O número de casos de feminicídio no Rio Grande do Sul diminui em 2019, segundo o estudo "Igualdade de gênero e empoderamento das mulheres e meninas no Rio Grande do Sul", divulgado pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) e pelo Departamento de Economia e Estatística na tarde desta quarta-feira (4), em coletiva no Centro Administrativo do Estado.
No ano passado ano, o Estado registrou 100 casos de feminicídio - o homicídio de mulheres motivado por questões de gênero. Em 2018, este número foi de 116. Ainda assim, em 2017 esse dado havia sido ainda mais baixo: 83 casos. O número de feminicídios segue sendo o mais alto desde 2015, quando houve 99 casos registrados.
Apesar da queda no número de assassinatos consumados de mulheres, o número de tentativas de feminicídio tem crescido. Segundo o estudo, em 2019 foram protocolados 359 casos. A quantidade vinha diminuindo no Estado até 2016, quando chegou a 263. Os anos seguintes tiveram um aumento constante: 2017, com 322 casos, e 2018, com 355.
Apesar dos números, a pesquisadora responsável pelo estudo, Daniane Menezes, aponta que apenas um quinto das mulheres que sofre alguma violência procura órgãos oficiais. "Esse número alcança 50% apenas no caso de tiro", destaca.
Para a secretária de Planejamento, Leany Lemos, é necessário pensar em "medidas transversais", como criar horários de atendimento da delegacia da mulher "à noite e nos fins de semana, quando as ocorrências que envolvem tiro são mais comuns".
O estudo também traz informações específicas sobre a Capital gaúcha. Dados de uma pesquisa feita pelo Instituto Pesquisas de Opinião (IPO) em 2017 mostram que 37,7% das mulheres porto-alegrenses já recebeu comentários desrespeitosos de sentido sexual. Esta porcentagem, segundo uma projeção da Seplag -, corresponderia a 238 mil mulheres.
O mesmo estudo aponta que, nos 12 meses anteriores a outubro de 2017, 47 mil mulheres foram “agarradas e/ou beijadas sem o seu consentimento”, isto é, "à força em qualquer situação". Além disso, 84mil mulheres da Capital já tiveram seus corpos tocados sem consentimento - 13,4% da população.