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- Publicada em 26 de Maio de 2020 às 18:14

Adesão ao Caminho da Escola supera expectativas

Outra expectativa positiva vem do mercado externo, especificamente do continente africano

Outra expectativa positiva vem do mercado externo, especificamente do continente africano


MARCOPOLO/DIVULGAÇÃO/JC
Roberto Hunoff
Com adesão de prefeituras acima do esperado, a Marcopolo vislumbra no programa federal Caminho da Escola uma das possibilidades para sustentar volumes de produção saudáveis até o final do ano, considerando as dificuldades que ainda perdurarão em razão da pandemia do novo coronavírus. Na teleconferência ao mercado, na manhã desta terça (26), para avaliação do desempenho econômico do primeiro trimestre, o CEO Jaime Bellini destacou que a empresa se habilitou ao fornecimento de 4,8 mil unidades e já recebeu pedidos para 4 mil.
Com adesão de prefeituras acima do esperado, a Marcopolo vislumbra no programa federal Caminho da Escola uma das possibilidades para sustentar volumes de produção saudáveis até o final do ano, considerando as dificuldades que ainda perdurarão em razão da pandemia do novo coronavírus. Na teleconferência ao mercado, na manhã desta terça (26), para avaliação do desempenho econômico do primeiro trimestre, o CEO Jaime Bellini destacou que a empresa se habilitou ao fornecimento de 4,8 mil unidades e já recebeu pedidos para 4 mil.
O gerente de Planejamento e de Relações com Investidores, Eduardo Frederico Willrich, acrescentou que a empresa deve elevar o ritmo de produção destes produtos para entregas ao longo do segundo semestre. “O ritmo de adesão das prefeituras está melhor do que o imaginado”, reforçou. No trimestre, a companhia entregou 623 unidades vinculadas ao programa, sendo 259 micros, 318 urbanos e 46 modelos Volare.
Outra expectativa positiva vem do mercado externo, especificamente do continente africano. Bellini observa que negociações iniciadas no ano passado estão sendo consolidadas, devendo resultarem em pedidos no curto prazo. Também surgem sinais da Argentina, onde clientes demonstram interesse pela compra de novos veículos diante do receio de perda de poder de compra no futuro pela desvalorização do peso frente ao dólar. “Isto, no entanto, vai depender
de quanto e quando o governo irá flexibilizar as restrições impostas no país”, ressaltou. Diante dos cenários atuais, o CEO avalia que as exportações devem ter desempenho melhor que o mercado interno no fechamento do ano, mesmo que os demais países estejam em situação parecida com o Brasil.
No mercado interno, as incertezas seguem tanto no segmento de rodoviários, quando de urbanos. James Bellini argumenta que nos rodoviários a situação está mais complicada, porque a maioria das frotas está parada diante da retração da demanda. Além disso, a ocupação das viagens está limitada a 50% da capacidade. Como forma de auxiliar os clientes, a Marcopolo está investindo em ações de biossegurança para garantir aumento no número de passageiros. “Se formos bem sucedidos, naturalmente haverá este retorno, com impacto na nossa produção”, projetou.
Nas operações de fretamento, os problemas estão praticamente contornados, com uso de 85% a frota. Bellini destaca que o baque inicial foi relevante, mas com o retorno parcial das atividades econômicas, a frota voltou a operar. “É importante para a nossa marca, que tem boa visibilidade neste segmento. Temos esperança de novos pedidos no médio prazo”, frisou. O transporte coletivo urbano sentiu os efeitos da pandemia, com a redução das frotas em circulação em diversas cidades importantes do país. A retomada está diretamente alinhada com a flexibilização das restrições pelos governos estaduais e municipais.
Fabricante faz ajustes na capacidade produtiva A diretoria da Marcopolo também confirmou que irá acelerar um programa já em andamento de adequação das bases de ativos, ajustando o nível da capacidade com a nova demanda do mercado. Dentre as medidas está a desativação, já em fase final, da unidade Planalto, em Caxias do Sul, e a verticalização da produção de partes na fábrica de São Mateus, no Espírito Santo. De acordo com José Antonio Valiatti, CFO e diretor de relações com investidores, a empresa aproveitará o atual momento de baixa da atividade para concluir este processo. Paralelamente, a Marcopolo trabalha em medidas de contenção de custos e preservação do caixa, reduzindo ao máximo as despesas não obrigatórias. Dentre as principais medidas estão restrição de investimentos, cancelamento de novas etapas do programa de distribuição de proventos, renegociação de prazos de pagamento e atenção nas contas a receber e na cobrança. Os estoques de produtos prontos e de matéria-prima também estão sendo adequados à nova realidade de mercado.
Com exceção da planta de São Mateus, que atua com 100% da sua capacidade, as operações de Caxias do Sul e Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, usam apenas 50% do quadro. Os colaboradores dispensados estão, em geral, com o contrato de trabalho suspenso e deverão ingressar em um regime de revezamento, voltando ao trabalho em junho, e alternando com quem hoje está trabalhando normalmente. Todos os colaboradores, incluindo diretoria e a mão de obra administrativa e comercial, fazem parte do rodízio, que pode se estender até o fim de agosto. O CEO James Bellini confirmou que os administradores e integrantes dos conselhos Administrativo e Fiscal tiveram suas remunerações reduzidas em 50%.
A Marcopolo fechou o primeiro trimestre com receita líquida consolidada de R$ 919,4 milhões, elevação de 2,3% em relação aos R$ 898,6 milhões do mesmo período de 2019. O lucro líquido diminuiu 60,3%, para R$ 10,7 milhões. A produção total, no Brasil e exterior, foi de 3.441 carrocerias de ônibus, 2,7% abaixo do mesmo período do ano passado.
Destaque para o aumento de 14,2% nos negócios do mercado brasileiro, que consolidaram R$ 469,6 milhões, com a venda de 2.212 unidades, alta de 3,8%. A participação na receita total foi de 51,1%. As exportações a partir do Brasil cederam 27,7%, para 648 unidades, e renderam R$ 213,9 milhões, recuo de 19,4%. As controladas no exterior venderam 484 unidades, recuo de 5%, mas tiveram alta de 6,3% na receita, que chegou a R$ 235,9 milhões. Na China, a receita caiu 69% e, na Austrália, 7,2%. No México, mesmo com queda nas unidades vendidas, houve alta de 12% e, na África do Sul, de 8,8%. Na Argentina, a Metalsur, incorporada no terceiro trimestre do ano passado, gerou R$ 14 milhões de receita, com a venda de 26 unidades.
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