldade de aquisição dos mesmos e do risco de desabastecimento, "sugere a suspensão temporária dos procedimentos eletivos em âmbito hospitalar no Estado". O texto destaca ainda os esforços do governo gaúcho junto aos órgãos da Saúde e ao Conselho Regional de Farmácia para buscar alternativas para a normalização da situação, mas ressalta que, diante da impossibilidade imediata, "define conduta de racionalização do uso dos estoques disponíveis", orientando a suspensão da realização das cirurgias e procedimentos eletivos que utilizem os medicamentos do kit intubação para sedação dos pacientes, com exceção dos casos considerados graves ou nos quais a postergação determine riscos reais para a saúde do paciente, bem como a fiscalização dessas ações pelos profissionais da saúde e agentes públicos.
Instituições como o Hospital Vila Nova, de Porto Alegre, o Hospital Vida e Saúde, de Santa Rosa, o Hospital de Caridade de Ijuí, os hospitais Universitário e Nossa Senhora das Graças, de Canoas, e o Hospital Instituto Cardiologia de Viamão já haviam cancelado as cirurgias eletivas por conta da baixa dos estoques dos medicamentos.
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