Morreu neste domingo, aos 70 anos, o multipremiado jornalista gaúcho Renan Antunes de Oliveira. Ele vivia em Florianópolis e seguia atuando como repórter, mesmo debilitado nos últimos meses – passou por um transplante de rim em fevereiro, que foi bem-sucedido, mas voltou a ser internado em abril, desta vez com uma infecção no pulmão, havia suspeita de Covid-19.
Renan faleceu em sua casa, na manhã deste domingo, após sofrer um infarto. De acordo com o irmão Davi Antunes de Oliveira, embora a suspeita de coronavírus – Renan estava sendo medicado com cloroquina – a causa da morte foi a parada cardíaca. "Na verdade, foi um conjunto de fatores, não é possível definir. Ele estava debilitado, e sofreu o infarto", informou.
Renan Antunes de Oliveira nasceu em Nova Prata em 1949 e começou a atuar como jornalista nos Diários Associados, em 1976. Publicou reportagens no Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, Jornal do Brasil, Veja, IstoÉ, Jornal de Brasília, Diário Catarinense, Gazeta do Povo, DCM, Agência Pública, Brio Stories, Correio do Povo e Coojornal, e obteve o Prêmio Esso de Jornalismo, em 2004, por uma reportagem publicada no Jornal JÁ Porto Alegre, A tragédia de Felipe Klein. Fez coberturas internacionais – inclusive em áreas de conflito – escrevendo da China, Irã, Indonésia, Hong Kong, Marrocos, México e Estados Unidos.
No fim do ano passado, Renan lançou uma coletânea com suas melhores reportagens. Ele autografou a obra Em carne viva com calda de chocolate – reportagens (Editora JÁ) na Feira do Livro de Porto Alegre.
Renan deixa a esposa Blanca Rojas, seis filhos, mãe e três irmãos. Segundo familiares, o corpo seria cremado ainda neste domingo, mas não havia detalhes de como seria a cerimônia de despedida. Dezenas de jornalistas que trabalharam com Renan Antunes de Oliveira ao longo das últimas décadas publicaram homenagens nas redes sociais, destacando a excelência do seu trabalho e sua influência na formação de diferentes gerações de repórteres.