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- Publicada em 27 de Abril de 2020 às 21:02

Maior causa de mortes no mundo é o coração

Cardiologista diz que não faz sentido comparar mortes do coração com óbitos por Covid-19

Cardiologista diz que não faz sentido comparar mortes do coração com óbitos por Covid-19


MARCO QUINTANA/JC
As doenças relacionadas ao coração são as que mais matam no mundo. A gama é enorme - isquemias, AVCs, infartos, morte súbita - e as causas também - complicações da diabetes, má alimentação, fatores hereditários, falta de exercícios físicos, estresse, tabagismo, etc.
As doenças relacionadas ao coração são as que mais matam no mundo. A gama é enorme - isquemias, AVCs, infartos, morte súbita - e as causas também - complicações da diabetes, má alimentação, fatores hereditários, falta de exercícios físicos, estresse, tabagismo, etc.
Das 56 milhões de pessoas que morreram em todo o mundo em 2017, segundo a Our World in Data, banco de dados da Universidade de Oxford, 17,79 milhões foram por doenças cardiovasculares.
Em segundo lugar, estão os diversos tipos de câncer, com 9,5 milhões, seguido por doenças respiratórias, com 3,9 milhões de mortes, e infecções respiratórias inferiores, com 2,5 milhões. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, foram 357.770 mortes ligadas ao coração em 2018 - ano dos últimos dados consolidados.
Mas será que é possível traçar um comparativo entre o número de mortes causadas pelas doenças coronarianas e o novo coronavírus (Covid-19)? A chefe do Serviço de Cardiologia, Cirurgia Vascular e Cardíaca do Hospital Moinhos de Vento, Carisi Anne Polanczyk, diz que apesar da alta incidência de mortes oriundas de doenças cardiovasculares, a comparação com o número de óbitos por coronavírus não faz sentido.
"Não tem como fazer esse paralelo sobre as mortes causadas por coronavírus com mortes causadas por doenças cardiovasculares, pois ele é um vírus e não há comparação", afirma.
Atualmente, as doenças cardíacas são as que mais matam no Brasil, nos Estados Unidos e na Europa. A esses casos, a cardiologista atribui a incidência maior de fatores relacionados à hipertensão, colesterol, tabagismo, estresse, diabetes e sedentarismo, o que poderia ser prevenido com a adoção de novos hábitos. "As principais doenças cardiovasculares nessas localidades têm como preponentes a diabetes, o colesterol e a hipertensão. Na maior parte do mundo, mais de 30% das causas de morte são por doenças cardiovasculares".
A médica alerta ainda que populações com economias menos desenvolvidas e com Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos têm maior propensão ao desenvolvimento de problemas cardiológicos. "Devido às questões estruturais e de acesso à saúde, a população menos favorecida pode acabar desenvolvendo esses problemas do coração e não conseguir fazer a detecção do problema de forma precoce".
No ano passado, um estudo realizado pela American College Of Cardiology, dos Estados Unidos, identificou que quanto menor o nível socioeconômico de uma população, maiores são as questões relativas ao estresse e, consequentemente, ao aumento nas taxas de eventos cardiovasculares.
De acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), pelo menos três quartos das mortes no mundo por doenças cardiovasculares aconteceram em países de baixa e média renda, o que comprova que, nestes locais, a incidência de mortes aconteceu com pessoas que não tiveram acesso a serviços de saúde eficazes ao seus problemas ou que tiveram diagnósticos tardios.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), das 17 milhões de mortes prematuras (pessoas com menos de 70 anos) por doenças crônicas não transmissíveis, 82% acontecem em países de baixa e média renda e 37% são causadas por doenças cardiovasculares.
Segundo o órgão, intervenções rentáveis, que são viáveis para implementação, mesmo em ambientes de baixa renda, podem ajudar na prevenção e no controle de doenças cardiovasculares. Entre elas, cita a redução da ingestão de alimentos ricos em gorduras, açúcares e sal e a construção de vias para caminhada e ciclismo, com o objetivo de aumentar a prática de atividades físicas.
Depois das mortes causadas por doenças do coração, o que mais mata brasileiros são os diversos tipos de câncer. Conforme o Instituto Nacional do Câncer (Inca), morrem na casa de 220 mil pessoas em razão de neoplasias anualmente no País.
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No que diz respeito a outras doenças do aparelho respiratório, os óbitos somados de gripes e pneumonias, em 2018, chegaram a 80.496. A Aids, por sua vez, matou um total de 10.980 pessoas, enquanto a tuberculose, 4.531.
Em relação às causas externas, ocorreram 32.655 mortes no trânsito em 2018, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Já no que tange a violência, segundo o Anuário Brasileiro da Segurança Pública, 57.358 foram vítimas de morte violenta intencionais no mesmo ano.
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