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Coronavirus

- Publicada em 13 de Abril de 2020 às 21:05

Coronavírus: a matemática das UTIs em Porto Alegre

São 477 estão em hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde na cidade

São 477 estão em hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde na cidade


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Juliano Tatsch
Uma das grandes preocupações dos gestores da área da saúde pública em tempos de pandemia é a disponibilidade de leitos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). Não há um percentual único definido de pessoas que, após contraírem o novo coronavírus (Covid-19), precisarão de atendimento intensivo. Os números variam de país para país, mas, em média, os epidemiologistas apontam que por volta de 5% dos infectados precisarão ser tratados em uma UTI. O índice parece baixo, mas pode gerar uma demanda por atendimento especializado muito além da capacidade atualmente instalada.
Uma das grandes preocupações dos gestores da área da saúde pública em tempos de pandemia é a disponibilidade de leitos em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). Não há um percentual único definido de pessoas que, após contraírem o novo coronavírus (Covid-19), precisarão de atendimento intensivo. Os números variam de país para país, mas, em média, os epidemiologistas apontam que por volta de 5% dos infectados precisarão ser tratados em uma UTI. O índice parece baixo, mas pode gerar uma demanda por atendimento especializado muito além da capacidade atualmente instalada.
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O Ministério da Saúde já se manifestou, por meio do secretário Executivo da pasta, João Gabbardo dos Reis, que todo mundo vai ter, mais cedo ou mais tarde, contato com o novo coronavírus. O ministro Luiz Henrique Mandetta afirmou, no domingo, que o pico da doença deve ocorrer nos meses de abril e maio.
Em razão disso, as situações mais críticas devem ocorrer nas metrópoles, como é o caso de Porto Alegre. A capital gaúcha tem uma população ao redor de 1,5 milhão de habitantes. Projetando para baixo um percentual de contaminação, na casa dos 10% da população, a Capital teria cerca de 150 mil pessoas com a doença. Se 5% dessas tivessem de ser atendidas em uma unidade intensiva, seriam necessários 7,5 mil leitos de UTI.
A cidade, porém, conta com 630 leitos desse tipo em operação (525 para adultos e 105 para atender o setor de pediatria), conforme a Secretaria Municipal da Saúde (SMS). Destes, 477 estão em hospitais que atendem pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo 282 em instituições que fazem 100% de seus atendimentos pelo sistema público. Outros 153 são em instituições privadas. Por isso, se tornam fundamentais as práticas de isolamento social com vistas a "achatar a curva" de contágio, evitando, assim, que muita gente necessite de atendimento hospitalar ao mesmo tempo.
Dos 630 leitos de UTI que existem na Capital, 421 (66,8%) estavam ocupados na tarde desta segunda-feira. Ou seja, 33,2% estavam vagos. Se o recorte for feito apenas nos 477 leitos disponibilizados por hospitais que atendem pelo SUS, a ocupação era de 324 deles (67,9%).
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Porto Alegre é bem suprida de leitos de UTI. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda de um a três leitos por 100 mil habitantes. A Capital tem cerca de 4,2 leitos por 100 mil pessoas. Em condições normais, a quantidade dá e sobra. Se todos os leitos intensivos fossem destinados apenas para tratar doentes do Covid-19, o cenário não seria preocupante. O problema é que não são.
Na tarde de ontem, a Capital tinha 40 pessoas internadas em UTIs com casos confirmados do novo coronavírus. Outras 25 estavam hospitalizadas em unidades intensivas com suspeita da doença. Assim, apenas 15,4% dos leitos intensivos ocupados na cidade contavam com pessoas com casos confirmados ou suspeitos de Covid-19. Destes, 53,8% estão na rede privada
Devido a impossibilidade de se aplicar testes em massa na população, a prefeitura da Capital utiliza o monitoramento em tempo real da situação das UTIs na cidade como indicador de como a pandemia se comporta em Porto Alegre.
Nos últimos dias, a cidade vem tendo uma desaceleração no número confirmações da doença. Do dia 8, quarta-feira passada, até esta segunda-feira, o total passou de 292 para 324, um aumento de 10,9% nos casos em cindo dias. A estabilização também é percebida nos números do Rio Grande do Sul. No dia 9, quinta-feira passada, eram 636 casos. Ontem, o número era de 685, um acréscimo de 7,7% em quatro dias.
Essa diminuição na propagação da doença - ainda que não se tenha um real vislumbre do tamanho da epidemia em razão da pouca testagem da população - pode indicar que as ações estaduais e municipais de redução da circulação de pessoas, com as medidas de isolamento social, estão dando resultado. Isso não significa, porém, que já se devem afrouxar essas ações, visto que, em razão do período de incubação da doença, de cerca de 14 dias, todos os índices de hoje resultam de ações tomadas há duas semanas. Assim, com a previsão do pico de contágio sendo neste mês e no próximo, a manutenção e o reforço nas medidas de isolamento acabam se tornando essenciais para que o sistema de saúde consiga dar conta daqueles que precisarem de hospitalização.
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