Destinação irregular de lixo pode contribuir para disseminação

A destinação incorreta do lixo pode agravar a crise do coronavírus. A especialista em Direito Ambiental e doutora em Biociências, Janira Prichula, aponta que a separação e destinação incorreta do lixo pode facilitar a propagação do novo coronavírus.

De acordo com especialista, a existência de lixões a céu aberto traz problemas ainda maiores em tempos de coronavírus para os trabalhadores que tiram seu sustento destes locais, como funcionários de cooperativas e catadores ou simplesmente pessoas que vivem próximas desses locais irregulares. "Essas populações já vivem em condições de vulnerabilidade, visto que estão expostas a vários vetores de doenças infecciosas nesses ambientes insalubres. O coronavírus pode ser mais um importante fator de risco para essas pessoas, contribuindo ainda mais para o contexto da pandemia que estamos vivenciando".

Outro problema recorrente dos lixões irregulares diz respeito ao chorume vindo do lixo que, além de contaminar o solo, também pode contaminar a água neste momento em que ela é tão fundamental para higienização e manutenção de hábitos preventivos contra a Covid-19.

Em 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos chegou a determinar que os lixões fossem extintos até 2014, devido aos problemas que eles acarretavam não só ao meio ambiente, mas também à saúde da população. No entanto, no ano passado, a proposta de estender os prazos para extinção dos lixões em todos os municípios entre 2021 e 2024 foi aprovada pela Câmara dos Deputados e, desde então, está aguardando tramitação pelo Senado.

Para tentar minimizar os danos causados pelos lixões e aterros irregulares e uma possível contaminação em massa, Janira sugere que a população mantenha o cuidado e as boas práticas na segregação dos resíduos, a fim de mitigar e suprimir os impactos que podem ser causados ao meio ambiente e à saúde em tempos de pandemia.