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- Publicada em 29 de Fevereiro de 2020 às 08:50

Coronavírus pode acelerar operação dos novos anexos do Hospital de Clínicas

Nova UTI ficará em prédios novos do Clínicas, mas depende de equipamentos e pessoal

Nova UTI ficará em prédios novos do Clínicas, mas depende de equipamentos e pessoal


LUIZA PRADO/JC
Patrícia Comunello
Temido no mundo pelo alcance e prejuízos, o novo coronavírus pode acelerar o funcionamento dos novos anexos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), que foram considerados em 2019 a maior obra em execução na saúde pública brasileira. O prédio com infraestrutura está pronto desde o fim do ano passado, mas faltam equipamentos e pessoal.
Temido no mundo pelo alcance e prejuízos, o novo coronavírus pode acelerar o funcionamento dos novos anexos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), que foram considerados em 2019 a maior obra em execução na saúde pública brasileira. O prédio com infraestrutura está pronto desde o fim do ano passado, mas faltam equipamentos e pessoal.
O uso de mais de cem leitos de UTI, previstos no complexo erguido ao lado do HCPA, para atender pacientes mais graves que possam ser registrados, em caso de ampliação da enfermidade, que foi indicado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acendeu a luz verde para os pleitos que a direção do complexo já vinha levando à pasta e ao Ministério da Educação, ao qual está vinculada a contratação de pessoal.
"O coronavírus é uma situação nova, mas, ao mesmo tempo, é um privilégio ser olhado pelo ministério e é responsabilidade grande e oportuniza acelerar os equipamentos para a UTI", comentou a diretora-presidente do Clínicas, a médica Nadine Clausell. A obra amplia a unidade de terapia intensiva atual que é 53 vagas e fica no prédio principal, para 105.
"A gente tem de olhar pelo lado bom deste tremendo desafio", reforçou a diretora-presidente, nesta sexta-feira (28).
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Autoridades visitaram as instalações já prontas e ouviram as demandas da direção. Foto: Clovis Prates/Divulgação 
Para reforçar a articulação, uma visita aos prédios, que a cúpula do HCPA chama de "prestar contas" da obra concluída, atraiu o governador gaúcho, Eduardo Leite, o prefeito da Capital, Nelson Marchezan Júnior, autoridades federais, estaduais e municipais de Saúde e o reitor da Ufrgs, Rui Oppermann. A comitiva andou pelos andares e conferiu o que tem e o ouviu de Nadine o diagnóstico do que falta. "Não tem nada. É como um apartamento pronto que não tá decorado", comparou a médica.

Vistoria técnica deve definir plano para ocupar UTI

A expectativa de avançar na montagem da estrutura necessária para ser uma unidade em condições de receber eventual demanda de doentes começa neste sábado (29). O secretário executivo do Ministério da Saúde, o médico gaúcho João Gabbardo dos Reis, fará uma vistoria técnica, solicitada por ele mesmo, para checar as condições dos anexos e o que precisa.
Nadine diz que vai entregar a Gabbardo um documento detalhando equipamentos e pessoal para tornar operacionais os 105 leitos da UTI. Ela não fala em valor do investimento e avalia que este levantamento será mais fácil de ser feito pela pasta. O Clínicas acredita que, se houver aval para equipar a UTI usando o expediente do decreto federal de emergência, emitido devido ao coronavírus, haverá mecanismos mais rápidos de compra e ainda dentro de lotes maiores de pedido, o que baratearia os custos.
O que a diretora-presidente sabe é que é preciso andar rápido. "O Gabbardo vai ter de nos dar caminhos. A expectativa é que surjam na próxima semana", projeta. A pressa está vinculada à chegada do frio, que gera ambiente adverso a doenças respiratórias, como as complicações do novo vírus. Uma medida do governo foi antecipar a vacinação contra a gripe no Sul.
"Achamos que o prazo para montar a estrutura de maio até junho. "Se não não tem sentido. Ou tá pronto em dois meses ou não vai dar", pontua a médica. Além da solução para os equipamentos, outra frente é a da seleção de pessoal. Também não um número, e, como se trata de UTI, Nadine lembra que há resoluções, as chamadas RDCs, da Anvisa que estipulam um mínimo de médicos, enfermeiros e outras profissões por leito, que precisam ser seguidas.
A garantia de pessoal e até a forma de contratar - hoje o HCPA faz concursos públicos que também levam tempo - terão de ser tratadas até com o Ministério da Economia, sinaliza a médica. Hoje há normativa federal restringindo concursos, dentro de contingenciamentos que viraram rotina na União.
A construção dos dois anexos começou em 2014 e terminou em outubro de 2019. O investimento somou R$ 500 milhões. Os anexos aumentaram em 70% a área física do HCPA. Estão previstas nova emergência, muito maior o que a atual, 41 salas novas de cirurgia - hoje são 28 -, e a nova UTI, além de áreas para cuidados especializados a pacientes renais.

HCPA: emergência muda em fim de março

No plano pré-coronavírus, Nadine diz que a intenção era de começar a ocupar no fim de março e começo de abril as instalações novas. O movimento começaria com a transferência da emergência atual para o térreo do Bloco B, passando de 1,7 mil metros quadrados para mais de 5 mil metros quadrados, e da recepção dos ambulatórios para o Bloco C.
A liberação da área depende da conclusão das vistorias dos Bombeiros para validar o Plano de Prevenção e Combate a Incêndio (PPCI). Na próxima terça-feira (3), a corporação fará inspeção no local. Outra autorização exigida para abrir os blocos é a emissão do Habite-se pela prefeitura, que também já tramita. O HCPA solicitou a expedição de um Habite-se parcial, explica a diretora-presidente, pois não haverá o uso de toda a estrutura.
"Agora com coronavírus e boa vontade de todos acelera mais esses trâmites", espera a médica.
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