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Segurança pública

- Publicada em 14 de Maio de 2020 às 10:59

Rio Grande do Sul apresenta aumento preocupante de casos de feminicídio

Vieira Júnior pontuou que todo o país assiste ao aumento na violência contra as mulheres

Vieira Júnior pontuou que todo o país assiste ao aumento na violência contra as mulheres


REPRODUÇÃO/JC
O Rio Grande do Sul apresentou, mais uma vez, aumento no número de feminicídios em abril. Ao todo, foram 10 assassinatos de mulheres por questões de gênero no mês - crescimento de 66,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Este e outros indicadores criminais foram apresentados nesta quinta-feira (14) pelo vice-governador e secretário de Segurança Pública do Estado, Delegado Ranolfo Vieira Júnior, em uma Live transmitida pelas redes sociais do governo gaúcho.
O Rio Grande do Sul apresentou, mais uma vez, aumento no número de feminicídios em abril. Ao todo, foram 10 assassinatos de mulheres por questões de gênero no mês - crescimento de 66,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. Este e outros indicadores criminais foram apresentados nesta quinta-feira (14) pelo vice-governador e secretário de Segurança Pública do Estado, Delegado Ranolfo Vieira Júnior, em uma Live transmitida pelas redes sociais do governo gaúcho.
No acumulado de janeiro a abril, o indicador de violência contra mulheres apresenta crescimento de 71,4% em 2020 na comparação com o mesmo período de 2019. O número de tentativas de feminicídio teve queda de 102%, passando de 129 para 102 este ano.
A maior parte desses crimes acontece dentro de casa e são cometidos por homens que se relacionam com as vítimas. No entanto, o secretário acredita que ainda não se pode atribuir o aumento ao isolamento social.
“Os números demonstram que ao menos neste primeiro momento não se pode atribuir o isolamento como grande motivador tendo em vista que já estava aumentando essa prática criminosa”, diz Vieira Júnior. Desde janeiro o Estado vem apresentando dados alarmantes de avanço do feminicídio no território gaúcho. Foram 10 casos contabilizados no primeiro mês do ano, cinco em fevereiro e 11 em março.
A maior parte das assassinadas não tinham medida protetiva ou histórico de agressão. O vice-governador fez um apelo pela conscientização para que não só as mulheres em situação de violência, mas todas aquelas pessoas que convivem denunciem.
Os demais indicadores de violência contra a mulher reduziram em abril. As ameaças passaram de 3.085 em 2019 para 2.026 no último mês (-34,3%), as lesões corporais caíram de 1.719 para 1.259 (-26,8%), os estupros diminuíram de 107 para 78 (-27,1%) e as tentativas de feminicídios reduziram de 37 para 18 (-51,4%).
Os casos podem ser comunicados pelos seguintes canais:
  • Disque 180;
  • Disque Denúncia 181;
  • WhatsApp (51) 9.8444.0606;
  • Denúncia Digital 181, disponível no site da SSP;
  • e emergências pelo 190 da Brigada Militar.

Número de homicídios cresceu em relação a 2019 puxado pelo assassinato de ex-apenados

O número de homicídios no Rio Grande do Sul também cresceu no mês passado. Abril encerrou com 158 vítimas, seis a mais do que as 152 do mesmo período do ano passado (3,9%). No acumulado desde janeiro, porém, o total de 624 óbitos ainda representa queda, de 8,4%, na comparação com 681 ocorridos em igual intervalo de 2019. Trata-se da menor soma desde 2011, que teve 597 mortes no período.
Autoridades que lidam diretamente com este tipo de crime identificam dois possíveis fatores para os homicídios no Estado não terem sofrido o mesmo efeito que as medidas de distanciamento social contra o novo coronavírus provocaram nos delitos contra o patrimônio em abril: disputas do tráfico pelo mercado em baixa e conflitos após a soltura de lideranças criminosas.
O vice-governador complementa que das 158 vítimas de homicídio, 22 delas eram pessoas que estavam recolhidos ao sistema penitenciário e foram colocadas em liberdade entre os meses de março e abril foram colocados em liberdade. Em abril de 2019 apenas oito das vítimas eram indivíduos com essas características.
A saída de criminosos, muitas vezes, mobiliza rivalidades entre grupos, abre disputas na hierarquia dos bandos e desencadeia ataques encomendados para acerto de contas. As libertações ocorrem durante a vigência da recomendação nº 62 do Conselho Nacional de Justiça, que “recomenda aos tribunais e magistrados a adoção de medidas preventivas à propagação da infecção pelo novo coronavírus (Covid-19) no âmbito dos sistemas de justiça penal e socioeducativo". Somados os meses de março e abril, o número de detentos beneficiados com concessões de liberdade aumentou de 6.966 no ano passado para 11.677 neste ano.

Ataques a banco caem 90% em abril e atingem o menor nível da série histórica

Em abril, houve queda de 90% nos ataques a banco no Estado

Em abril, houve queda de 90% nos ataques a banco no Estado


Rodrigo Ziebell/SSP/Divulgação/JC
A combinação entre a necessária política de distanciamento social contra a propagação da Covid-19 e a manutenção integral do trabalho das forças da Secretaria da Segurança Pública (SSP) fez o Estado atingir novos recordes na redução de indicadores criminais. Em abril, com menos circulação de pessoas e a permanência das polícias nas ruas, houve queda de 90% nos ataques a banco no RS na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Ocorreu apenas um caso, um furto cometido em Canoas no dia 5 de abril, enquanto em igual período de 2019 foram registradas 10 ocorrências contra estabelecimentos bancários, na soma entre furtos e roubos. Na comparação de acumulados entre os quatro primeiros meses deste ano e do anterior, as ações criminosas contra instituições financeiras diminuíram 60,5% – de 38 casos para 15.
Tanto na leitura isolada de abril quanto no resultado desde janeiro, 2020 atingiu os menores números de toda a série histórica, iniciada em 2012, quando esse tipo de crime passou a ter contabilização em separado.
Em Porto Alegre, o cenário é ainda mais positivo, com queda de 100%. A Capital encerrou o quarto mês consecutivo sem qualquer ocorrência de furto ou roubo contra estabelecimentos bancários. Desde janeiro, não há ataques a instituições financeiras na cidade, enquanto no mesmo intervalo de 2019 já haviam ocorrido 10 casos.
Além das marcas inéditas na redução de ações contra bancos, a atuação das forças de segurança aliada à menor movimentação nas cidades trouxe expressivas retrações em todos os crimes contra patrimônio em abril. Um dos destaques foram as ocorrências de roubo em geral no RS, que fecharam com 3,2 mil registros a menos do que no mesmo mês do ano passado e queda acima da metade – de 5.836 para 2.544 (-56,4%).
Entre os furtos em geral, também houve baixa significativa, com 5,2 mil casos a menos. Em todo o Estado, foram 10.137 ocorrências em abril de 2019 contra 4.891 em igual intervalo deste ano (-51,8%).
Outra queda acima da metade foi verificada entre os ataques a transporte coletivo, somadas as ocorrências envolvendo passageiros e motoristas de ônibus e lotações, que diminuíram de 184 para 84 (-54,3%) no recorte mensal. Crimes contra estabelecimentos comerciais tiveram retração de 36%, passando de 727 registros de furto e roubo em abril de 2019 para 465 no quarto mês deste ano.